Saiba como foi o National Geographic Explorer Retreat realizado na Disney Brasil

Durante três dias, o evento contou com apresentações dos trabalhos e projetos de National Geographic Society e com a presença de vários Nat Geo Exploradores da América Latina, sendo a maioria do Brasil.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 25 de mar. de 2024, 16:59 BRT
Vários Exploradores (acima) se reuniram no National Geographic Explorer Retreat para apresentar seus projetos na Disney ...

Vários Exploradores (acima) se reuniram no National Geographic Explorer Retreat para apresentar seus projetos na Disney Brasil.

Foto de National Geographic

De 19 a 21 de março, a sede da Disney Brasil, na cidade de São Paulo, recebeu um evento interno da National Geographic: o Explorer Retreat.  Organizado pela equipe de National Geographic Society, o evento deu a oportunidade de apresentar os diversos trabalhos e projetos que a área apoia em todo o mundo, especialmente na América Latina e, ainda, contou com a presença de 25 Exploradores de Nat Geo, que mostraram um pouco de seus trabalhos na região - foram 24 brasileiros e um costa riquenho que vive no Brasil.

Logo no primeiro dia, Gael Almeida (Diretora Executiva de National Geographic Society para a América Latina) e Sof Tolosa Orquera (Gerente Regional de National Geographic Society para a América Latina) abriram os trabalhos mostrando como é a estrutura de National Geographic Society e o tamanho da rede de exploradores que eles apoiam em todo mundo. “Contamos com cerca de 200 exploradores na América Latinasendo 60 deles só no Brasil. Todos envolvidos em projetos que buscam iluminar e proteger as maravilhas do planeta”, disse Gael Almeida em sua apresentação inicial.  

A seguir, veja mais detalhes sobre como foi o evento e quem esteve presente no National Geographic Explorer Retreat

Conheça o National Geographic Society

Logo na abertura, Gael Almeida buscou contextualizar e apresentar a equipea visão e a missão da National Geographic Society para todos os presentes, a fim de que equipes de outras áreas da The Walt Disney Company Brasil conhecessem melhor o trabalho deles e de seus exploradores em diversas partes do mundo

Contando com cerca de 400 pessoas em diversos países, o time da National Geographic Society possui vários setores, sendo que Gael e Sof fazem parte da equipe de Explorer Engagement – uma área transversal que tem contato com todas as outras.

Essa é a equipe que tem contato direto com os exploradores de National Geographic, e neste caso especialmente os da América Latina. Gael aproveitou para explicar o que é um explorador de Nat Geo e como é o apoio dado pela organização a eles. 

“Os projetos dos exploradores de National Geographic são divididos dessa forma: de Investigação relacionados à Ciência; projetos de Conservação, ligados à preservação ambiental; de Educação, ligado à atividades educacionais de meio ambiente e, ainda, projetos de Storytelling, por meio de histórias contadas em fotos, vídeos, podcasts e outros meios”, explicou Gael.

Na conversa, a NatGeo Society explicou que o explorador costuma ser um pesquisador ou estudioso, uma pessoa de alguma instituição que possui um projeto relevante e interessante dentro dos cinco pilares essenciais de NatGeo (Oceano, Terra, Vida selvagem, História e culturas humanas e Engenhosidade humana).  Existe uma rigorosa seleção para se tornar um explorador e, assim, receber bolsas e apoio financeiro para investir nos próprios projetos  dentro de cada uma dessas áreas. 

A presença de 25 NatGeo Exploradores na Disney Brasil

No segundo dia do Explorer Retreat foi possível conhecer alguns Exploradores da National Geographic do Brasil, e seus incríveis projetos

Gael Almeida, Diretora Executiva de National Geographic Society para a América Latina, mostrou a importância dos projetos dos Exploradores em toda a região.

Foto de National Geographic

Angelo Bernardino 

brasileiro é oceanógrafo, professor na Universidade Federal do Espírito Santo e, atualmente, trabalha com florestas de manguezais próximos à foz do Rio Amazonas. Angelo organizou expedições científicas na região em colaboração com a National Geographic Society para determinar os efeitos do uso da terra e os impactos das mudanças climáticas nos manguezais da região amazônica, que é uma das maiores florestas contíguas de mangue do mundo. 

