Os 3 alertas climáticos já previstos para o futuro – e que devem estar na COP30 da Amazônia

National Geographic aproveita a chegada da COP30 no Brasil para listar as chamadas “anomalias climáticas” que já são esperadas em decorrência do aquecimento global.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 6 de nov. de 2025, 09:57 BRT
A Floresta Amazônica enfrentou uma grave seca entre 2023 e 2024. Nas previsões do relatório da ...

A Floresta Amazônica enfrentou uma grave seca entre 2023 e 2024. Nas previsões do relatório da OMM, essa "anomalia climática", que pode causar um enorme desequilíbrio na floresta, tem grandes chances de se repetir nos próximos anos, até 2030. 

Foto de U.S. Forest Service/Domínio Público

temperatura da Terra vai seguir aumentando? O que esperar do clima até 2030? A Organização Meteorológica Mundial (OMM) – uma agência especializada das Nações Unidas (ONU) que fornece informações autorizadas sobre a atmosfera da Terra, o clima e os recursos hídricos – fez essas perguntas e produziu seu relatório anual levantando alertas sobre a mudança climática e seus impactos, que devem ser discutidos na COP30 do Brasil a partir de 10 de novembro na cidade de Belémno Pará

Um dos temas principais da primeira COP realizada no Brasil – e em território amazônico – deve ser renovar o consenso sobre a meta de aumento de temperatura para este século, que já alcançou o 1,5ºC previsto no Acordo de Paris (que entrou em vigor em novembro de 2016). “É provável que as temperaturas médias globais continuem em níveis recordes ou próximos deles no período de cinco anos”, adianta o documento. 

Para saber um pouco do que esperar, National Geographic mergulhou no relatório e traz três anomalias climáticas que terão grandes chances de acontecer e poderão ser vistas na natureza em decorrência das ações humanas modificando o equilíbrio da temperatura do planeta. 

Uma mãe e seu sua filha em um terreno seco da região de Adis Abeba, capital ...

Uma mãe e seu sua filha em um terreno seco da região de Adis Abeba, capital da Etiópia. Apesar de 2024 ter sido o ano mais quente já registrado no planeta desde que se começaram as medições, estima-se que entre 2025 e 2029 haverá algum outro ano a superar esse recorde. 

Foto de USAID in Africa (Domínio Público)

1. As temperaturas globais extremas devem continuar

Segundo a OMM, é bastante provável, ou seja, com mais de 80% de chance, que “pelo menos um dos anos entre 2025 e 2029 será mais quente em comparação com o ano mais quente já registrado – que atualmente é 2024”.

Vale ressaltar que em 2024a temperatura média global próxima à superfície foi estimada em 1,55°C, ou seja “cerca de 0,13°C acima da linha de base de 1850-1900”, diz o documento. “As anomalias de calor foram particularmente grandes nos trópicos, América do Norte, Norte da África, Europa e partes da Ásia”, continua.

O relatório reforça que “existe uma chance (1%) de pelo menos um ano exceder 2°C de aquecimento acima dos níveis pré-industriais (1850-1900)”, o que seria um enorme risco para a vida no planeta.

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      Cientistas têm uma vista infinita de gelo, mar e água derretida na região do Ártico onde o oceano deveria ficar congelado durante os meses mais frios do ano. O aquecimento desta região do planeta pode alcançar 2,4ºC – “mais que três vezes e meia o aquecimento médio global” – nos próximos cinco invernos, diz o relatório da OMM.

      Foto de Jeremy Potter NOAA/OAR/OER

      2. Continua o aquecimento acelerado do Ártico

      O relatório chama a atenção para algo que já pode ser visto a olho nu no Polo Norte do planeta, como relatou a navegadora brasileira Tamara Klink ao cruzar a Passagem Noroeste, no Ártico, em setembro de 2025. 

      As placas de gelo que se formam no mar, nessa região, tornavam impossível o trânsito de barcos há algumas décadas, e até mesmo navios quebra-gelo ficavam impedidos de navegar durante alguns momentos do ano.

      De acordo com o documento da OMM, “a anomalia de temperatura média no Ártico para os próximos cinco invernos (ou seja, de novembro a março) é prevista para ser de 2.4°C, mais que três vezes e meia o aquecimento médio global”.

      Para o mês de setembro, por sua vez, “são previstas grandes reduções em todas as regiões que normalmente possuem gelo marinho nesta época do ano no Ártico”.

      Em outubro de 2023, o Rio Negro chegou a seu volume mais baixo em 121 anos.

      Em outubro de 2023, o Rio Negro chegou a seu volume mais baixo em 121 anos.

      Foto de Alex Pazuello Secom

      3. As secas intensas na Amazônia seguem no radar com grandes possibilidades

      A Organização Meteorológica Mundial explica que “condições anormalmente secas para esta estação na Amazônia” para os períodos de maio a setembro de 2025-2029 – “em relação à média de 1991-2020”.

      Em outras palavras, é bastante provável que se repitam os períodos de seca extrema enfrentados pela região entre 2023-2024, quando diversos rios amazônicos – inclusive alguns dos mais caudalosos como o Rio Negro, que chegou a seu volume mais baixo em 121 anos – quase desapareceram

      “Os padrões de precipitação (ou seja a quantidade de chuvaprevistos para os próximos cinco invernos mostram precipitação reduzida nos subtrópicos, particularmente no Hemisfério Sul", diz o relatório anual da entidade.

      Em contrapartida, “os padrões de precipitação previstos se mostram excepcionalmente úmidos” para o norte da Europa, o Alasca, o norte da Sibéria e a região africana conhecida como Sahel (faixa de terra semi-árida que fica entre o Deserto do Saara, ao norte, e as savanas mais férteis ao sul, estendendo-se por cerca de 6 mil quilômetros de oeste a leste, do Oceano Atlântico ao Mar Vermelho).

      As projeções contidas no relatório completo da OMM publicado este ano contam com dados e modelos de preditivos feitos por 14 institutos diferentes, incluindo quatro centros produtores globais de informações sobre o clima: o Centro de Supercomputação de Barcelona, na Espanha; o Canadian Centre for Climate Modelling and Analysis (no Canadá), além do Serviço Alemão de Meteorologia (Deutscher Wetterdienst) e do Met Office, instituição metereológica da Inglaterra.

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