Por que o vulcão da Guatemala é mais mortal que o do Havaí

Pelo menos 69 pessoas foram mortas até agora pela erupção do vulcão Fuego, e especialistas temem que possa haver mais perigo por vir.

Publicado 5 de jun. de 2018, 11:46 BRT
Por que o vulcão da Guatemala é mais portal que o do Havaí

Um dos vulcões mais infames da Guatemala está fazendo jus ao nome. O Volcan de Fuego, ou vulcão de fogo, entrou em erupção no último fim de semana. Ainda assim, esta erupção contrasta fortemente com as imagens vistas do havaiano Kilauea durante o mês passado. Há uma razão científica para isso.

Pelo menos 69 pessoas morreram na erupção do Volcan de Fuego até o momento, além de um número não estimado de desaparecidos. Fotos e vídeos feitos por aqueles no local mostram as cinzas cobrindo as pessoas e enormes nuvens de fumaça cascateando pela lateral do vulcão.

Enquanto o Kilauea, um vulcão em escudo, é caracterizado por grandes bolhas de lava vagarosa que escapam por fissuras, o Fuego, um estratovulcão, é propenso a jorrar rápidas correntes de cinzas, lava e lama. (Saiba mais: Você sabe qual é a diferença entre magma e lava?)

Seus estilos de erupção diferentes originam da geologia única dos vulcões, diz a vulcanóloga da Universidade Concord, Janine Krippner.

“O próprio magma é bem diferente”, ela diz. “O magma do Kilauea é bastante líquido, o que significa que os gases podem escapar facilmente. No Fuego, o magma é mais pegajoso e viscoso”.

Esse magma viscoso retém ar suficiente para acumular pressão até que uma erupção explosiva ocorra. Em casos raros, ele pode formar uma nova cratera, mas a erupção do Fuego veio de sua cratera principal já existente.

O pior do impacto do vulcão, os lahars e fluxos piroclásticos, são reações em cadeia que acompanham uma erupção flamejante.

Após a explosão de uma erupção na cratera do Fuego, rochas soltas e fragmentos vulcânicos são depositados nas encostas do vulcão. Fluxos piroclásticos são formados quando as cinzas e as rochas, algumas de tamanho considerável, formam avalanches rápidas e quentes que fluem rapidamente.

“Elas são extremamente quentes e extremamente letais”, diz Krippner.

Após a dispersão dos fluxos piroclásticos, as rochas soltas ficam para trás. Como boa parte da Guatemala é tropical, o país enfrenta chuvas fortes e frequentes. Quando isso se mistura aos fragmentos vulcânicos, as chuvas podem formar perigosas avalanches de lodo chamadas lahars. Com pouca precipitação, os lahars movem-se como concreto molhado, mas após chuvas intensas, eles podem se transformar em rápidas enchentes que inundam vales.

A região ao redor do vulcão também apresenta uma má qualidade do ar, uma consequência comum de erupções vulcânicas. Inalar cinzas vulcânicas pode resultar em problemas respiratórios, e especialistas advertem a todos para ficarem em casa.

O Fuego é um de três estratovulcões da região. Apesar de todos estarem situados em uma área geológica ativa, não há evidências de que a erupção de um vulcão poderia causar a erupção de um dos outros vulcões, observa Krippner.

Enquanto o Fuego é conhecido por ser um dos vulcões mais ativos da região, uma erupção desta escala não é vista desde 1902, quando milhares de pessoas morreram. Uma grande erupção em 1974 danificou terras de fazendas próximas, mas nenhuma morte foi registrada.

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