"Sinto-me na obrigação de defender e cuidar do Pantanal", diz Luan Santana

Em entrevista exclusiva, o cantor sul-mato-grossense declara seu amor pelo bioma. Ele planeja arrecadar R$ 8 milhões para a região com a live #OPantanalChama, que será exibida pelo National Geographic em 22 de novembro.

Por Gabriel de Sá
Publicado 19 de nov. de 2020, 07:00 BRT

Astro engajado: com 70 milhões de seguidores em suas redes sociais, Luan Santana que trazer ao público as graves questões socioambientais que o Pantanal vive.

Foto de Nicolle Comis, Divulgação

Após lançar o clipe da canção Um grito entre as cinzas, o cantor sul-mato-grossense Luan Santana dá um passo adiante na missão de trazer visibilidade para a dramática situação do Pantanal, onde o artista nasceu e cresceu, e que sofre com uma das piores temporadas de queimada de sua história recente. Após ver o fogo consumir 29% da área do bioma, Luan Santana promove neste domingo, 22 de novembro, uma apresentação musical diretamente do rio Paraguai para arrecadar fundos para a conservação da região. A live #OPantanalChama será transmitida pelo canal National Geographic às 17h.

“Ver o nosso Pantanal assim deixa o peito em chama de desespero. Dá vontade de transbordar em água e ir lá apagar”, diz o artista de 29 anos em entrevista exclusiva à National Geographic Brasil. O bioma permeia as melhores lembranças de Luan Santana, nascido em Campo Grande (MS). “É um contato tão forte com a natureza que você se sente em conexão direta com Deus”, observa ele.

Mas o que Luan viu em sua última visita à região fez com que ele resolvesse usar sua influência e agir. “Fiquei impactado em me deparar com aquele paraíso assim, todo cinza, como uma cena de filme de guerra”, conta ele. Com #OPantanalChama, o artista pretende arrecadar cerca de R$ 8 milhões e repassar o valor para o Instituto SOS Pantanal, cuja missão é recuperar e preservar a paisagem pantaneira.

As cifras parecem altas, mas, para Luan, que contabiliza mais de 70 milhões de seguidores em suas redes sociais, nada parece impossível. “Não é tempo de medir esforços para salvar tantos animas da morte e tanta gente que sobrevive da riqueza ribeirinha produzida pela fauna e a flora locais”, defende o cantor. Confira abaixo trechos da entrevista.

Arquivo pessoal: foi nas águas do Pantanal que Luan Santana aprendeu a pescar. Mas o cantor (na foto, ainda adolescente, em 2005) conta que devolvia os animais à natureza.

Foto de Arquivo Pessoal

National Geographic: Luan, você se considera um artista engajado?

Luan Santana: O meu ofício me ajuda como formador de opinião a abraçar causas em que acredito como pessoa. Sendo assim, me considero um homem sensível aos problemas pelos quais passam a humanidade.

Quais são suas primeiras memórias do Pantanal? 

Tenho muitas lembranças. Meus melhores momentos em família quando criança, minhas melhores férias... O descanso perfeito e de paz. Foi no Pantanal que aprendi a pescar – devolvendo à natureza o que pegamos, claro. São muitas lembranças e eu tive a chance e a honra de conhecer e desfrutar do Pantanal por várias vezes. É um contato tão forte com a natureza que você se sente em conexão direta com Deus.

E quando você tomou consciência de que sua vida estava totalmente atrelada a esse bioma? 

Além de ser sul-mato-grossense, sou brasileiro. Me sinto no dever e na obrigação de defender e cuidar de algo que é tão nosso.

O que você sentiu quando soube da situação das queimadas no Pantanal? 

Ver o nosso Pantanal assim deixa o peito em chama de desespero. Dá vontade de transbordar em água e ir lá apagar. Tenho vontade de me juntar aos brigadistas e cuidar, de perto, de cada detalhe. Queria tirar todo esse sofrimento dos animais, das pessoas que vivem da região, do nosso país.

