Filhotes de leão-das-cavernas são encontrados congelados na Sibéria
Incrivelmente preservada, a descoberta traz um novo olhar sobre o carnívoro extinto há mais de um milênio.
Pesquisadores russos anunciaram a descoberta de filhotes de leão-das-cavernas encontrados no permafrost da Era do Gelo em Yakutia, na Sibéria. Os felinos congelados são os primeiros de sua espécie a serem encontrados em estado tão bem preservado.
Ao menos um deles está preservado de forma tão delicada que até seu pelo está intacto. O animal está congelado desta forma há pelo menos 10.000 anos, embora os relatórios iniciais indiquem que os restos mortais podem ser ainda mais velhos.
“Até onde sei, nunca nenhum felino pré-histórico foi encontrado neste nível de preservação,” afirma Julie Meachen, especialista em fósseis felídeos, “esta é uma descoberta realmente extraordinária.”
Descrito pela primeira vez em 1810, restos mortais do leão-das-cavernas foram encontrados da Eurásia até a América do Norte. Até agora, no entanto, o registro de fósseis para este grande felino estava restrito a ossos e rastros.
Os cientistas que estudam os filhotes ainda mantêm silêncio sobre a descoberta. O paleontólogo Albert Protopopov, da Academia de Ciências da República de Sakha, não quis responder perguntas sobre os felinos, aguardando a coletiva de imprensa, agendada para o dia 17 de novembro, para divulgar as descobertas iniciais. O evento também irá destacar outras descobertas espetaculares feitas na região, como “Yuka”, o mamute-lanoso.
No entanto, visto que os gatos dominam a Internet, a foto de um animal da Era do Gelo tem animado tanto os amantes dos felinos quanto os paleontólogos. “Eu estava meio descrente ao ver pela primeira vez, mas, quando tudo pareceu verdadeiro, fiquei simplesmente admirada.” diz Meachen.
O leão-das-cavernas — também chamado de leão-das-cavernas europeu por ter rondado pastagens abertas europeias em vez de ficar restrito a terrenos rochosos — é uma subespécie extinta da espécie Panthera leo, o leão de hoje.
Os filhotes congelados são fofos, mas a importância vai além. Pesquisadores devem conseguir identificar informações sobre a causa da morte, as cargas parasitárias destes filhotes e, se ainda houver leite materno no estômago, podem determinar o que os leões adultos comiam.
“Estou certa de que estamos apenas nas primeiras de todas as perguntas que podemos fazer,” diz Meachen. Os filhotes trazem uma nova janela a este mundo gelado de tempos nem tão distantes.
Publicado originalmente em 28 de outubro de 2015.