Burnout: como detectar a exaustão causada pelo trabalho

A síndrome pode causar efeitos físicos e psicológicos, além de sentimentos de exaustão e redução da eficácia profissional.

A privação do sono e a exaustão atingem um policial. Spokane, Washington (EUA).

Foto de Maggie Steber
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 27 de fev. de 2023, 17:24 BRT

síndrome de burnout é descrita como uma condição “resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso”, de acordo com a 11ª edição da classificação internacional de doenças (CID-11), de janeiro de 2022. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) caracteriza a condição como um “estado de exaustão vital fruto do estresse crônico derivado do trabalho”, cujos principais indícios são: 

  1. Sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia;  
  2. Aumento do distanciamento mental do próprio trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho; 
  3. Redução da eficácia profissional.

Quais são as causas do burnout?

Por ser uma doença ocupacional, segundo definição da OMS, as causas da síndrome de burnout estão, necessariamente, ligadas ao trabalho. Mas não há um único motivo para uma pessoa desenvolver a síndrome. 

Conforme explica Fabiano de Abreu Rodrigues, doutor em psicologia e neurociências, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências, o burnout pode estar relacionado com a forma como a pessoa conduz tarefas. 

“Às a própria pessoa extrapola o limite de seu organismo em busca da alta produtividade”, diz Rodrigues. 

Para ele, a condição é comum em pessoas que colocam metas inalcançáveis no dia a dia, que, quando não realizadas, causam frustração, estresse, sensação de improdutividade e cansaço crônico. Esses fatores causam indisposição, o que pode prejudicar outros fatores de saúde. 

Além disso, o neurocientista ressalta que o burnout também pode ser resultado de um ambiente de trabalho insalubre, que potencializa a sensação de urgência e frustração do funcionário. Segundo ele, a exaustão ocupacional também pode estar relacionada com casos de assédio moral, lideranças abusivas e ambientes com muita pressão para a produtividade. 

Como detectar o burnout: sintomas comuns

Sintomas como pressão frequente na cabeça, sono excessivo ou insônia, falta de concentração, tontura, visão embaçada e até mudanças na voz são alguns dos sinais relacionados com a síndrome de burnout. É o que explica Eduardo Perin, psiquiatra especialista em terapia cognitivo-comportamental pelo Ambulatório de Ansiedade do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).

Além desses, Perin também menciona taquicardia, falta de ar, tremores, sudorese, dor na barriga ou no peito, desmaios, sensação de formigamento pelo corpo e ondas de frio e de calor. 

Mesmo assim, todos esses sintomas ainda não englobam a totalidade dos efeitos da doença. 

Efeitos psicológicos também podem ser observados devido à síndrome estar ligada ao estresse. Segundo Perin, a pessoa começa a ficar mais irritada, desenvolve uma certa aversão ao trabalho, aos colegas e outros funcionários. Também é possível desenvolver sintomas depressivos, como desânimo, falta de vontade e cansaço exagerado. 

O diagnóstico da síndrome, no entanto, só pode ser feito por um profissional de saúde qualificado. “Se a pessoa está sentindo esse impacto do trabalho, é recomendado que ela busque atendimento com um psicólogo ou psiquiatra qualificado”, afirma Perin. 

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