O que foi e quando começou a Revolução Industrial?
Longe de ser um acontecimento abrupto, a Revolução Industrial foi o resultado de um processo gradual que pode ter começado bem antes do que se imagina.
O termo “Revolução Industrial” foi popularizado pelo historiador econômico inglês Arnold Toynbee para descrever o desenvolvimento econômico britânico entre 1760 e 1840. Mas depois disso, esse conceito foi aplicado de forma mais ampla, referindo-se a um processo de transformação econômica. O quadro retrata esse momento histórico: pintura feita em de 1917, em óleo sobre tela, por E.F. Skinner (Edward Frederick Skinner), artista britânico. Ela mostra aço sendo fabricado com um conversor Bessemer, uma das invenções da Revolução Industrial.
A Revolução Industrial foi um processo transformador na história moderna, passando de uma economia baseada na agricultura e na produção artesanal para uma economia dominada pela indústria e pela manufatura mecânica.
Como aponta a Encyclopaedia Britannica (uma plataforma online de conhecimentos gerais), esse processo introduziu novas dinâmicas de trabalho e alterou a vida cotidiana das pessoas. Ele começou no Reino Unido durante o século 18 e se espalhou por várias partes do mundo.
O termo “Revolução Industrial” foi popularizado pelo historiador econômico inglês Arnold Toynbee para descrever o desenvolvimento econômico britânico entre 1760 e 1840. Desde então, como aponta a Britannica, o conceito tem sido aplicado de forma mais ampla, referindo-se a um processo de transformação econômica.
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O quadro retrata como ficou Londres depois da Revolução Industrial. Feito em óleo sobre tela, em 1895, mostra uma paisagem industrial europeia pintada por Edmund Kregczy (1855-1916), pintor da República Tcheca, e disponível no Museu da Ciência, Londres, na Inglaterra.
Por que o Reino Unido foi o primeiro país da Europa a se industrializar?
Para entender por que o Reino Unido liderou a Revolução Industrial, é importante considerar vários fatores. De acordo com a Encyclopaedia of World History (plataforma de conhecimento dedicada ao tema), um dos aspectos mais relevantes foi o aumento dos salários durante o século 17.
A enciclopédia histórica menciona que a mão de obra cara foi o resultado do crescimento populacional, da oferta limitada de terras aráveis, da reorganização das terras por meio de cercamentos e do aumento da demanda por mão de obra.
Em contraste com o Reino Unido, países como a França, a Itália e a Espanha enfrentavam o declínio dos salários e da qualidade de vida. Essa diferença fez com que o investimento em maquinário fosse menor nesses locais, pois os baixos salários reduziram a economia de custos que a mecanização poderia oferecer.
Ainda segundo a Encyclopedia of World History, outros fatores por trás do surgimento dessa revolução foram: agricultura eficiente, uso do carvão como combustível barato, urbanização significativa e apoio do governo aos negócios, entre outros.
Além disso, o comércio intercontinental aumentou a demanda por mercadorias e, portanto, por mão-de-obra. O Reino Unido estabeleceu colônias e centros comerciais na América do Norte, no Caribe e na Índia, o que permitiu à nação se beneficiar de um comércio lucrativo.
A foto mostra uma máquina a vapor Watt & Boulton, uma das principais inovações da Revolução Industrial. Datada de 1788, é o exemplo de motor a vapor rotativo original mais antigo do mundo. Projetado e construído por James Watt (1736-1819) e Matthew Boulton (1728-1809), o motor usava muito menos combustível do que os modelos anteriores criados por outros inventores e, portanto, podia funcionar em praticamente qualquer lugar para acionar máquinas agrícolas e de fábricas.
Novas evidências sobre o início da Revolução Industrial
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, realizou um estudo de duas décadas sobre o desenvolvimento econômico e a estrutura ocupacional na Inglaterra. Conforme analisado por um artigo da National Geographic Espanha, o estudo sugere que o início da Revolução Industrial pode ter ocorrido muito antes, mesmo durante o reinado da dinastia Stuart (que governou a Inglaterra e a Escócia de 1603 a 1714).
Ao compilar mais de 160 milhões de registros, abrangendo de 1379 a 1911, os pesquisadores analisaram documentos históricos e censos para entender melhor o contexto trabalhista da época.
De acordo com a publicação, as novas descobertas indicam que, no início do século 18, mais de 40% dos homens adultos na Inglaterra estavam empregados no setor secundário. Isso sugere que a Revolução Industrial começou entre 1550 e 1700, muito antes do que se pensava anteriormente.
A publicação afirma que há um ponto importante a ser observado sobre esse estudo. Embora a coleta de dados seja a mais abrangente até o momento, ela ainda tem limitações em termos das informações disponíveis sobre o emprego feminino.