Crianças são as piores vítimas em uma das cidades mais poluídas do mundo

No inverno, fogões a carvão e usinas termelétricas sufocam Ulaanbaatar, a capital da Mongólia, com fumaça e doenças pulmonares.

Por Beth Gardiner
fotos de Matthieu Paley
Publicado 5 de jun. de 2019, 12:54 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Uma menina de dois anos com pneumonia é tratada na UTI de um hospital em Ulaanbaatar. A mãe fez uma marca com cinza de carvão em sua testa para espantar espíritos ruins. Mas é a poluição por queima de carvão que tem feito os casos de pneumonia e outras doenças respiratórias explodirem na capital da Mongólia, especialmente entre crianças.
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Esta reportagem foi produzida em parceria com a National Geographic Society.

Ulaanbaatar, Mongólia O carvão está em todos os lugares da fria capital da Mongólia. Ele se acumula na sombra das enormes chaminés das usinas termelétricas, em montes do tamanho de campos de futebol. Motoristas levam o carvão pela cidade nas caçambas abertas de suas picapes. Na beira das ruas, vendedores empilham sacos amarelos cheios de carvão, e pedaços cortados caem de baldes de metal dentro das yurts redondas de feltro, onde as famílias mais pobres queimam o carvão para afastar o rigoroso frio.

A fumaça às vezes é tão densa em Ulaanbaatar que só é possível ver o contorno das pessoas e dos prédios. O cheiro é acre e inexorável. O ar fuliginoso corta a garganta, bafejando-se para dentro dos reluzentes prédios comerciais modernos do centro da cidade e também das torres de apartamentos maciças, de estilo soviético, que se espalham em direção às montanhas que circundam a cidade. Nos dias ruins, os monitores portáteis de poluição soam em alto volume, já que as leituras acusam valores dezenas de vezes além dos limites recomendados. Os níveis das menores e mais perigosas partículas aéreas, chamadas PM-2.5, certa vez atingiram em 133 vezes o patamar máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

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    A poluição fica pior nos rigorosos invernos de Ulaanbaatar, quando o povo aquece as residências – inclusive as tendas circulares chamadas gers – usando carvão. Nesta foto, o sol matinal corta a neblina de fumaça e vapores de diesel no bairro de Bayankhoshuu.
    Foto de Matthieu Paley

    O problema de poluição da Mongólia é a versão piorada desse mal que atinge o mundo inteiro. Dos Estados Unidos e Alemanha até a Índia e a China, a poluição do ar abrevia aproximadamente 7 milhões de vidas no mundo todo a cada ano. O carvão é uma das principais causas de poluição do ar – e das mudanças climáticas.

    Na Mongólia, pelo menos por ora, o carvão é essencial à sobrevivência durante os invernos brutais. Mas o preço pago é muito alto.

    “Eu já não sei como é um pulmão saudável”

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      Ulaanbaatar cresceu de forma rápida e desordenada nos últimos anos, com os pastores nômades deixando o interior e se assentando nas regiões periféricas da cidade, em distritos como os de Dari Ekh. Morando em gers ou em casas simples, eles usam fogões de carvão para aquecimento e também na cozinha.
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      O ar do fim de tarde é espesso em Bayankhoshuu, um dos bairros mais poluídos da cidade.
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      Os pais fazem o possível para proteger os filhos da névoa de fumaça. Nesta foto, uma mãe arruma a máscara do filho antes de ele sair da ger da família para ir caminhando até a escola.
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      No último inverno, as autoridades fecharam as escolas da capital por dois meses inteiros, de meados de dezembro até meados de fevereiro, numa tentativa desesperada de proteger as crianças do ar tóxico. Ainda não se tem certeza da eficácia dessa medida. Os hospitais são utilizados muito além da capacidade, uma vez que, a cada inverno, há um pico de casos de pneumonia, principalmente entre os mais jovens.

      “Eu já não sei o que é um pulmão saudável”, diz Ganjargal Demberel, médico que atende pacientes em casa num bairro repleto de tendas –conhecidas na Mongólia como gers – encravadas nos morros marrons e irregulares do lado nordeste da cidade. “Todo mundo tem bronquite ou algum outro problema, principalmente no inverno.”

      Um dos pacientes atendidos pelo Dr. Ganjargal é Gal-Erdene Sumiya, um descabelado bebê de sete meses de idade que, no momento em que o conheci, acabava de se recuperar de uma pneumonia. “Eu não posso levá-lo lá fora para respirar ar fresco, por causa da poluição", diz sua mãe, Selengesaikhan Oyundelger. Ela também mantém os outros filhos mais velhos dentro de cada quase o tempo inteiro.

