Dia Mundial dos Papagaios: conheça o projeto de preservação de um Explorador Nat Geo na Venezuela
As aves da família dos papagaios têm sua própria data efeméride. O Dia Mundial dos Psitacídeos, celebrado em 31 de maio, chama a atenção para a importância da preservação desses animais na natureza.
Os psitacídeos, como os papagaios-de-ombro-amarelo que aparecem na foto, são aves tipicamente tropicais. Esses podem ser encontrados principalmente nas regiões tropicais e temperadas do Hemisfério Sul, sendo essa espécie típica de algumas ilhas caribenhas.
Papagaios, araras, periquitos, cacatuas, calopsitas e muitas outras aves fazem parte da família dos psitacídeos, que pertencem à ordem dos Psittaciformes, conforme define a Encyclopaedia Britannica (plataforma de conhecimento e educação do Reino Unido). Entre eles, há o papagaio-de-ombro-amarelo (Amazona barbadensis), que está em perigo de extinção. Mas uma iniciativa de um Explorador da National Geographic está ajudando a protegê-lo na Venezuela.
Anualmente, no dia 31 de maio é comemorado o Dia Mundial dos Psitacídeos para reforçar a importância de cuidar e preservar essas aves, já que algumas delas estão ameaçadas de extinção. Com mais de 360 espécies, os psitacídeos costumam ter como características gerais uma plumagem bem colorida, além de serem ruidosos, possuírem pés parecem garras (as quais usam para se segurar em troncos e galhos), além de terem o bico arredondado.
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Elas também são aves tipicamente tropicais encontradas especialmente nas regiões tropicais e temperadas do Hemisfério Sul, de acordo com a plataforma inglesa. Por conta disso, várias espécies de psitacídeos estão presentes na América Latina. E justamente por conta da beleza exuberante dessas aves e sua capacidade de vocalização (o papagaio-cinza, por exemplo, é um dos que conseguem imitar a voz humana), elas atraem olhares de admiração, mas também comércio ilegal.
Há várias iniciativas e instituições voltadas para proteção dessas aves no mundo, como um dos projetos da Provita na Venezuela, coordenado pelo biólogo, ambientalista e Explorador da National Geographic José Manuel Briceño Linares. Conheça mais sobre o importante trabalho realizado por ele juntamente com a Provita para proteger e conservar a “cotorra margariteña”, uma espécie de papagaio que é típica da Isla Margarita – e que aqui no Brasil conhecemos por papagaio-de-ombro-amarelo (Amazona barbadensis).
A caça ilegal e a degradação do habitat são as principais ameaças enfrentadas pelo papagaio-de-ombro-amarelo (Amazona barbadensis), uma espécie de papagaio típica da Isla Margarita, na Venezuela.
Como é o trabalho de proteção do papagaio da Isla Margarita
Desde 1989, a Provita vem trabalhando para conservar a biodiversidade da península Macanao na Isla Margarita, localizada na Venezuela. Com foco na ave tradicional da região, a “cotorra margariteña”, o papagaio-de-ombro-amarelo (Amazona barbadensis) como símbolo de conservação, a instituição desenvolveu um programa dinâmico que se adaptou às ameaças em evolução e às oportunidades emergentes.
“Quando começamos, a população de papagaios era de 700 aves, agora nas estimativas mais recentes contamos com mais de 2 mil animais na ilha. Esse papagaio é classificado globalmente como ‘quase ameaçado’ (pela União Internacional para Conservação da Natureza) e como ‘ameaçado de extinção’ na Venezuela (segundo o Livro Vermelho da Fauna Venezuelana)”, explica a Provita em comunicado.
Para conseguir esse aumento da população de papagaios, a equipe Sub-Diretor Regional da Provida e Explorador da Nat Geo José Manuel Briceño Linares trabalhou na mitigação de suas duas principais ameaças: a captura de filhotes para o comércio ilegal de animais de estimação (nacional e internacional) e também contra a destruição do habitat dos ninhos, dormitório e alimentação por meio da mineração a céu aberto para o setor de construção.
“Utilizamos diferentes ações de gerenciamento de espécies, como a proteção de ninhos e a instalação de ninhos artificiais, entre outras. Para lidar com a segunda ameaça, plantamos 14 mil árvores nativas de floresta seca em áreas degradadas pela mineração para restaurar o habitat natural desse papagaio. Hoje, o papagaio-de-ombro-amarelo é considerado mais um morador da Isla Margarita”, explica José Manuel.
A iniciativa de conservação realizada pela Provita conta com a ajuda de ecoguardiões para auxiliar na proteção dos ninhos do papagaio-de-ombro-amarelo.
O projeto da Provita realizado na Isla Margarita (Venezuela) é responsável pela proteção do papagaio tradicional da região por meio de várias estratégias: viveiros de ninhos, ninhos artificiais, ninhos de amamentação e o plantio de milhares de árvores nativas.
A parceria com a comunidade local para proteger e cuidar dos papagaios na Venezuela
Para evitar a caça ilegal do papagaio-de-ombro-amarelo, todos os anos a Provita envia uma equipe de ecoguardiões durante a temporada de nidificação (quando as aves constroem seus ninhos). São jovens que vivem na ilha, geralmente ex-caçadores, que são organizados em uma cooperativa e contratados para proteger os ninhos dos papagaios. Seus esforços contribuíram para um aumento de quase três vezes no número de papagaio-de-ombro-amarelo.
José Manuel conta mais como ele e sua equipe enfrentam os desafios para a proteção desse papagaio: “O desmatamento e a degradação do habitat natural do papagaio são uma das principais ameaças à espécie. A conversão de florestas em terras agrícolas, a urbanização e outros fins humanos reduzem o espaço disponível para essas aves. É importante aumentar os esforços de restauração ecológica. E acabar com a captura ilegal de papagaios para o comércio ilegal de animais de estimação é outro grande desafio que nós enfrentamos.”
No Dia Mundial dos Papagaios é importante ressaltar que a conservação das aves e o esforço sustentado são ações que funcionam e o Programa de Conservação do Papagaio da Isla Margarita realizado pela Provita, coordenado por José Manuel Briceño Linares, é um exemplo disso, e foi bem-sucedido graças às pessoas da comunidade, aos ecoguardiões, entre outros.
Por conta dos bons resultados, a equipe está ampliando o campo de atuação. “Juntamente com colegas de Bonaire e Aruba, desenvolvemos em 2021 o primeiro plano de ação de conservação para a espécie em toda a sua distribuição pela região do Caribe. Agora vamos fazer ações coordenadas de conservação na Venezuela, Bonaire e Aruba, e busca envolver Curaçao também, permitindo-nos expandir a experiência em Macanao e integrá-la a atividades em outras partes da área em que essa espécie de papagaio é encontrada”, afirma esperançoso José Manuel.