Os manguezais amazônicos fornecem alimento e meios de subsistência para milhões de pessoas e são fundamentais para a agenda climática do Brasil, pois essas florestas são muito importantes para o sequestro de carbono. Seu projeto também busca mostrar a importância desses manguezais para a subsistência das comunidades das populações costeiras do rio. 

Frederico Henning

Explorador da Nat Geo desde 2022, Frederico é brasileiro e professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro ensinando biologia evolutiva. Ele investiga a origem da biodiversidade, buscando causas genéticas e ecológicas das espécies. 

Ele lidera o projeto "Genomics in the Wild", no qual pretende descobrir as bases genéticas das radiações ecológicas dos ciclídeos – uma espécie de peixe.  

 Elisabeth Henshel

Bióloga brasileira com especialização em ictiologia (área da zoologia dedicada ao estudo dos peixes), tem um trabalho com foco na área de descoberta de novas espécies, estuda biodiversidade dos peixes e é professora na Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais.  Sua trajetória começou em 2011, quando ingressou no Laboratório de Evolução e Sistemática de Peixes Teleósteos. 

Desde então, ela faz viagens de campo à floresta amazônica e às planícies do Pantanal para acumular conhecimento sobre a ictiofauna local, principalmente de pequenos peixes que habitam microambientes específicos. Além de Exploradora, ela é parceira Nat Geo Learning em escolas para apresentar mais sobre os peixes e o  sofrimento por desastres naturais.

Juan Carlos Vargas Mena

Juan Carlos Vargas Mena é da Costa Rica e vive no Brasil. Ele tem Doutorado e Mestrado em Ecologia Terrestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O foco de seus estudos são os morcegos e criou uma fundação sobre o tema no Rio Grande do Norte. Atualmente, ele estuda as comunidades de morcegos na floresta de Caatinga no Nordeste do Brasil.

Além disso, Juan Carlos é um fotógrafo autodidata da vida selvagem. Registra cavernas ameaçadas em expedições intensivas, e ainda promove oficinas de educação ambiental que fala sobre a importância dos morcegos como polinizadores e controladores de insetos.

Lia Nahomi Kajiki

Lia Kajiki é uma bióloga ornitóloga brasileira e estudante de Ph.D. na Universidade Federal de Brasília. Lia estuda aves, sendo que seus principais interesses de pesquisa envolvem a evolução da sociabilidade em aves e comunicação das aves, com foco de estudo na região do Cerrado

Atualmente, a bióloga está interessada em descobrir questões não respondidas até então sobre a evolução dos sistemas de acasalamento genético e a seleção sexual em aves neotropicais.

Carlos Eduardo Fragoso 

Carlos Eduardo Fragoso é um biólogo brasileiro que tem estudado constantemente as onças-pintadas e seus comportamentos na natureza desde 2015, usando diferentes técnicas, como câmeras remotas, radiotelemetria e rastreamento.

Ele investiga o comportamento das onças que sobem no alto das árvores. Já trabalhou no Pantanal, mas mudou-se para o Cerrado, onde descobriu que metade das onças são pretas. Tem como foco proteger as espécies por estarem ameaçadas.

Leo Lanna/ Lvcas Fiat

O biólogo Leo Lanna e o artista Lvcas Fiat são responsáveis pelo Projeto Mantis que estuda as espécies de louva-deus que habitam a Amazônia e a Mata Atlântica do Brasil. O Projeto Mantis pesquisa o ciclo de vida de cada espécie e a importância dos louva-deuses  para o meio ambiente.

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    A Exploradora da National Geographic Maria Agraciada é uma educadora, arquiteta e pesquisadora de linhagem Tupinambá e está a frente do projeto audiovisual do seu Instituto Etno para levar maior conscientização à sociedade sobre as comunidades indígenas no país.

    Foto de National Geographic

    Ana Caroline de Lima

    Ana Caroline de Lima é uma fotógrafa, jornalista e antropóloga brasileira. Seu trabalho se concentra na relação humana com o ambiente natural e a cultura contemporânea. Da Amazônia à Cordilheira dos Andes, grande parte de seu trabalho é realizado em diferentes partes da América do Sul, embora ela também tenha desenvolvido diferentes projetos na Ásia e na Europa

    Ana Caroline tem uma pesquisa sobre biodiversidade mundial – que estuda e divulga raízes que podem curar doenças. Atualmente, ela busca valorizar comunidades tradicionais do Cerrado, bioma com 4 mil espécies de plantas. Durante o Explorer Retreat, ela disse: “O que tem dentro da planta é cura, não é religião”.
    Daniel Venturini 