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        Em Ulaanbaatar, também se queima carvão nas usinas termelétricas, como nesta localizada na região periférica da cidade.
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        Um tecido rosa com padrões cobre as paredes da ger da família, e as estacas de madeira que sustentam o teto redondo são de pintura clara, criando um espaço confortável e íntimo. Um pequeno fogão aquece o local, enquanto Selengesaikhan mexe a massa para fazer bolinhos de carne de carneiro. Ela conta que as outras mães que conheceu quando o filho ficou internado falavam da poluição o tempo todo: “Diziam que não tinham esperança no futuro deste país.”

        Os distritos formados por gers como o dela, um misto das tradicionais tendas redondas e de casas simples de madeira ou alvenaria, são lar principalmente de migrantes do interior, ex-pastores que vieram à capital em busca de emprego e formação. Pelo fato de não terem acesso à infraestrutura disponível aos moradores de apartamentos – energia elétrica confiável e sistemas públicos de aquecimento, bem como água e esgoto –, os moradores desses distritos queimam carvão em pequenos fogões se aquecer. Uma única família queima duas toneladas ou mais a cada inverno.

        A fumaça flutua a partir das chaminés de metal que toda tenda ou casa possui, sendo que os distritos compostos de gers estão entre os mais poluídos da cidade. Mas os grandes poluidores também contribuem para o escurecimento do ar de Ulaanbaatar. As usinas termelétricas expelem enormes colunas de fumaça preta, além da fumaça que voa das chaminés dos prédios de apartamentos, supermercados e escolas, cujos zeladores jogam carvão em grandes caldeiras.

        Crianças tiram uma soneca em um jardim de infância no distrito de Bayanzurkh, na Mongólia. Cada quarto está equipado com um purificador de ar, em uma tentativa de reduzir a poluição do ar interno. As crianças são especialmente vulneráveis à má qualidade do ar.
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        A camada de ar poluído que engole a cidade durante metade do ano é uma profunda ameaça à saúde da população, além de ser o sintoma de um conjunto muito maior de falhas.

        Quase 30 anos depois do fim de um isolamento que durou décadas, de ter rejeitado o comunismo e se tornado uma democracia, a Mongólia continua sendo uma nação em transição. Ela abriu sua vasta riqueza mineral para mineradoras estrangeiras, que extraem ouro e cobre – e, é claro, carvão – do Deserto de Gobi.

        Mas o país está diante de um nó de problemas cada vez mais apertado: à medida que as mudanças ambientais e econômicas tornaram mais raro o tradicional modo de vida nômade, os políticos de Ulaanbaatar não se anteciparam à migração em massa de famílias rurais – que já não conseguem ganhar a vida criando gado nas altas estepes – para a capital. A Mongólia é uma nação de três milhões de pessoas que habitam um espaço quase três vezes maior que o da França – porém, quase metade vive agora na cada vez mais poluída capital.

        “Me sinto tão culpada”

        A família de Purevkhuu Tserendorj não migrou do interior; eles voltaram para Ulaanbaatar em 2015, de Los Angeles, onde ela e seu marido estavam estudando. Eles sentiram os efeitos da poluição imediatamente. O filho mais novo do casal era recém-nascido na época e começou a tossir poucos dias após terem pousado no país. Não muito tempo depois, teve pneumonia.

        As amigas dela contaram que os filhos contraíam a doença várias vezes ao ano, e logo os dois meninos dela também tiveram pneumonia. “É algo normal na Mongólia”, diz Purevkhuu, ex-jornalista televisiva. Mas ela não estava disposta a aceitar que essa doença tão séria se tornasse rotina. Então, pelo Facebook, ela convocou os furiosos pais para uma reunião na Praça de Sukhbaatar, onde uma estátua de Genghis Khan adorna a frente do imponente prédio de mármore do parlamento.

        Era dezembro de 2016, com temperaturas abaixo dos -17ºC. “As mães não sentiam os pés nem os dedos”, lembra Purvekhuu.

        O movimento que se iniciou naquele dia já cresceu, mas a fundadora enfrenta um terrível dilema. O filho mais velho, agora com cinco anos, teve câncer ocular quando bebê em Los Angeles. Para proteger a saúde dele, ela e o marido mandaram a criança para morar temporariamente com os avós em Washington, D.C., e essa distância é agonizante. “Todo dia de manhã eu acordo sentindo falta, sonho com ele”, diz Purvekhuu.

        Numa refinaria próxima a Ulaanbaatar, onde se removem a umidade e alguns poluentes do carvão para torná-lo um combustível mais "limpo" e valioso, um trabalhador varre o chão usando uma máscara para protegê-lo das partículas finas de pó.
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        Os trabalhadores que descarregam o carvão dos trens na refinaria às vezes ficam encobertos pelo material.
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        A família pensa em voltar aos EUA. Mas Purevkhuu se tornou a face do ativismo pela qualidade do ar na Mongólia, e ela teme que o governo deixe a poluição piorar se ela for embora. Ficar no país também é algo difícil de aceitar: “Me sinto tão culpada em morar em Ulaanbaatar”, diz ela. “Afeta muito os meus filhos.”

