Quando e por que é comemorado o Dia Mundial do Diabetes?

Data celebrada em 14 de novembro visa aumentar a conscientização pública sobre a doença. Conheça mais sobre os sintomas, as formas de controle e qual é a situação do diabetes nas Américas.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 14 de nov. de 2022, 14:56 BRT, Atualizado 14 de nov. de 2022, 15:59 BRT

A mulher mostrada aqui estava prestes a verificar seu nível de glicose no sangue. Esse processo é conhecido como automonitoramento da glicose no sangue e é uma maneira de as pessoas com diabetes descobrirem a quantidade de glicose no sangue. Uma gota de sangue da ponta do dedo é colocada em uma tira de papel revestida especial, revelando a quantidade de glicose no sangue. Muitas pessoas usam um medidor eletrônico para obter essa leitura. Nesse momento, ela estava realizando uma picada no dedo, usando uma agulha mecanizada, que penetrava na pele de forma muito rápida e relativamente indolor, controlando assim, induzindo a saída de uma gota de sangue, que poderia então ser analisada.

Foto de Amanda Mills CDC

O Dia Mundial do Diabetes foi instituído pela Federação Internacional de Diabetes em 1991, com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) em resposta à crescente preocupação com a crescente ameaça à saúde causada pela doença, como informa a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

No entanto, a data de 14 de novembro tornou-se oficial em 2006. Foi criada através de uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas que tem como objetivo aumentar a conscientização pública sobre a doença e suas complicações relacionadas, assim como divulgar informações a respeito de prevenção e cuidados.

O que é diabetes

O Diabetes mellitus (comumente chamado de diabetes) é uma doença crônica que ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o corpo não usa efetivamente a insulina que produz, relata a OMS.

A insulina é um hormônio que regula a concentração de glicose no sangue. Um efeito comum do diabetes descontrolado é a hiperglicemia (glicemia alta), que com o tempo danifica seriamente muitos órgãos e sistemas corporais, especialmente nervos e vasos sanguíneos, informa a Opas.

Quais são os principais tipos de diabetes?

Atualmente, existem três formas predominantes de diabetes: o tipo 1, o tipo 2 e o diabetes gestacional, explica José Esteban Costa Gil, médico especializado em Endocrinologia e Nutrição e presidente da Associação Latino-Americana de Diabetes (Alad).

Diabetes tipo 1

O diabetes tipo 1 (anteriormente chamado diabetes insulino-dependente, juvenil ou infantil) é caracterizado pela produção deficiente de insulina e requer a administração diária deste hormônio, explica a OMS. 

Já a causa deste tipo de diabetes é atualmente desconhecida. Tampouco se sabe como evitá-lo.

Diabetes tipo 2

O diabetes tipo 2 é o mais comum, conta Costa Gil. Especificamente, de acordo com a OMS, "mais de 95% das pessoas com diabetes têm diabetes tipo 2". Segundo o médico argentino, esta condição está ligada à genética, embora sua prevalência esteja também relacionada à obesidade e a um estilo de vida sedentário. 

Diabetes gestacional

Por outro lado, há também a diabetes gestacional. Ou seja, a doença surge durante a gravidez e "corresponde a valores de hiperglicemia que, apesar de serem superiores ao normal, são inferiores aos estabelecidos para o diagnóstico de diabetes", informa a OMS. 

Neste caso, ele é detectado através de testes pré-natal e geralmente desaparece após o parto. Também é aconselhável continuar os check-ups, sugere o presidente da Alad.

Quais são os sintomas do diabetes?

"Os sintomas da diabetes tipo 1 incluem excreção excessiva de urina (poliúria), sede (polidipsia), fome constante, perda de peso, distúrbios visuais e cansaço", observa a OMS. E estes sintomas podem aparecer de repente.

Em contraste, adverte Costa Gil, o diabetes tipo 2 é silencioso e se estabelece progressivamente ao longo dos anos. Geralmente é detectado através de check-ups médicos regulares.

O homem mostrado aqui estava prestes a verificar seu nível de glicose no sangue. Esse processo é conhecido como automonitoramento da glicose no sangue e é uma maneira de as pessoas com diabetes descobrirem a quantidade de glicose no sangue. Uma gota de sangue da ponta do dedo é colocada em uma tira de papel revestida especial, revelando a quantidade de glicose no sangue. Muitas pessoas usam um medidor eletrônico para obter essa leitura. Este paciente parecia feliz com o resultado do teste postado no medidor eletrônico de glicose. Sua leitura seria considerada normal se antes de uma refeição fosse de 70 a 130 mg/dl (5,0 a 7,2 mmol/l) e após uma refeição fosse <180 mg/dl (<10,0 mmol/l).