    Explorador da NatGeo desde 2018, Daniel Venturini é um biólogo marinho do Brasil, com mestrado em ecologia e conservação. Ele pesquisou baleias jubarte por quatro anos no Parque Nacional de Abrolhos, na Bahia, uma área fascinante que abriga a maior biodiversidade marinha brasileira

    Em 2016, fundou o ECO 360, um projeto voltado para a divulgação de iniciativas relacionadas à natureza e à conservação por meio de vídeos informativos. Seu objetivo é tornar as pessoas mais familiarizadas com o oceano por meio de experiências imersivas de realidade virtual em 360º, envolvê-las na causa da conservação e aumentar a conscientização. Seu projeto de Tour Virtual visa ser uma interface dos conteúdos para levar essa cultura para escolas públicas

    Carolina Arantes

    Carolina é uma fotógrafa documental brasileira que mora em Paris, na França, mas desenvolve projetos no Brasil. Exploradora Nat Geo desde 2020, ela explora temas ligados à identidade social e meio ambiente

    Atualmente, ela estuda o mercado da carne bovina e como a criação de gado está relacionada à questão ambiental, da economia, da reprodução e como isso traça nossa cultura. Ela seguiu os criadores para entender melhor a bancada ruralista na política e como o mercado pode ser mais sustentável.

    André Vieira 

    André é um jornalista e storyteller brasileiro que vive em Portugal. Seu foco de trabalho é o projeto de reflorestamento da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro. Ele estuda a importância da floresta como controladora das mudanças no clima. De acordo com seus estudos, estimam que a cidade do Rio de Janeiro seria 4ºC mais quente se não fosse a Floresta da Tijuca.

    Lucas Ninno

    Lucas Ninno é um fotógrafo e escritor freelancer que atualmente mora em São Paulo e é explorador NatGeo desde 2022. Nascido em Cuiabá, no Mato Grosso, ele passou sua juventude desfrutando do lazer nos rios, planaltos e cachoeiras do Pantanal e do Cerrado, dois importantes e ameaçados biomas brasileiros.

    Possui um projeto de proteção ambiental com foco em levar informação sobre a importância do Cerrado, que é o segundo maior bioma do Brasil. Hoje, o Cerrado é o bioma mais ameaçado, pois é onde estão localizadas as maiores monoculturas do Brasil (soja, milho, gado, entre outras). 

    Rafael Vilela

    Rafael Vilela é um fotógrafo brasileiro independente que atualmente faz reportagens sobre a injustiça social e a crise ambiental. Fundador do perfil Mídia Ninja nas redes sociais, ele também tem projetos fotográficos de divulgação sobre a importância dos povos indígenas e a proteção ao meio ambiente

    Os Exploradores da National Geographic contaram na Disney Brasil as suas trajetórias e projetos pelo Brasil, como Marcelo Rheingantz (acima) que realiza um importante trabalho desde a rede "Refauna"(www.refauna.org.br) para a restauração da fauna da Mata Atlântica.

    Foto de National Geographic

    Maíra Erlich

    Maíra é uma fotógrafa e documentarista de Recife, em Pernambuco, cujo trabalho se concentra em questões sociais, direitos humanos, família e cultura. Ela documenta a tragédia sócio-ambiental em Alagoas  por conta de 40 anos de mineração desordenada – e foi por conta deste trabalho que se tornou uma Exploradora em 2023. 

    Mariana Kaizer

    Mariana é uma bióloga com PhD em Primatologista e Conservacionista. Natural do Rio Grande do Sul, ela estuda a espécie do muriqui – o maior primata das Américas e que está ameaçada de extinção.

    Eduardo Neves

    arqueólogo Eduardo Neves é professor-titular e diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo. Com o Projeto Amazônia Revelada, que estuda arqueologia e a importância dos povos indígenas na proteção da Amazônia, ele usa a arqueologia como ferramenta para estudar o passado e proteger as áreas que estão ameaçadas de extinção. 

    “Não dá para pensar no futuro da Amazônia sem pensar no futuro dos povos originários”, afirma Eduardo Neves. 

    Elton John de Lírio

    Os principais interesses de pesquisa de Elton são a sistemática, a evolução e a conservação de plantas, com foco especial em Magnoliidae (angiospermas) e gimnospermas. Ele estufa a taxonomia de plantas focado em conservação de espécies ameaçadas de extinção.

