O que é dengue? E por que a dengue tipo 3 pode ser mais grave? Veja como a doença é transmitida e seus sintomas

A dengue tipo 3 vem reaparecendo no Brasil e preocupando especialistas. Conheça os diferentes sorotipos e como se prevenir.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 27 de jan. de 2025, 12:40 BRT
O mosquito Aedes aegypti.

O mosquito Aedes aegypti.

Foto de David Liittschwager

A dengue é uma infecção viral transmitida ao ser humano pela picada de mosquitos fêmeas infectados, o Aedes aegypti, informa a Organização Mundial da Saúde (OMS). Após a picada, o vírus da dengue penetra na corrente sanguínea

Durante um período de quatro a sete dias, chamado de incubação, o vírus se multiplica em órgãos como baço, fígado e tecidos linfáticos. Neste período, a pessoa está infectada, mas não transmite a doença se for picada pelo vetor, explica um artigo no site da Fundação Oswaldo Cruz ( Fiocruz).

Depois desse período de incubação, o vírus retorna à corrente sanguínea. E neste momento se inicia o período de viremia, que dura cerca de seis dias - quando o indivíduo infectado pode transmitir a doença se for picado pelo vetor (o mosquito). 

A doença é mais frequente em regiões de climas tropicais e subtropicais e, como não há tratamento específico – mas existe vacina contra a dengue – os métodos terapêuticos comumente utilizados visam aliviar a dor. 

O vírus da dengue (o DENV) pertence à família dos flavivírus e possui quatro sorotipos distintos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. O que vem preocupando as autoridades médicas no Brasil é que a dengue tipo 3 (do sorotipo DENV-3), que pode desencadear uma dengue mais grave, tem reaparecido no país, como informou o Ministério da Saúde. 

Conheça melhor os quatro sorotipos da dengue, quais são os sintomas comuns da doença e entenda o porquê da preocupação com o tipo 3 atualmente - e como se prevenir.

(Pode te interessar também: O que é a dengue grave?)

Entenda o que são os sorotipos da dengue 


O vírus da dengue tem quatro diferentes sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) e cada um deles, segundo o Ministério da Saúde, pode causar desde infecções assintomáticas até quadros graves da doença. 

“Os quatro sorotipos são suficientemente distintos para que uma infecção por um deles não ofereça imunidade contra os outros”, destaca o órgão de saúde. “Isso significa que uma pessoa pode ser infectada até quatro vezes.” 

Deve-se levar em consideração que todos os quatro sorotipos podem levar ao dengue grave logo na primeira infecção, porém isso acontece com maior frequência após a segunda ou terceira infecção. Além disso, os sorotipos 2 e 3 são considerados mais virulentos e por conta disso, preocupam mais as autoridades de saúde, conforme relata um artigo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Por que a dengue tipo 3 está preocupando atualmente? 


Desde o final dezembro de 2024, as autoridades de saúde no Brasil estão em alerta para o aumento da presença do vírus DENV-3, a dengue tipo 3, no país. Ele vem sendo detectado recentemente em meio a testes positivos para dengue – especialmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, no Amapá e no Paraná

Essa ampliação da presença da dengue tipo 3, segundo o Ministério, foi registrada nas últimas semanas de dezembro e segue em janeiro de 2025. O cenário preocupa autoridades sanitárias, já que o sorotipo não circula de forma predominante no país desde 2008, e grande parte da população está suscetível a ele.

Em reportagem da Agência Brasil, representantes do Ministério explicaram que o DENV-3 é considerado um dos sorotipos mais virulentos do vírus da dengue, ou seja, tem maior potencial de causar formas graves da doença (popularmente conhecido como "dengue hemorrágica" - nome não mais usado pela OMS desde 2009).

Porém, como já citado, estudos indicam que, após a segunda infecção por qualquer sorotipo, há uma predisposição para quadros mais graves, independentemente da sequência dos sorotipos envolvidos. No entanto, os sorotipos 2 e 3 são frequentemente associados a manifestações mais severas.”

Na imagem acima, vemos em detalhes a típica coloração de um mosquito da dengue (Aedes aegypti): ...

Na imagem acima, vemos em detalhes a típica coloração de um mosquito da dengue (Aedes aegypti): preto com pequenas listras brancas em todo corpo. A fêmea é a responsável por infectar com o vírus da dengue.

Foto de Raquel Portugal e Rodrigo Méxas Fiocruz Imagens

Quais são os sintomas da dengue? 


Algumas pessoas infectadas pela dengue não apresentam sintomas, destaca o órgão de saúde. No caso dos pacientes sintomáticos, os sinais geralmente aparecem entre 4 e 10 dias após a infecção, e duram de 2 a 7 dias.

Entre os sintomas mais comuns, a organização menciona: febre alta (40 °C), dor de cabeça muito intensa, dor atrás dos olhos, dores musculares e articulares, náuseas, vômitos, aumento dos gânglios linfáticos e erupções cutâneas. 

Porém, quando a doença evolui para a forma grave, há uma diminuição das plaquetas e consequente hemorragia. De acordo com o site do Ministério da Saúde brasileiro, o aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes podem indicar um sinal de alarme para dengue hemorrágica

Segundo a OMS, a dengue em sua forma mais severa de todas tem os seguintes sintomas clínicos: choque ou dificuldade respiratória devido a extravasamento grave de plasma dos vasos sanguíneos; sangramento intenso; e comprometimento grave de órgãos (lesão hepática, miocardite e outros).

Esse é um quadro gravíssimo que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal.

Quanto duram os sintomas da dengue?


Em relação à duração da doença, a OMS afirma que na maioria dos casos as pessoas se curam em uma ou duas semanas. No entanto, a doença pode apresentar piora e, nesses casos, requer hospitalização. 

Portanto, ao observar agravamento dos sintomas é necessário buscar auxílio médico o mais rápido possível. 


A melhor forma de não ser infectado pelo vírus é se proteger das picadas dos mosquitos Aedes aegypti, destaca a OMS. Para isso, a organização sugere algumas medidas, como usar roupas que cubram o corpo o máximo possível, instalar mosquiteiros nas janelas e usar repelentes usar repelente adequado (com icaridina); e claro: procurar ajuda médica diante de qualquer sintoma de alerta.

Além disso, é essencial tentar minimizar a proliferção do mosquito. É recomendável evitar o acúmulo de água em recipientes externos para interromper o desenvolvimento de larvas de mosquitos. As orientação do Ministério da Saúde é para não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, nem deixar piscinas sujas, entre outros.

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