        Alex Heikens, representante da Mongólia pela Unicef, acredita que a poluição do ar aqui "está além de uma mera crise de saúde pública". Ele vê nela uma ameaça a longo prazo ao bem-estar da nação, danificando os pulmões permanentemente, prejudicando o desenvolvimento cerebral das crianças e colocando em risco a produtividade do futuro. “Mesmo que parássemos a poluição agora, a reduzíssemos a zero hoje, muitos desses problemas já estão inseridos na saúde da população", diz ele.

        Mesmo dentro de escolas e de hospitais, diz Heikens, os níveis de poluição são inacreditáveis. “Nas alas de maternidade, nasce um bebê: na primeira respiração, vêm 600 microgramas de PM2.5 por metro cúbico" – 24 vezes o nível aceitável. “Não é uma boa maneira de começar a vida.”

        “Não te receberemos”

        Até agora, a reação das autoridades foi ineficaz, e muitos mongóis começam a enxergar a questão de uma forma mais ampla. A ira pública com as revelações de corrupção governamental agitou a política nos últimos meses, derrubando em janeiro o presidente do parlamento.

        A palavra Manan é uma junção dos nomes dos dois principais partidos, e os críticos a utilizam para dizer que há pouca diferença entre eles, que ambos os lados colocam os interesses pessoais em primeiro lugar. A palavra também significa “névoa”, aludindo à falta de transparência que oculta os crimes do governo. E, nesses tempos, Manan também se refere à anormal névoa de poluição.

        Uma ativista política na Praça de Sukhbaatar, no centro de Ulaanbaatar, faz parte de um crescente movimento que tenta relacionar a poluição do ar na cidade à corrupção dos políticos pela indústria da mineração.
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        Uma cientista no Green Crown, laboratório independente em Ulaanbaatar, parada do lado de máscaras faciais que ela e seus colegas testaram. O Green Crown também analisa amostras do ar – e costuma encontrar níveis mais altos de particulados finos, o poluente mais perigoso, que os informados pelo governo.
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        Essa névoa, diz o economista Jargal Dambadarjaa, “está ficando cada vez mais espessa”. Os políticos “não estão servindo a quem eles estão lá para servir. Pelo contrário, servem a quem os está financiando." Só que, agora, os mongóis estão se irritando. “Tenho muita esperança de que faremos uma faxina muito em breve.”

        No que se refere à poluição, especialistas dizem que a solução deve começar com a prestação de melhores serviços aos distritos de gers, cujos moradores são uma das principais causas e também as maiores vítimas da poluição. Um estudo revelou que as crianças dos distritos de gers tinham capacidade pulmonar 40% menor que as crianças do interior – um sinal de alerta para os problemas de saúde a longo prazo.

        Embora os distritos de gers tenham crescido muito rapidamente nos últimos anos, eles já fazem parte de Ulaanbaatar há décadas, e o governo negligenciou até mesmo a infraestrutura básica desses locais. As famílias que vivem nas gers têm eletricidade suficiente para usar lâmpadas e alguns eletrodomésticos, mas nem as ligações da rede, nem o abastecimento da cidade são suficientes para uma mudança para o aquecimento elétrico.

        Embora a maior parte da eletricidade da Mongólia venha do carvão, pelo menos é possível regulamentar as grandes usinas, tratando a fumaça gerada, diz Regdel Duger, presidente da Academia Mongol de Ciências. O isolamento térmico das gers poderia cortar pela metade a energia necessária para aquecer cada um deles, ele acrescenta. Ele recomendou que o governo ofereça empréstimos para que os proprietários das gers financiem essas benfeitorias.

        Recentemente, os oficiais passaram a limitar o crescimento dos distritos de gers proibindo temporariamente a entrada de novos migrantes na cidade, a menos que tenham condições financeiras para comprar ou alugar uma casa. “Se você quiser se mudar para um distrito de gers e trazer mais fogões para a cidade", diz o prefeito Batbayasgalan Jantsan, “me desculpe, mas nós não te receberemos”. Os oficiais podem introduzir uma taxa para as novas famílias quando acabar a proibição de migração, afirma ele.

        Muitos migrantes, no entanto, entram ilegalmente. As forças que movem a urbanização da Mongólia são poderosas. Os jovens são atraídos até a capital, assim como a todas as cidades do mundo, em busca de emprego ou estudos de melhor qualidade.