“Tenho vontade de me juntar aos brigadistas e cuidar de cada detalhe. Queria tirar todo esse sofrimento dos animais e das pessoas que vivem na região.”

por Luan Santana
Cantor

"Minhas melhores lembranças": o menino Luan Santana posa com o pai, Amarildo, tendo a paisagem pantaneira como plano de fundo.

Foto de Arquivo Pessoal

Que mensagem você pretende passar para seu público com essa live? 

Quero que todos possam ajudar. Em qualquer lugar que você more, de norte a sul, olhe para o Pantanal, cuide, comece agora a cuidar da natureza de sua cidade, dos animais, da fauna e da flora. Quero deixar a mensagem de que o nosso planeta, nosso país, e nosso Pantanal pedem socorro.

Muitas de suas músicas falam de amor. Você acredita que a música pode ser também um canal para levantar debates importantes, como causas ambientais?

Sim, somos formadores de opinião e se, graças a Deus, estamos em uma posição em que podemos ajudar nossa sociedade, precisamos nos unir e dar voz a outras pessoas e causas importantes.

Você compôs uma canção para a sua região, chamada Um grito entre as cinzas

Essa música vem como um pedido de socorro e a importância de preservar a biodiversidade da região, suas comunidades tradicionais e suas atividades econômicas – a pecuária e o turismo –,  e fala exatamente como me sinto: “Queria ser chuva, mas estou em chamas, não tem flor em meu quintal. Deus Salve o Pantanal". Fiz em parceria com o Matheus Marcolino.

 

De que forma a live #OPantanalChama pode impactar positivamente a situação dramática em que a região se encontra? 

Vamos dar voz à causa e fazer com que outras pessoas se sensibilizem e se juntem a nós. Na semana passada, fui lá pessoalmente, quis ver com os meus próprios olhos como está a situação. Fiquei tão impactado em me deparar com aquele paraíso assim, todo cinza, como uma cena de filme de guerra. Eu até entendo que a gente mora longe e se sinta pouco afetado por tudo isso que está acontecendo. Sabemos que bichos morreram, que uma área gigantesca foi devastada, mas, às vezes, a gente não entende como isso pode afetar a vida da gente. A minha visita foi para descobrir essas respostas. E lutar para que muitos possam me ajudar.

Como tem sido o processo de tornar essa live uma realidade? 

Por ser natural de Campo Grande e padrinho do Instituto Arara Azul há seis anos, tive o desejo de amplificar o abraço de que a minha região tanto carece neste momento de queimadas recordes, com risco de desaparecimento desse bioma da maior relevância para o planeta. Não é tempo de medir esforços para salvar tantos animas da morte e tanta gente que sobrevive da riqueza ribeirinha produzida pela fauna e a flora locais.

Vamos andar 12 horas rio a cima até o local. Sem internet, com um sistema inédito para conseguir transmitir do meio do rio Paraguai não apenas uma live histórica, mas uma forma de transformar o canto num grito para engrossar esse pedido de socorro entre as cinzas.

O Pantanal Chama, com Luan Santana, no National Geographic
O cantor apresenta uma live musical em prol do bioma devastado pelas queimadas no dia 22 de novembro, às 17h.
A live #OPantanalChama será exibida no domingo, 22 de novembro, a partir das 17h, no National Geographic. Não recomendado para menores de 12 anos.
 
E tem mais: as ações relacionadas ao Pantanal dão início à nova campanha da National Geographic, “O que você faz importa”, que tem como objetivo incentivar as pessoas a se engajarem na luta contra as mudanças climáticas e ajudarem a reverter a situação em que o meio ambiente se encontra. O planeta Terra tem apenas até 2030 para parar as mudanças climáticas catastróficas que estão em curso. Depois disso, a situação será irreversível. Em breve, a National Geographic divulgará os próximos passos de #OQueVocêFazImporta.
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