7 mistérios antigos que arqueólogos devem solucionar ainda neste século

O arqueólogo da National Geographic Fredrik Hiebert prevê as descobertas incríveis que faremos no século XXI.

Por Kristin Romey
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Em 2014, arqueólogos equipados com scanners LiDAR, que usa laser para sondar estruturas embaixo do dossel florestas, descobriram as ruínas de uma cidade perdida na floresta tropical de Honduras. Esta tecnologia está criando uma "nova era da exploração", afirma o arqueólogo Fredrik Hiebert.
Foto de Dave Yoder, National Geographic

Quando a National Geographic Society (NGS) concedeu sua primeira bolsa de arqueologia a Hiram Bingham em 1912, o arqueólogo partiu para o Machu Picchu com um dos itens de tecnologia mais avançada da época: uma câmera panorâmica Kodak. Mais de cem anos depois, arqueólogos têm uma incrível variedade de ferramentas tecnológicas para usar, desde equipamentos de sensoriamento remoto que nos permitem “ver” além do espectro visível, a computadores tão poderosos que podem processar em um segundo o que levaria milhares de anos para que humanos calculassem.

“Existe uma razão pela qual a National Geographic está chamando o século XXI de “a nova era da exploração,” afirma Fredrik Hiebert, arqueólogo e membro da NGS. "As oportunidades para o que podemos descobrir neste século – e as questões que finalmente conseguiremos responder – parecem quase infinitas."

Com esse entusiasmo em mente, pedimos a Hiebert para compartilhar suas previsões sobre o que podemos esperar neste novo século de descobertas:

1. Descobrir cidades anteriormente desconhecidas – ou até civilizações nas Américas Central e do Sul

“Arqueólogos estão utilizando LiDAR (da sigla inglesa Light Detection and Ranging) para literalmente ‘ver por debaixo das densas copas das árvores em lugares como Honduras e Belize e localizar assentamentos que não sabíamos que existiam", diz Hiebert.

2. Encontrar a tumba de Genghis Khan ou Alexandre, o Grande

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    Um mosaico descoberto no ano passado dentro de uma imensa tumba repleta de mármore no antigo local de Amphipolis, no norte da Grécia, agitou as especulações sobre a tumba pertencer a um membro da família de Alexandre, o Grande.
    Foto de Aristidis Vafeiadakis, Zuma Press, Inc., Corbis

    Tecnologias como o Radar de Penetração no Solo (GPR, na sigla em inglês) permitem que arqueólogos vejam debaixo da terra sem ter de escavar, afirma Hiebert. Para o projeto Vale dos Khans, da National Geographic, sua equipe usou imagens de satélite para identificar locações com potencial para ser o local onde Genghis Khan foi enterrado e, em seguida, “verificou” as áreas com GPR para determinar sua viabilidade. “Não localizamos a tumba de Genghis Khan naquele momento, mas foi uma ótima forma de analisar grandes áreas de terra com um recurso relativamente pequeno. Ao fim, é um jogo numérico: quanto mais área você consegue analisar, mais chance você tem de encontrar alguma coisa. E por que não o túmulo de Genghis Khan? Ou de Alexandre, o Grande?”

    3. Entrar na tumba do primeiro imperador da China

    Um exército de soldados guarda a grande tumba de Qin Shi Huang, o primeiro imperador da China. Arqueólogos ainda precisam explorar os segredos obscuros da tumba.
    Foto de O. Louis Mazztenta, National Geographic Creative

    Arqueólogos conhecem o local onde Qin Shi Huang Di foi enterrado – cercado por seu Exército de Terracota em Xian – mas a chance de danificar itens preservados na tumba por mais de 2.000 anos faz com que todos estejam relutantes em abri-la. "Ferramentas de sensoriamento remoto como o GPR e o magnetômetro podem nos dar uma ideia sobre a estrutura interior e eventualmente teremos pequenos aparelhos robóticos que poderão entrar na tumba e coletar dados com perturbações mínimas”, diz Hiebert.

    4. Decifrar a linguagem misteriosa dos antigos Minoanos

    Phaistos, na ilha de Creta, foi um dos mais importantes centros da civilização Minoica. Poderosos computadores podem ajudar os pesquisadores a decifrar seu misterioso sistema de escrita, conhecido como Linear A.
    Foto de Gordon Gahan, National Geographic Creative

    Faz mais de um século desde que a poderosa civilização Minoica do Mediterrâneo foi descoberta, mas acadêmicos ainda não conseguem decifrar sua linguagem, conhecida como Linear A. "Por enquanto, temos mais de 1.400 exemplos da Linear A para estudar", diz Hiebert. “E agora nós temos o Big Data em nossa caixa de ferramentas. Por que não usamos o Watson, da IBM, neste trabalho?”

    5. Entender o propósito das Linhas de Nazca

    No deserto costeiro do sul do Peru, figuras gravadas na terra inspiraram a admiração dos viajantes aéreos desde os anos 1920.
    Foto de Robert Clark&& National Geographic Creative

    Pesquisadores ainda estão criando teorias sobre o propósito das Linhas de Nazca. Os elaborados geoglifos no Peru representam constelações? Estão associados a fontes de água? Hiebert concorda com o antropólogo e explorador residente da National Geographic Johan Reinhard, que afirma que nenhuma avaliação comprova uma teoria sobre as linhas de Nasca. “Este é o ponto onde o uso dos cada vez mais poderosos computadores de análise para verificar grandes parcelas de dados geográficos e arqueológicos seria realmente importante", afirma Hiebert.

    6. Recuperar um Neandertal intacto

    Congelado por 40.000 anos, este filhote de mamute foi descoberto em 2007 por pastores de renas na Sibéria. Outros restos congelados podem emergir com o derretimento do gelo no mundo.
    Foto de Francis Latreille, National Geographic Creative

    À medida que o aquecimento global faz com que camadas de gelo e geleiras diminuam, vai ser “muito, muito provável” que um Neandertal bem preservado surja um dia, diz Hiebert, assim como o filhote de mamute de 40.000 anos encontrado na Sibéria.

    7. Confirmar a grande presença viking na América do Norte

    A arqueóloga Patricia Sutherland (casaco laranja) e seus colegas escavam no Vale Tanfield, na Ilha de Baffin, Candá, em busca do que acredita ser um posto avançado de Vikings.
    Foto de David Coventry, National Geographic Creative

    Assim como o aumento das temperaturas fará com que as geleiras revelem seus segredos, as costas descongeladas do Canadá irão expor uma rede de assentamentos vikings que nos forçará a reescrever a “descoberta” das Américas, Hiebert prevê. “Já identificamos duas locações vikings nas Américas, e quando compreendermos melhor a natureza destes assentamentos, garanto que começaremos a reconhecê-los por toda a costa do Atlântico. Não é impossível de se imaginar.”

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    Publicado em 8 de setembro de 2015.

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