        Mas os nômades da Mongólia também estão sendo empurrados para longe de suas terras, à medida que a mineração acelera a desertificação dos campos, em função do pesado uso dos lençóis freáticos pelas minas e da destruição de vegetação. Enquanto isso, as mudanças climáticas vêm aumentando a frequência do ataque climático duplo conhecido como dzud: um verão seco seguido de um inverno mais frio que o normal. Isso acaba com o gado e com as condições de subsistência.

        O carvão vendido nas ruas de Ulaanbaatar solta altas quantidades de partículas finas quando queimado.
        Foto de Matthieu Paley
        O carvão costuma vir de minas carvoeiras ilegais de Nalaikh, que fica no limite da cidade, onde os mineiros, que trabalham com equipamentos improvisados e em condições degradantes, ficam expostos a elevados níveis de partículas finas.
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        Até mesmo as cabras pioram o problema – os pastores as criam para lucrar com a caxemira, mas, diferentemente dos camelos, cavalos e vacas, elas arrancam as plantas pela raiz, degradando os pastos e deixando os proprietários cheios de dívidas.

        “Eles continuam presos nessa caixinha”

        Além dos esforços de conter a migração, o governo também planeja uma mudança para um carvão de maior teor de carbono, impedindo que o carvão de menor teor entre na cidade, a partir de maio. Tsogtbaatar Byambaa, oficial do Ministério da Saúde, espera que isso ajude, embora saiba que ainda há muito a ser feito.

        “A dimensão desse problema está aqui", diz, levantando uma mão para cima. "O que estamos fazendo está aqui", levando a outra mão para baixo. “Precisamos aproximar os dois.”

        Boa parte do carvão de baixo teor que enche os fogões de Ulaanbaatar, e que o governo vem tentando banir, vem de Nalaikh, região periférica da cidade. Uma empresa estatal operava a mineração nesse local até entrar em falência nos anos 1990. Desde então, os moradores locais trabalham nas dezenas de buracos informais e desregulados que infestam o cenário abaixo das pesadas carcaças dos prédios abandonados.

        Muhammad Ashimset só tem 18 anos de idade, mas já trabalha há três anos em turnos de 12 horas embaixo da terra. Todas as manhãs, ele se pendura num balde de metal quebrado do tamanho e formato de uma banheira e, quando o cabo que o segura se desenrola, desce deslizando por um poço de 60 metros de profundidade. Ele e seus colegas de trabalho mandam um balde cheio para cima, enquanto outras equipes jogam o carvão em picapes destinadas à cidade.

        Em breve, esse comércio acabará – pelo menos, legalmente. Na ger aquecida onde os mineiros se refugiam dos rigorosos ventos durante os intervalos, eles dizem esperar que existam novos empregos para eles caso as minas sejam obrigadas a fechar com a lei de obrigatoriedade do carvão de maior teor de carbono.

        Enquanto outro mineiro coberto de pó derrama chá salgado típico da Mongólia em tigelas de plástico, Murat Ahambek diz entender o raciocínio por trás dessa regra. Afinal, a família dele também sente os efeitos da poluição. “Minha mulher e minha filha, quando chegam em casa no início da noite, ficam tossindo o tempo inteiro", diz.

        Muitos especialistas, no entanto, duvidam que a mudança para o carvão mais refinado possa aliviar esses sintomas. Sukhgerel Dugersuren, presidente de um grupo de supervisão da mineração chamado Oyu Tolgoi Watch, diz que já passou da hora de a Mongólia abandonar o carvão e não simplesmente mudar para um carvão um pouco melhor. Mas ela enxerga poucos sinais de vontade política para fazer isso acontecer.

        “Há relutância em fazer coisas novas, ou simplesmente incapacidade", diz ela sobre os oficiais do governo que estão comprometidos – tanto financeira quanto intelectualmente – com o combustível tóxico e que não têm interesse em energia renovável, a despeito das ricas fontes eólicas e solares da Mongólia. “O povo é antigo, a educação é antiga, a mentalidade deles é assim. Eles estão presos nessa caixinha.”

        Além do mais, ela afirma, há dinheiro chinês disponível para o financiamento das minas de carvão e usinas termelétricas – mas não para energia limpa. Embora a China tenha investido pesadamente em energia renovável em seu próprio país, ela continua dependente do carvão e quer se apoderar das ricas fontes da Mongólia.

        “Ulaanbaatar já sufoca com o uso de carvão”, diz Sukhgerel, porém ele teme que, “da forma como vai o planejamento, haverá mais usinas termelétricas [a carvão]. Teremos mais queima de carvão por aqui”.

        Beth Gardiner é jornalista baseado em Londres e autor do livro Choked: Life and Breath in the Age of Air Pollution.

        Matthieu Paley é fotógrafo e colaborador frequente da National Geographic. Siga seu trabalho no Instagram.

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