O que são as vacinas bivalentes contra a Covid-19?

Novos imunizantes chegam para conter o aumento de casos da doença gerado por novas variantes do coronavírus.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 30 de nov. de 2022, 14:43 BRT, Atualizado 28 de fev. de 2023, 10:44 BRT
Dois irmãos recebem suas vacinas contra a COVID-19 em Berlim, Alemanha.

Dois irmãos recebem suas vacinas contra a COVID-19 em Berlim, Alemanha.

Foto de RUBEN SALGADO ESCUDERO

As novas vacinas bivalentes da Covid-19 tem o intuito de melhorar a defesa do organismo contra a doença. De acordo com Max Igor Lopes, médico infectologista consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, os novos medicamentos chegam para conter as variantes mais recentes do Sars-Cov-2. 

“Quando a ômicron chegou, vimos um crescimento acelerado nas infecções, mesmo em pessoas vacinadas”, lembra o médico. “Então, as bivalentes chegam para aumentar a eficácia da imunização”, afirma. 

Como as vacinas bivalentes funcionam?

Conforme explica Lopes, "bivalente" significa que a vacina faz com que o sistema imunológico crie anticorpos (proteção) contra dois tipos diferentes do vírus da Covid-19. 

As disponibilizadas atualmente combinam, na mesma aplicação, um estímulo para a criação de anticorpos tanto contra a proteína Spike, presente nas variantes iniciais de Covid, encontradas em Wuhan, quanto para as mutações da ômicron – especificamente para as subvariantes BA.4 e BA.5. 

Por enquanto, as únicas vacinas bivalentes desenvolvidas, estudadas e aprovadas para uso em humanos são as versões adaptadas das vacinas Moderna Spikevax e Pfizer-BioNTech Comirnaty Covid-19.

As vacinas protegem contra a variante BQ.1? 

No último mês, altas nos casos de Covid-19 foram observadas em várias partes do mundo, como nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil. Dados das secretarias de Saúde brasileiras mostraram um aumento de 131% na média móvel de casos de Covid em novembro, na comparação com outubro. 

Isso, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pode ser atribuído à circulação de uma nova cepa derivada da ômicron, chamada de BQ.1. A dúvida é, as vacinas bivalentes podem proteger contra ela?

Os dados da OMS afirmam que, com base no conhecimento atual, a proteção das vacinas disponíveis atualmente pode ser reduzida. Isso porque, de acordo com a agência internacional de saúde, essa subvariante parece “escapar” com mais facilidade dos anticorpos neutralizantes gerados tanto pelas vacinas quanto por infecções anteriores. No entanto, as vacinas atuais ainda ajudam a reduzir o risco de infecção grave.

Para Lopes, é importante chamar a atenção que mesmo a vacinação de reforço com a vacina “antiga” é capaz de melhorar a imunidade e prevenir infecções. “A diferença é que a vacina bivalente é um pouco melhor, e, na presença das duas opções, ela acaba sendo a recomendada.”

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial de duas vacinas bivalentes da Pfizer. Em 27 de fevereiro de 2023, o Ministério da Saúde iniciou uma campanha nacional de vacinação com os imunizantes. A expectativa é que toda a população tenha acesso às vacinas até março. 

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