Câncer de mama: as 7 principais respostas que você precisa saber sobre a doença

No Dia Internacional de Luta Contra o Câncer de Mama, descubra mitos e verdades sobre o problema, e quais são as principais formas de tratamento para este tipo de câncer.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 19 de out. de 2023, 08:00 BRT

O câncer de mama está entre as doenças mais estudadas devido ao uso de novas tecnologias.

Foto de Divulgação Sociedade Brasileira de Mastologia

O Dia Internacional de Luta Contra o Câncer de Mama, criado pela ONU (Organização das Nações Unidas), é celebrado todo 19 de outubro e tem o objetivo conscientizar, em especial as mulheres, sobre a doença, bem como popularizar suas formas de prevenção,  diagnóstico e tratamento. 

Diante da efeméride e aproveitando o Outubro Rosa, mês dedicado a se falar mundialmente sobre o tema, National Geographic separou sete perguntas cruciais para se compreender melhor o assunto e cujas respostas ajudam a informar e alertar mulheres de todas as idades. 

1. Quais são os sintomas do câncer de mama?

A Organização Mundial da Saúde reforça que os sintomas de câncer de mama podem se apresentar sob a forma de combinações diferenciadas. Mas, de um modo geral, os sinais abaixo costumam estar presentes:

  • alteração no tamanho, formato ou aparência da mama;
  • ondulações, vermelhidão, rachaduras ou outras alterações na pele;
  • alteração na aparência do mamilo ou da pele ao redor (auréola);
  • secreção de líquido anormal ou com sangue do mamilo.
  • presença de nódulo ou espessamento na mama (muitas vezes sem dor).

2. Existe uma idade de maior risco para a mulher desenvolver o câncer de mama?

A idade de maior risco para o desenvolvimento do câncer de mama está entre 55 e 65 anos, informa Alexandre Pupo, titular do núcleo de mastologia do hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e especializado em oncologia ginecológica pela USP (Universidade de São Paulo). No caso do Brasil, cerca de 1/4 dos casos do problema acontecem nas mulheres antes da menopausa, comenta o mastologista.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) também explica que a etapa de maior risco para a enfermidade é a partir dos 40 anos. 

“No caso de quem tem herança familiar da doença, a idade de risco começa aos 25 anos e se mantém praticamente ao longo da vida”, relata o médico.

3. Que hábitos são considerados de risco para o aparecimento de câncer de mama?

A medicina já sabe que a maioria dos cânceres de mama são hormônio-dependentes ou hormônio-sensíveis, comenta o mastologista. E isso determina um padrão de quem pode ser mais atingido pelo problema. 

“Do ponto de vista ambiental e de uma maneira geral, mulheres sedentárias, obesas, que façam alta ingestão de alimentos gordurosos e de álcool, mulheres que fumam e ainda aquelas que postergaram muito a gestação ou não engravidaram são as que têm um risco aumentado para o câncer de mama”, explica o Dr. Alexandre Pupo. 

O especialista também comenta que terapias hormonais feitas depois da menopausa podem, em certos casos, representar risco para o câncer de mama, mas isso depende do histórico de cada paciente e da combinação de hormônios usada. Por isso, o mais recomendável é procurar um médico. 

4. Quando se deve começar a fazer os exames de prevenção do câncer de mama?

De acordo com o mastologista,  os exames preventivos para o câncer de mama podem já ser feitos a partir dos 35 anos de idade através de ultrassonografia de mamas, e usando a mamografia – que é o mais eficaz método de diagnóstico – a partir dos 40 anos. Esta é uma recomendação que vale, em especial, para a população brasileira, alerta o especialista, por conta da incidência de casos no país. 

A mamografia deve ser feita até a mulher completar 74 anos, diz o médico, e pode ser complementada com outros exames de detecção, como a ressonância magnética, que é indicada para casos de pacientes com histórico familiar de risco para o seu desenvolvimento. 

Em casos de hereditariedade para o problema, recomenda-se começar a fazer os exames preventivos já aos 25 anos de idade, informa o especialista. 

5. Qual é a importância da hereditariedade na possibilidade de se desenvolver câncer de mama?

“Existem mutações genéticas conhecidas pela ciência hoje que aumentam o risco para o câncer de mama. A mais comentada – e que foi bastante divulgada pelo caso da atriz Angelina Jolie – é a mutação de BRCA1, que é um gene de proteção contra este tipo de câncer, mas quando mutado,  deixa de proteger as células da mama e do ovário”, explica o mastologista. 

Há ainda outras mutações relacionadas e, por isso, o médico ressalta a importância de se verificar a incidência familiar. No caso da enfermidade de mama, especialmente, Pupo chama a atenção para que se mapeie um histórico de tumores em ovários, endométrio e intestino – e em qual idade a doença apareceu nos parentes mais próximos. 

O médico alerta ainda que os cânceres ligados à mutações tendem a acontecer mais precocemente do que outros e, por isso, é importante focar na prevenção, avisar o médico e, quando possível, fazer uma pesquisa genética de saúde. 

6. O uso de próteses de silicone pode favorecer – ou não – o desenvolvimento de tumores de mama? 

De acordo com o cirurgião plástico Wendell Uguetto, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, colocar próteses de silicone não favorece o desenvolvimento de câncer de mama. “O tumor mais comum de mama é o adenocarcinoma e ele não tem relação alguma com os implantes mamários ou o silicone que os reveste”, diz. 

7. Quais são os principais tratamentos para o câncer de mama? Existem novas medicações para a cura?

“O combate ao câncer de mama ganha cada vez mais destaque por conta dos novos tratamentos e medicações que vêm sendo elaborados”, adianta o Dr. Alexandre Pupo. Originalmente, o recomendado era a cirugia, seguida de ciclos de quimioterapia e radioterapia, diz ele.  Em um segundo momento, as terapias hormonais também entraram como possíveis escolhas dos médicos para a cura do problema.

Um alento para as mulheres, nesse caso, é que o câncer de mama está entre os mais estudados para o uso de novas tecnologias. São elas as chamadas terapias-alvo monoclonais – que por meio da tecnologia de seus medicamentos “desligam” a capacidade proliferativa de células da doença, bem como a imunoterapia, que é o método mais recente até o momento. 

“Uma nova fronteira para o tratamento do câncer de mama se abriu com a imunoterapia”, diz Pupo. “Ela funciona com o uso de medicações específicas que tornam o câncer mais visível para que o sistema imunológico humano consiga destruir essas células”. 

Todas essas frentes de combate ao câncer de mama podem ser usadas em uma mesma paciente, enfatiza o médico, que ressalta o aumento das porcentagens de controle da doença e de sua cura. 

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