Embalagens de plástico foram o lixo de praia mais comum em 2018

Dado é resultado de esforço de limpeza com milhões de voluntários em 120 países. Foram recolhidas ainda árvore de natal artificial e máquina de escrever.

Por Laura Parker
Publicado 11 de set. de 2019, 11:55 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Pepinos embrulhados em plástico são exibidos em um supermercado em Toronto, no Canadá. Embalagens de alimento ...
Pepinos embrulhados em plástico são exibidos em um supermercado em Toronto, no Canadá. Embalagens de alimento são 9 dos 10 itens mais encontrados na limpeza anual global do ano passado pelo Ocean Conservancy.
Foto de Cole Burston, Bloomberg/Getty Images

O modesto pepino permanece fresco por três dias no seu mercado local. Embalado em plástico polietileno sua longevidade se estende para 14 dias. Isso, em resumo, explica o rápido crescimento de embalagens de plástico para alimentos, projetado para se tornar um mercado de US$ 370 bilhões no próximo ano.

Com esses números, não é surpresa que o modo como compramos e consumimos alimentos esteja tendo um impacto tão tangível nos oceanos. Nove dos dez itens da lista da Ocean Conservancy recuperados das limpezas de praia anuais estão relacionados com comida e bebida. Embalagens de alimento continuam sendo o segundo lixo mais comum coletado durante a limpeza anual de praias em 2018. E agora, pela primeira vez, garfos, facas e colheres de plástico entraram na lista, de acordo com o novo relatório do grupo.

Além de embalagem de alimentos – mais de 3,7 milhões de embalagens individuais foram coletadas –, a lista de plásticos descartáveis inclui canudos, misturadores, talheresgarrafas e tampas, sacolas de compras e outros tipos de sacos plásticos (para alimentos e outros usos), potes, copos e pratos.

A exceção são as bitucas de cigarro, que contêm filtros de plástico, e permanecem sendo o item número 1 por muitos anos.

“Bitucas de cigarro são um problema separado e ganham a corrida todo ano”, diz George Leonard, o cientista chefe do Ocean Conservancy.

 

101 | Plástico
Da prospecção ao descarte, entenda como o material é produzido a partir de combustíveis fósseis.

“Se analisarmos o restante da lista, o que me espanta é que a grande maioria não é reciclável. Para considerarmos reciclagem como uma solução para os problemas do plástico no oceano, a porcentagem de recicláveis teria que chegar a 50 ou 90%, o que é um grande salto, e a situação se torna cada vez mais complicada”, diz ele.

limpeza de 2018 também atraiu mais de um milhão de pessoas pela primeira vez. Foram coletados mais de 10,5 milhões de quilos de lixo nas praias de mais de 120 países, e catalogados quase um milhão de itens, criando uma imagem de quase tudo que os humanos fazem e usam.

A coleção da limpeza incluiu mais de 69 mil brinquedos, mais de 16 mil eletrodomésticos, um lustre, uma árvore de natal artificial, uma porta de garagem e uma máquina registradora.

A organização está fazendo uma análise extensiva dos dados, procurando por padrões globais que poderiam auxiliar nos esforços para manter lixo de plástico fora dos oceanos, diz Leonard.

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    O que surpreendeu Leonard na limpeza de 2018 não foi o volume de itens recolhidos – mais pessoas nas praias coletam mais lixo –, mas sim o que o volume de pessoas que apareceram diz sobre o problema da poluição do plástico.

     “O voluntariado está vivo e bem”, ele diz. “E a indignação crescente sobre os oceanos é um grande motivador”.

    A limpeza de 2019 está marcada para 21 de setembro.

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