Foto de Amanda Mills CDC

Como e quando a insulina deve ser administrada

A medição da glicose é feita com um medidor ou glicosímetro no qual é colocada uma gota de sangue e, em questão de segundos, é exibido o nível de glicose da pessoa. Esta gota de sangue é obtida com uma lanceta que tem uma pequena agulha e perfura rapidamente a ponta do dedo. Outra maneira de medir a glicose é usar sensores de medição contínua: "Há uma grande variedade de tamanhos, marcas e formas de colocá-los”, explica a nutricionista argentina Sabrina Sosa.

Quando uma pessoa não produz insulina (ou produz insulina insuficiente), ela precisa de insulina externa, que pode ser administrada através de doses múltiplas (MDI). São injeções de análogos de insulina lentos (uma vez por dia) e rápidos (antes das refeições), explica Belén Molina.

Além disso, ela continua, há um infusor contínuo de insulina que administra a insulina de duas maneiras: pequenas gotas durante 24 horas e os chamados "bolos de insulina" antes das refeições. Além disso, acrescenta a nutricionista argentina, há ainda a insulina inalada, que é menos comum e atualmente só está disponível em alguns países.

A quantidade, tipo, modo, tempo e até mesmo a combinação de insulinas utilizadas por uma pessoa com diabetes deve ser definida pelo médico endocrinologista e depende das características individuais de cada pessoa, levando-se em conta idade, anos de diabetes, atividade física, entre outros fatores, acrescenta Sabrina.

O que acontece quando a glicose no sangue sobe ou desce abaixo dos níveis-alvo

Quando a glicose cai abaixo de 70 miligramas por decilitro, a pessoa está experimentando a hipoglicemia, explica a nutricionista Belén Molina, também da Argentina. Isto pode ocorrer por uma variedade de razões, tais como excesso de insulina, exercício não planejado ou pular uma refeição durante o dia. 

Já Sabrina adiante que a baixa glicemia é frequentemente acompanhada de sintomas como dor de cabeça, tremores, suores frios, fraqueza, pesadelos (se ocorrer à noite), dificuldade de concentração, palidez ou taquicardia. Para pessoas que normalmente não apresentam sinais de glicemia baixa, há um monitoramento contínuo com alertas preditivos.

Por outro lado, quando os níveis de glicose no sangue aumentam, ocorre a hiperglicemia. Os motivos para isso acontecer podem ser numerosos: falta de insulina, erro na contagem de carboidratos, processos hormonais ou doenças, entre outros. Em qualquer caso, é necessário agir imediatamente para evitar problemas e retornar aos valores desejados, adverte a nutricionista Belén.

Entre os sintomas mais comuns, a especialista menciona: visão turva, dor de cabeça, irritabilidade, sede excessiva, boca seca, micção frequente, fome e ansiedade.

A longo prazo, altos níveis de glicose no sangue estão associados a danos ao corpo e falha de vários órgãos e tecidos.

Qual é a situação do diabetes nas Américas?

Segundo a Opas, aproximadamente 62 milhões de pessoas nas Américas (e 422 milhões em todo o mundo) têm diabetes. São cerca de 244 mil mortes no continente americano (e 1,5 milhões em todo o mundo) atribuídas diretamente à doença a cada ano. 

A organização adverte que tanto o número de casos quanto a prevalência de diabetes têm aumentado de forma constante nas últimas décadas. Hoje, a enfermidade é a sexta principal causa de morte na região e 34% dessas perdas são prematuras (acontecem em pessoas entre 30 e 69 anos), de acordo com o site oficial do Pacto Mundial de Diabetes (GDC), da OMS.

Para o especialista em Endocrinologia e Nutrição, o cenário na região é heterogêneo e existem áreas com maiores recursos alocados para o cuidado da saúde – o que se traduz em uma situação melhor para o diagnóstico precoce e ao cuidado geral da saúde. Na verdade, a Opas adverte que entre 50% e 70% dos casos de diabetes nas Américas não são controlados.

Diante disso, os especialistas sugerem estar atentos ao aparecimento dos sintomas para que se possa consultar um profissional de saúde precocemente, além de manter em dia os exames médicos periódicos.

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