Novo pterossauro é um dos maiores animais que já voaram

Fóssil descoberto na Mongólia revela gigante com envergadura de asas de quase 10 metros que comia pequenos dinossauros.

Por John Pickrell
Publicado 1 de nov. de 2017, 17:22 BRST, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Foto de Ilustração de Studio 252MYA, Joschua Knüppe

O fóssil fragmentado de um pterossauro gigante foi encontrado no deserto de Gobi, na Mongólia. Esse incrível predador pode ter uma envergadura de 11 metros – aproximadamente o tamanho de uma pequena aeronave.  O animal rivaliza em termos de tamanho com os maiores répteis alados já encontrados na Europa e na América do Norte.

O gigante recém-encontrado viveu há 70 milhões de anos em um habitat quente e árido, porém não tão seco quanto hoje. A paisagem do final do período Cretáceo estava repleta de dinossauros, e seus bebês podem ter sido o alimento ideal para o enorme carnívoro alado – possivelmente capaz de caminhar bem e perseguir presas no solo.

Parte de um grupo misterioso conhecido como Azhdarchidae, o animal foi um dos maiores pterossauros da história, segundo autores de um novo relatório que detalha a descoberta no Journal of Vertebrate Paleontology.

A equipe compara a criatura com os dois maiores pterossauros atualmente conhecidos: Quetzalcoatlus, encontrado no Texas na década de 1970, e Hatzegopteryx, um Azhdarchidae mais forte com um pescoço menor encontrado na Romênia na década de 1990.

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Estima-se que os dois pterossauros possuíam asas entre 10 e 11 metros de envergadura. No chão, eles podem ter atingido 5 metros de altura – tão alto quanto uma girafa macho. “Há uma chance de que o novo animal seja maior do que esses gigantes alados anteriormente conhecidos”, diz Mark Witton, especialista em pterossauros da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido.

A equipe ainda não classificou o fóssil da Mongólia como uma nova espécie, pois seus restos ainda estão muito incompletos. No entanto, ele representa o primeiro pterossauro desse tamanho encontrado nessa parte do mundo.

"Embora o espécime esteja fragmentado, ele é de um indivíduo gigantesco e  estende a faixa geográfica de pterossauros gigantes até a Ásia", escrevem os cientistas.

CAÇADORES DE PTEROSSAUROS

Os paleontólogos encontraram o fóssil em 2006 em um local rico em fósseis conhecido como Gurilin Tsav, em uma região desolada e sem árvores do Gobi ocidental. Lá, Buuvei Mainbayar, membro da equipe da Academia de Ciências da Mongólia, encontrou parte da primeira vértebra e mostrou ao importante autor Takanobu Tsuihiji, da Universidade de Tóquio.

"Imediatamente, eu percebi que poderia ser um pterossauro e fiquei chocado com o tamanho gigantesco", diz Tsuihiji. "Nós voltamos ao local imediatamente e encontramos o resto do espécime".

Os ossos fossilizados estavam tão quebrados que não era possível identificá-los no início. “Nós trabalhamos por anos para montar esse quebra-cabeças", diz ele. O resultado são várias vértebras com a forma característica daquelas encontradas em pterossauros Azhdarchidae. "Eu fiquei muito animado", acrescenta Tsuihiji.

"É uma vértebra enorme, e a única coisa comparável é algum material da Romênia", comenta Witton, que não estava envolvido na descoberta. "Esse é definitivamente um dos maiores pterossauros já encontrados, e nada parecido já foi encontrado na Ásia".

“Um dos ossos do pescoço de um Azhdarchidae jordaniano gigante chamado Aramabourgiania tem pouco mais de 5 cm de largura”, ele acrescenta, “enquanto o mesmo osso do pterossauro de Gobi possui quase 20 cm de diâmetro”.

"Se isso equivale a uma classe de tamanho completamente nova de pterossauros é outra questão", diz Witton. "No caso destes pterossauros, nós ainda não temos a associação dos ossos do pescoço com o corpo para confirmar se eles apenas têm pescoços muito maiores, ou se realmente são animais muito maiores".

No entanto, ele acredita que, embora esses gigantes pescoçudos da Mongólia e da Romênia tenham sido um pouco mais pesados, eles ainda contavam com asas entre 9 e 10 metros de envergadura, pois isso seria próximo do tamanho limite para que um pterossauro desse tamanho pudesse voar.

"Ele pode ter sido um predador formidável e robusto, capaz de abater presas do tamanho de um ser humano”, sugere Witton. "Eles parecem ter se alimentado de coisas no chão e provavelmente eram generalistas, podendo agarrar basicamente tudo o que coubesse em seus bicos".

O Azhdarchidae de Gobi não deveria estar no topo da cadeia alimentar, pois o Hatzegopteryx estava presente na Romênia no final do período Cretáceo. Isso ocorre porque o pterossauro recém-descoberto vivia ao lado do Tarbossauro, um parente do T. rex que pesava ao menos 5,5 toneladas. Felizmente para o gigante alado, ele provavelmente não estava no cardápio do tiranossauro – já que os cientistas acham que os Azhdarchidae eram capazes de se lançar em voo em questão de segundos.

"Provavelmente tinha coisas mais fáceis de se capturar", diz Witton. "Seria difícil para um grande predador diminuir a distância rapidamente ao executar uma emboscada.”

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