Fotos de satélite revelam alfabeto escondido na superfície da Terra
Observando muitas imagens de satélite, é possível encontrar todo um alfabeto feito de fiordes, rios, montanhas e nuvens.
Começou com uma nuvem de fumaça em formato de "V" em foto da Terra tirada por um dos satélites da Nasa. Logo se tornou uma caça viciante por mais letras, compostas por geleiras, tempestades, lagos e crateras.
Por anos, o repórter de ciência da Nasa Adam Voiland está a procura de fenômenos naturais em forma de letras, vasculhando milhares de imagens de satélite e construindo um alfabeto enquanto documenta todo o processo em uma galeria online. O projeto se tornou um sucesso, e logo Adam estava de volta ao trabalho. Desta vez, coletando apenas letras maiúsculas para um livro infantil.
Encontrar o alfabeto terrestre envolveu muito tempo no site WorldView, da Nasa, ou o Google Maps, na função satélite. No caminho, Adam aprendeu onde certas letras são mais prováveis de aparecer. Por exemplo, fiordes, geleiras e gelo marinho são bons lugares para se encontrar caracteres com linhas retas, como A, X, E e W. A letra mais difícil de achar? "R, com certeza", disse Adam. "No fim das contas, a natureza não gosta de colocar linhas curvas, retas e diagonais próximas uma das outras."
Apesar de, às vezes, se tornar tediosa, a caçada também é gratificante, especialmente quando um satélite acaba de capturar nuvens que desenham um formato perfeito. "Para o H, tem algo sobre a maneira como os ventos dispersam a fumaça dos navios e as confere a quantidade exata de textura que é absolutamente incrível", diz ele (veja abaixo).
Algumas das letras são mais exóticas, como o 'O' formado pela Estrutura de Richat, na África. Essa estranha paisagem circular na Mauritânia, também conhecida como Olho do Saara, intriga geólogos. Alguns acreditam que um círculo tão perfeito foi certamente obra de uma cratera de impacto, formada quando um asteroide atinge a Terra. Outros argumentam que são restos de um vulcão extinto. A teria mais aceita hoje diz se tratar de um domo geológico erodido.
O 'G' de NatGeo é a tempestade tropical Douglas, capturada em 4 de julho de 2014, pelo satélite Terra, da Nasa. Muitas letras, incluindo essa, são imagens em falsa-cor que são produzidas por ondas de luz que seres humanos não enxergam a olho nu. Cientistas usam as ondas para estudar mudanças na vegetação, que aparecem em vermelho brilhante quando vistas com luz de comprimento próximo ao do infravermelho.
O infravermelho de ondas curtas também pode ajudar distinguir entre neve (que aparece em laranja), gelo (vermelho) e nuvens (pêssego). Em satélites de cores reais, todos os três são brancos e custosos de diferenciar. Na imagem do Douglas, os raios infravermelhos de onda curta fazem com que nuvens com cristais de gelo apareçam em laranja, enquanto nuvens formadas somente de água líquida, ficam brancas. A cor falsa tem o benefício adicional de criar imagens muito bonitas.
Apesar de ter rastreado todo o alfabeto mais de uma vez, Adam Voiland está sempre preparado para mais. Aliás, ele pesquisou um novo 'A' e um novo 'T' para escrever NAT GEO na imagem deste post. Ele diz que ainda tem alguns itens em sua lista de desejo: "Quão legal seria uma letra formada por lava quente deslizando, por exemplo?"
Com Will Smith
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