Como o vírus da dengue afeta o corpo?

O patógeno tem quatro sorotipos que podem produzir desde formas assintomáticas e brandas da doença, até casos graves e outros potencialmente fatais

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 11 de mai. de 2023, 14:49 BRT
O mosquito Aedes aegypti.

O mosquito Aedes aegypti.

Foto de David Liittschwager

dengue, uma doença transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, é causada por um vírus da família dos flavivírus, classificado no meio científico como um arbovírus (que é transmitido por mosquitos), segundo explica o Ministério da Saúde do Brasil. 

São conhecidos quatro sorotipos do vírus da dengue: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Segundo o MS, todos causam os mesmos sintomas e podem provocar tanto a forma clássica da doença quanto formas mais graves. É o comportamento do vírus dentro do organismo que ditará a gravidade da doença. 

(Relacionado: Vacina contra a dengue é aprovada pela Anvisa)

Como ocorre a infecção pelo vírus da dengue? 

Depois da picada de um mosquito infectado, o vírus da dengue acessa a corrente sanguínea humana, de onde viaja até órgãos como baço, fígado e tecidos linfáticos, segundo explicam dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição de pesquisa em doenças infecciosas. Neste período, chamado de incubação e que dura de quatro a sete dias, é quando o vírus se multiplica, ainda sem causar sintomas ou permitir que o indivíduo transmita a doença. 

Ainda segundo a Fiocruz, após a incubação, o vírus retorna à corrente sanguínea e, aí sim, passa a causar sintomas como febre, salvo em casos da doença assintomática. Durante o desenvolvimento da dengue, o vírus continua a se multiplicar dentro das células sanguíneas até atingir a medula óssea, onde compromete a produção de plaquetas, células fundamentais para os processos de coagulação, informa a fundação. 

Além disso, durante a multiplicação do vírus, formam-se substâncias que agridem as paredes dos vasos sanguíneos, originando perda de líquido (plasma) e aumento da concentração do sangue. São esses processos, segundo a FioCruz, que desencadeiam as hemorragias características da dengue hemorrágica, a forma mais grave da doença. 

Este processo do vírus também é o porquê do uso de remédios com base em Dipirona e Ácido Acetil Salicílico (AAS) – muito usados para o tratamento da febre e dores de cabeça – ser desaconselhado em casos de dengue, alerta a Fiocruz. 

Segundo a fundação, estes medicamentos não são recomendados porque atuam na pressão sanguínea e nas  plaquetas,  exatamente o que está alterado no corpo humano pela dengue, podendo aumentar o risco de hemorragias

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