O que é a febre oropouche e como ela afeta o corpo?
A Organização Mundial da Saúde reconhece o risco epidemiológico do vírus na América Latina, em especial na Amazônia. O Brasil já registrou mortes.
Casos isolados da febre oropouche já ocorriam na região Amazônica, mas agora a OMS chama a atenção para possibilidades epidêmicas.
A Oropouche ou febre oropouche é uma doença que pode ocorrer tanto em ambiente silvestre como urbano. Trata-se de uma enfermidade causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae, e cujos vetores são alguns tipos de mosquitos, como detalha um artigo sobre o tema publicado pelo Ministério da Saúde brasileiro.
Com o aumento dos casos de febre oropouche na América Latina, incluindo duas mortes confirmadas em 25 de maio no estado brasileiro da Bahia, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) – entidade da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a região das Américas – emitiu um alerta epidemiológico chamando a atenção para o alto risco de contaminação causado pelo vírus oropouche em diversas regiōes latino-americanas, em especial na Amazônia.
Acredita-se que o Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), como é chamado o vírus que transmite a doença, foi relatado pela primeira vez no Brasil em 1960, explica o artigo governamental, quando acabou identificado em amostras de sangue de um bicho-preguiça (Bradypus tridactylus).
Nos últimos anos, casos isolados e surtos regionais da febre oropouche foram registrados em estados principalmente da região amazônica, mas a enfermidade já foi vista em outros países da América Central e do Sul.
O mosquito Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora, é o principal vetor da febre de oropouche.
Como a febre oropouche é transmitida?
Segundo um artigo da Agência Brasil (fonte de notícias oficial do governo brasileiro), os vetores da oropouche são insetos, em especial um mosquito conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora, mas cujo nome científico é Culicoides paraensis.
Já a fonte do Ministério da Saúde detalha que "no ciclo silvestre, bichos-preguiça e primatas não-humanos (e possivelmente aves silvestres e roedores) atuam como hospedeiros". Ainda segundo o artigo, outras espécies de insetos, como o Coquillettidia venezuelensis e o Aedes serratus também podem vir a transmitir o OROV.
No ciclo urbano, por sua vez, os humanos são os principais hospedeiros do vírus do Orthobunyavirus oropoucheense, que tem no inseto Culex quinquefasciatus, bastante comum nas cidades, outro possível transmissor, afirma a fonte do governo.
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Os vetores da febre oropouche são mosquitos, tanto em ambiente silvestre, como nas cidades mais ribeirinhas da Amazônia, como também quando sua incidência se dá nas cidades. Bichos-preguiça e primatas não-humanos são os hospedeiros na natureza, enquanto que nos centros urbanos os próprios seres humanos servem para hospedar o vírus OROV.
Quais são os sintomas da febre oropouche?
De acordo com o Ministério da Saúde, os principais sintomas da febre do oropouche são parecidos com os da dengue e incluem:
- Dor de cabeça intensa;
- Dor muscular;
- Náusea e diarreia.
Outros sintomas incluem ainda tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia e vômitos. "O quadro clínico agudo evolui com febre de início súbito, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular). Casos com acometimento do sistema nervoso central (como meningite asséptica e meningoencefalite), especialmente em pacientes imunocomprometidos, e com manifestações hemorrágicas podem ocorrer", diz a fonte do ministério. Esses sintomas devem durar de dois a sete dias.
A Agência Brasil indica atenção no diagnóstico devido a similaridade da febre do oropouche com outras doenças: “É importante que profissionais da área de vigilância em saúde sejam capazes de diferenciar essas doenças por meio de aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais e orientar as ações de prevenção e controle”, alerta o canal governamental oficial.
"Não existe tratamento específico para a febre do oropouche", explica o Ministério da Saúde brasileiro. "Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico".