Ansiedade climática: quais são os sinais de que uma pessoa está sofrendo com o problema?

A preocupação atinge principalmente quem está nas gerações mais jovens e pode alterar o comportamento dos indivíduos.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 21 de dez. de 2023, 12:00 BRT, Atualizado 4 de mai. de 2024, 13:30 BRT
Pesquisadores catalogam flores na região de Gothic, no estado norte-americano do Colorado, para revelar a rapidez ...

Pesquisadores catalogam flores na região de Gothic, no estado norte-americano do Colorado, para revelar a rapidez com que a estação do ano está progredindo e como certas variáveis climáticas afetam cada espécie de flor.

Foto de Elliot Ross

Os alarmantes relatórios de centros especializados em monitoramento do clima e as terríveis notícias de como o planeta caminha para um ponto de não-retorno (ou ponto de inflexão) quando o assunto é mudança climática já causam impacto na saúde mental das pessoas. Trata-se da ansiedade climática, um misto de preocupação e medo do que vem por aí em um futuro impactado por eventos do clima.  

“A ansiedade em relação ao clima geralmente é acompanhada por sentimentos de pesar, raiva, culpa e vergonha que, por sua vez, podem afetar o humor, o comportamento e o pensamento”, explica um artigo médico publicado pela Harvard Health Publishing, plataforma de notícias da Escola de Medicina da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

A Harvard Health Publishing informa que já é possível notar que “o aumento das temperaturas tem sido associado ao aumento de visitas ao departamento de emergência por motivos psiquiátricos”. 

Quais são os sinais de quem está sofrendo com a ansiedade climática?

Além de afetar o humor e o comportamento das pessoas, outros efeitos já notados da ansiedade climática – e que podem impactar diariamente na rotina – são a perda na capacidade de se concentrar, comer, dormir, estudar e desfrutar dos relacionamentos, explica a Smithsonian Magazine, uma publicação do Museu  Smithsonian (instituição educacional e de pesquisa fundada e administrada pelo governo dos Estados Unidos).

A ansiedade climática também pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo de crianças e adolescentes, defende a Harvard Health Publishing.

Pedaços de icebergs flutuam sobre o fiorde da geleira Jorge Montt, no Chile.

Pedaços de icebergs flutuam sobre o fiorde da geleira Jorge Montt, no Chile.

Foto de Tamara Merino

Mas o que é exatamente a ansiedade climática?

De acordo com um artigo publicado pela Harvard Health Publishing, a ansiedade climática (ou eco-ansiedade) seria “o sofrimento relacionado às preocupações com os efeitos das mudanças climáticas”. 

“Não se trata de uma doença mental”, diz o artigo. “Em vez disso, é uma ansiedade enraizada na incerteza sobre o futuro e que alerta sobre os perigos de um clima em mudança”, continua o texto. 

Já uma reportagem sobre mudança climática publicada pela National Geographic Brasil em julho de 2022 ressalta que as pessoas mais jovens são as mais afetadas pelo problema. O dado é reforçado também por uma pesquisa realizada pela revista científica The Lancet.

“Mais da metade dos 10 mil jovens entrevistados concordou com a afirmação: ‘a humanidade está condenada’ e disseram que as preocupações com o estado do planeta estavam interferindo no sono, na capacidade de estudar, brincar e se divertir”, contou a reportagem de NatGeo.

O problema já ganhou uma magnitude tamanha nos Estados Unidos que universidades, como a de Washington, oferecem um curso sobre luto ecológico: “Ele fornece a seus alunos ferramentas como rituais de luto e exercícios de atenção plena para ajudá-los a lidar com suas emoções”, explica a reportagem. 

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