Restos congelados de leão-das-cavernas são encontrados na Rússia

O leão da Era do Gelo ainda pode ser visto descansando a cabeça sobre as patas.

Por Sarah Gibbens
Publicado 10 de nov. de 2017, 11:45 BRST, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT

Os restos congelados de um de um filhote de leão das cavernas que provavelmente viveu durante a última Era do Gelo foi revelado na Rússia.

Jornais locais reportaram que o cadáver do filhote de cerca de um ano foi encontrado na região russa de Yukatia, no extremo noroeste do país, por um local. Não é a primeira vez que achados pré-históricos são descobertos na Sibéria.

O permafrost da área, solo congelado perene, é capaz de preservar animais como leões-das-cavernas e mamutes-lanosos por dezenas de milhares de anos depois da extinção das espécies.

O novo filhote aparece apenas dois anos depois que dois filhotes congelados e intactos da mesma forma – chamados Uyan e Dina – foram descobertos. Datados com cerca de 12 mil anos de idade, Uyan e Dina foram os primeiros leões-das-cavernas pré-históricos encontrados em estado tão bem preservado.

De acordo com a Interfax, o canal de notícias independente mais importante da Rússia, o filhote recém-descoberto – ainda não nomeado – foi entregue à Academia de Ciências da Rússia. Albert Protopopov, o mesmo paleontólogo que estudou Uyan e Dina, vai examinar o novo filhote.

Diferente dos filhotes de 2015, que morreram com cerca de 2 a 3 semanas de idade – antes de formarem dentes –, o novo filhote parece ter sobrevivido por mais ou menos 1 ano. Por ter idade suficiente para formar dentes, cientistas devem conseguir fazer uma análise mais precisa dos restos do animal.

Os leões-das-cavernas foram extintos há cerca de 10 mil anos. O pouco que cientistas sabem sobre eles foi coletado em ossos e pegadas. O felino, uma subespécie do leão moderno, é às vezes chamado de leão-das-estepes porque também habitou as estepes europeias.

No vídeo que revela o filhote, os restos do leão estão em condições visivelmente boas. Do tamanho de um braço humano, o filhote é compacto e acinzentado, mas as patas ainda não são reconhecíveis. Tufos de pelo ainda sobressaem do corpo. O mais impressionante é o rosto do animal, que ainda pode ser visto descansando sobre as patas.

Mais análises serão feitas para determinar se o filhote é um macho ou uma fêmea.

Depois dos testes em Uyan e Dina, Protopopov disse à National Geographic que eles morreram presos embaixo do solo, depois que a caverna onde estavam desabou. Não é claro como o novo felino morreu, mas Protopopov disse aos jornais locais que os restos parecem ainda melhor preservados.

(A National Geographic tentou entrar em contato com Protopopov, mas ele não respondeu aos pedidos de comentário até o momento da publicação deste artigo.)

O estado de conservação do novo filhote realimentou esperanças de que os restos possam ser usados para clonagem. Em 2016, cientistas russos e coreanos disseram à Interfax que tentariam clonar um filhote de leão-das-cavernas. Não se sabe o que será feito do novo filhote, mas trazer animais extintos de volta à vida, ou ‘desenxtinguí-los’, é um esforço que gera debates na comunidade científica.

Cientistas que se encontraram na National Geographic em 2013 concordam que reconstruir um genoma, o processo necessário para recriar uma espécie, é algo já alcançável pela ciência, mas exige um espécime preservado.

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