100 anos de elefantes: as melhores fotos da National Geographic

Desde 1906, a National Geographic vem retratando estes animais maravilhosos. Lentes afiadas têm capturado elefantes em seus muitos papéis: desde criaturas exóticas e animais de carga, até tesouros que precisam ser salvos.

Desde que a primeira reportagem sobre elefantes foi publicada na National Geographic, em 1906, a revista tem tomado diferentes ângulos na cobertura destes animais, desde presas de caçadores, meio de transporte de carga até espécies que precisam ser salvas. Com o tempo, a tecnologia avançou e ajudou os fotógrafos a capturar momentos mais íntimos. Michael ''Nick'' Nichols tirou esta fotografia de elefantes órfãos se refrescando na lama no Parque Nacional Tsavo, no Quênia, montando uma câmera em um poste, permitindo que ele olhasse mais de perto os elefantes enquanto mantinha uma distância física. Os banhos de lama diários são essenciais para a higiene dos elefantes, pois eles os protegem efetivamente do Sol e limpam sua pele de insetos e carrapatos.

Foto de Michael Nichols Nat Geo Image Collection
Por Christine Dell'Amore
Publicado 18 de abr. de 2023, 10:02 BRT

Eliza Scidmore, a primeira mulher escritora, fotógrafa e membro do conselho da National Geographic, tem outra conquista em sua jornada: foi a primeira pessoa a publicar uma fotografia de um elefante na revista, em dezembro de 1906. Scidmore, uma viajante inveterada que trouxe as famosas flores de cerejeira do Japão para a capital americana, tinha fotografado elefantes asiáticos reunidos no Sião (atual Tailândia) para servir como animais de trabalho para o rei.

Um ano depois, em 1907, a revista publicou fotografias noturnas de elefantes africanos perto do Monte Kilimanjaro, na Tanzânia. O fotógrafo Carl Schillings trabalhava no estilo de George Shiras, conhecido como Grandpa Flash, a primeira pessoa a usar armadilhas fotográficas e fotografia com flash para capturar imagens da vida selvagem.

Mas só em 1912 a publicação lançou seu primeiro ensaio sobre elefantes, parte de uma expedição de caça altamente divulgada, liderada pelo ex-presidente Teddy Roosevelt e fotografada por Carl Akeley, taxidermista de P.T. Barnum, fundador do circo Barnum & Bailey. Um século após as primeiras histórias de elefantes da revista, Julia Andrews, editora da National Geographic Image Collection, diz que há "tendências definidas que mudam de década para década".

Por exemplo, diz Andrews, nos primeiros anos o tema predominante era elefantes e caça: "A história era muito parecida com o homem e seu troféu". Nas décadas de 1920 e 1930, quando os zoológicos se tornaram mais populares, e a curiosidade sobre animais selvagens foi despertada, as histórias enfatizavam o papel dos elefantes como animais para o transporte de carga. 

Em 1928, os diretores do King Kong, Merian Cooper e Ernest Schoedsack, escreveram e fotografaram uma história sobre a domesticação de elefantes africanos, afirmando que "serviu bem ao poderoso animal ter se submetido à inteligência superior do homem".

Então, nas décadas de  1950 e 1960, câmeras menores facilitaram a reportagem de campo e a cultura safári africana floresceu. Nessa época, as histórias da National Geographic sobre elefantes haviam mudado para "a ideia de que você vai para o habitat do animal, não o contrário", diz Andrews.

Quando Quentin Keynes (bisneto de Charles Darwin) fez um ensaio no Quênia, em 1951, ele o chamou de "The Uncaged Elephants of Africa" (Os elefantes não enjaulados da África, em tradução livre) e fotografou desde uma casa na savana construída sob encomenda. As armadilhas fotográficas inicialmente criadas por Shiras também começaram a evoluir para unidades menores e mais sensíveis, que podiam capturar a vida diária dos animais selvagens como nunca antes.

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    Elefantes: mudança de foco

    Na década de 1970, quase nenhum artigo foi publicado sobre elefantes. Mas os anos 1980 trouxeram consigo uma era de ensaios e matérias sobre conservação, começando com o artigo de novembro de 1980 Elefantes da ÁfricaPodem Sobreviver?, do explorador Iain Douglas-Hamilton e sua esposa, Oria.

    Os exploradores da National Geographic Beverly e Dereck Joubert começaram o que seriam décadas de trabalho observando e estudando o elefante africano, com seu artigo de maio de 1991, Testemunha ocular de um velório de elefante. A história foi uma das primeiras a demonstrar que os elefantes têm uma "vida interior emocional": que, como os humanos, eles choram seus mortos, diz Lori Franklin, editora da National Geographic Image Collection.

    A cobertura da revista sobre elefantes tem tido impactos significativos na sociedade, reconhece Franklin. Custo Escondido do Turismo de Vida Selvagem, uma história de capa de 2019 fotografada por Kirsten Luce, revelou os maus tratos infligidos aos elefantes em cativeiro. A história levou a uma petição maciça e, finalmente, à libertação de um animal ferido bem conhecido em um santuário.

    A série em três partes Megatransect: através de 1.200 milhas da África não domesticada a pé (a saga da viagem do explorador Mike Fay pelo centro do continente, fotografada por Michael "Nick" Nichols) acabou levando à criação de 13 parques nacionais no Gabão e três na República do Congo.

    No século 21, a National Geographic continua a se concentrar nos elefantes. As espécies de elefante da savana africana, da floresta africana e o elefante asiático estão agora em perigo, principalmente devido à caça furtiva de marfim e à perda de habitat.

    Mas também há histórias de esperança, com fotógrafos buscando soluções para a crise. As fotografias de Nick Nichols de elefantes órfãos do David Sheldrick Wildlife Trust,  centro de resgate de elefantes bebês mais bem sucedido do mundo, foram particularmente populares entre os leitores. A reportagem de Ami Vitale sobre os guerreiros que antes temiam os elefantes e agora os protegem, na Reserva Nacional Samburu do Quênia, também destacou como a mudança pode ser fortalecida.

    Na reportagem de capa de maio de 2023, The Elephant Next Door, as fotografias de Brent Stirton ilustram como os elefantes asiáticos e as pessoas disputam espaço em um mundo em rápida urbanização.

    Para Andrews, o século de reportagens da National Geographic sobre estas espécies magníficas é uma conquista inigualável: "Estamos educando as pessoas sobre elefantes e, no final, devemos estar muito orgulhosos disso", diz ele.

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