Outubro Rosa: veja os números de câncer de mama no mundo. Países mais pobres têm mais casos
A imagem mostra o que é captado em um exame de imagem da mama (a mamografia 3D), melhor método para prevencção da doença para mulheres após os 40 anos de idade. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer dos EUA, a mamografia digital da mama é útil para detectar câncer de mama ou outras alterações nos seios (como cistos, por exemplo) e pode permitir que os médicos vejam o tecido mamário, inclusive o tecido denso, mais claramente.
Outubro é o Mês da Conscientização sobre o Câncer de Mama em todo o mundo, tendo o dia 19 como sua data oficial: o Dia Internacional da Conscientização sobre o Câncer de Mama. Durante este mês, as organizações dedicadas ao estudo da doença, à promoção de informações e à oferta de serviços de saúde dão visibilidade ao problema, mostrando seus sintomas e reforçando a importância dos exames preventivos.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) observa que o câncer de mama é o tipo mais comum de câncer entre as mulheres e a causa mais recorrente de mortes devido à enfermidade nessa parcela da população mundial.
Embora em menor escala, o câncer de mama também ocorre em homens. E as estatísticas mostram que as pessoas que vivem em países com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais alto têm menos probabilidade de desenvolver a doença.
Em apoio ao “Outubro Rosa”, como esse mês de conscientização é popularmente chamado, confira as estatísticas que mostram a incidência da doença globalmente e na América Latina – e como a promoção dos cuidados da saúde poderia reduzir o ônus da doença nos próximos anos.
Uma célula de câncer de mama fotografada por um microscópio eletrônico de varredura, o qual produz imagens tridimensionais. As células cancerígenas são melhor identificadas por detalhes internos, mas a pesquisa com microscópio eletrônico de varredura pode mostrar como as células respondem em ambientes em constante mudança e o mapeamento da distribuição de locais de ligação para hormônios e outras moléculas biológicas, afirmam os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH).
Câncer de mama no mundo: quem tem mais risco de adoecer?
"O câncer de mama é uma doença na qual células anormais da mama se multiplicam incontrolavelmente e formam tumores que, se não forem tratados, podem se espalhar por todo o corpo”, define a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Embora possa ocorrer tanto em homens quanto em mulheres de qualquer idade, a maioria dos casos ocorre em adultos: 99% dos casos de câncer de mama afetam mulheres.
De acordo com estimativas da OMS, 2,3 milhões de casos foram diagnosticados no mundo em 2022, e 670 mil mortes foram registradas nesse ano. Ainda de acordo com dados da Opas, houve mais de 210 mil novos diagnósticos e quase 68 mil mortes na América Latina e no Caribe em 2020.
Aproximadamente metade dos casos de câncer de mama ocorrem em mulheres sem fatores de risco identificáveis além do gênero (feminino) e da idade (acima de 40 anos), afirma a agência global de saúde.
Outros fatores que aumentam o risco incluem obesidade, uso prejudicial de álcool, histórico familiar de câncer de mama, histórico de exposição à radiação, histórico reprodutivo (como idade de início da menstruação e idade da primeira gravidez) e o hábito de fumar.
A incidência de câncer de mama é desigual entre os países
O ônus da doença é desigual entre os países de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), um indicador do bem-estar de uma população em três aspectos básicos: uma vida longa e saudável, acesso à educação e um padrão de vida decente.
As estatísticas da OMS mostram que, em países com IDH alto, 1 em cada 12 mulheres é diagnosticada com câncer de mama, e 1 em cada 71 morre da doença. Porém, o cenário muda bastante em países com IDH mais baixo, 1 em cada 27 mulheres é diagnosticada com câncer de mama e 1 em cada 48 pode morrer da doença.
Outro fato que demonstra a incidência mundial é que esse foi o tipo de câncer mais comum entre as mulheres em 157 dos 185 países considerados em 2022.
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Na foto, exames presentes nos laboratórios de Microbiologia e Hematologia, Mamografia e Raio X do Hospital Regional da Asa Norte em Brasília, Brasil.
A importância da prevenção do câncer de mama
A OMS enfatiza a importância da detecção precoce e da realização de exames médicos preventivos regulares (como a mamografia) para reduzir a morbidade da doença.
De acordo com a agência internacional, a maioria das pessoas não apresenta nenhum sintoma quando o câncer ainda está em estágio inicial. Portanto, a carga de doença do câncer de mama poderia ser reduzida pela identificação e tratamento precoces, bem antes que os sintomas apareçam.
Entre os sinais de alerta, a agência de saúde da ONU lista: caroço ou espessamento na mama, muitas vezes sem dor; mudança no tamanho, forma ou aparência da mama; covinhas, vermelhidão, rachaduras ou outras alterações na pele; mudança na aparência do mamilo ou da pele ao redor (aréola); e secreção de fluido anormal ou com sangue do mamilo.
Meta da OMS para reduzir a incidência de câncer de mama até 2040
Entre 1980 e 2020, a mortalidade por câncer de mama padronizada por idade diminuiu em 40% nos países de alta renda, com uma redução anual entre 2% e 4%. “As estratégias para melhorar os resultados do câncer de mama dependem do fortalecimento substancial dos sistemas de saúde para que eles possam oferecer tratamentos comprovados”, diz a OMS.
A meta da agência por meio da Iniciativa Global do Câncer de Mama é reduzir a mortalidade mundial por câncer de mama em 2,5% ao ano, o que evitaria 2,5 milhões de mortes em todo o mundo entre 2020 e 2040. “Se essa meta for atingida, 25% das mortes por câncer de mama entre mulheres com menos de 70 anos serão evitadas até 2030 e, até 2040, essa proporção será de 40%.
Os pilares, segundo eles, para atingir essa meta são: promoção da saúde para detecção precoce, diagnóstico oportuno e tratamento abrangente do câncer de mama.