Questões de vida e morte
Enterros de 10 mil anos de idade em uma caverna de Minas Gerais revelam a complexidade ritual presente entre alguns dos mais antigos habitantes do Brasil.
Publicado 12 de mar. de 2018, 13:45 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT

Festas de morte e de vida conectam o presente ao passado. No distrito de Fidalgo, perto dos sítios arqueológicos, o mentor da Folia de Reis local, João Nestor, veste com um colega máscaras e fardas coloridas para celebrar o rito de origem cristã.
Foto de Maurício de PaivaPerto da entrada da caverna, a bioarqueóloga Marina Gratão coleta ossos durante uma etapa do projeto. Atrás dela, sob cinzas de fogueira de origem humana e blocos de calcário que funcionam como “lápides”, estão cinco sepultamentos em pleno processo de exumação.
Foto de Maurício de PaivaO capinzal em uma fazenda lembra em parte a paisagem dos primeiros seres humanos – um mosaico de campos e matas, acreditam os pesquisadores – que habitaram a região de Lagoa Santa, em Minas Gerais. Um dos muitos sítios arqueológicos da Área de Proteção Ambiental Carste de Lagoa Santa, a Lapa do Santo é um antigo abrigo em que já foram encontrados 40 sepultamentos, além de pinturas rupestres, ossos de animais e artefatos variados.
Foto de Maurício de PaivaTrabalhadores cercam o gado na Fazenda Cauaia, perto da Lapa do Santo. A agropecuária e a mineração estão entre as principais atividades da região.
Foto de Maurício de PaivaUm morador da comunidade de Mocambeiro toca um tambor nos festejos de Nossa Senhora do Rosário, a Congada, diante das ruínas de uma igreja da Fazenda Jagoara. Aleijadinho, o mestre do barroco brasileiro, trabalhou na decoração da igreja.
Foto de Maurício de PaivaA bióloga Patrícia de Souza peneira sedimentos em busca de fragmentos como lascas de pedras e ossos e dentes de pequenos animais. “A intenção é localizar vestígios não notados de imediato pelos arqueólogos na hora da escavação”, conta.
Foto de Maurício de Paiva