    Marcelo Rheingantz

    Biólogo com foco em Ecologia e Zoologia, é Explorador desde 2020. Já trabalhou com peixes e, atualmente, tem foco em conservação ambiental, em especial da Mata Atlântica. Trabalhou com reintrodução de espécies na Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro. “Meu trabalho é tentar salvar as florestas”, disse Marcelo no evento.

    Pedro Torres

    Pedro Torres é engenheiro elétrico pela Universidade Federal do Pará UFPA (Brasil) e atualmente está cursando o doutorado. O objetivo de seu trabalho é desenvolver uma microrrede de corrente contínua completa para trabalhar uma operação na região amazônica

    Seu foco é aplicar recursos utilizados na energia da rede urbana em ambientes isolados da rede elétrica. Tem uma rede de distribuição de energia elétrica para uma comunidade indígena – e com custo acessível.

    Maria Agraciada

    A educadora, arquiteta e pesquisadora de arquitetura de terra e de educação indígena, Maria Agraciada, de linhagem Tupinambá, é a idealizadora e fundadora do Instituto Etno, há mais de 20 anos. Como exploradora NatGeo, ela tem um projeto audiovisual para levar informação sobre o povo indígena para a sociedade, para que não se esqueçam da cultura e da importância do povo indígena para conservação das florestas
     

    Marcelo T. Kubo

    Marcelo é arquitetobiólogoilustrador, nascido e criado em São Paulo, Brasil. Tem formação multidisciplinar com bacharelado em Arquitetura e Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo, experiência em Arquitetura Paisagística, Preservação do Patrimônio Histórico e projetos de identificação de flora. Marcelo também trabalha como ilustrador científico, criando arte em nanquim e grafite para publicações científicas, diagramas digitais e resumos gráficos, além de ilustrações naturalistas em aquarela com foco na flora brasileira. Atualmente, Marcelo tem trabalhado na criação de vídeos de animação sobre comunicação científica em seu campo de pesquisa e também trabalha em colaboração com outros cientistas das mais variadas áreas.

    Fernando Marques Quintela

    O Explorador Fernando Marques Quintela está estudando a poluição de metalóides tóxicos e metais pesados em peixes e serpentes semiaquáticas do Pantanal brasileiro. "Minha carreira se baseia na realização de pesquisas relevantes para a conservação e o conhecimento da diversidade da fauna neotropical e, nos últimos anos, tenho me dedicado também à avaliação da ocorrência e da concentração de contaminantes em grupos faunísticos de áreas críticas para a poluição ambiental”, afirmou. 

    Durante seus 20 anos de experiência em Ciências Biológicas, desenvolveu mais de 70 estudos sobre ecotoxicologia, biogeografia, sistemática e taxonomia, filogeografia, ecologia trófica e espacial de peixes, anfíbios, répteis e mamíferos neotropicais, que se tornaram referência e ponto de partida para vários outros estudos. Também tem experiência em coordenação de equipes e uma vasta rede de pesquisadores colaboradores.

    André Pinassi Antunes

    André Pinassi Antunes é um ecologista brasileiro da vida selvagem, interessado em associar pesquisa e extensão como forma de melhorar a eficácia das práticas de conservação na Amazônia. Seus esforços são dedicados a apoiar o planejamento e a implementação da conservação, combinando ferramentas científicas e conhecimento tradicional. Seu foco é envolver a população local diretamente na cogestão comunitária de áreas selvagens na Amazônia brasileira e trabalhar no desenvolvimento de uma estrutura para a gestão territorial da vida selvagem com aplicação imediata em áreas protegidas na Amazônia e em todo o mundo. 

    Fabiano N. Pupim

    Fabiano Pupim é bacharel em Geografia e doutor em Geociências e Meio Ambiente (2014) pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), e pesquisador de pós-doutorado na Universidade de São Paulo e no Imperial College London. O Explorador da National Geographic Fabiano Pupim tem trabalhado com geomorfologia fluvial em várias grandes áreas úmidas da América do Sul, como Amazônia, Pantanal, Paraná e rio São Francisco

    Seu principal interesse de pesquisa é entender a resposta dos rios às mudanças climáticas e antropogênicas. Seu trabalho financiado pela Nat Geo Society aborda a evolução do sistema fluvial amazônico ao longo do tempo, usando uma abordagem geocronológica de ponta baseada em métodos de datação por luminescência.

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