
Qual é a origem da mitologia grega?
Na foto, uma estátua de bronze do Museu Nacional de Arqueologia de Atenas – a qual representa o deus grego Zeus – e que foi encontrada no fundo do mar, provavelmente em decorrência de um naufrágio.
Egito, Grécia, Pérsia, Roma Antiga… são inúmeras as civilizações que buscaram responder suas dúvidas existenciais através de mitos e lendas. No caso da mitologia grega, por exemplo, ela foi um meio pela qual essa sociedade “explicava o ambiente em que a humanidade vivia, os fenômenos naturais que ela testemunhava e a passagem do tempo através dos dias, meses e estações”, como explica a World History Encyclopedia, uma plataforma mundial de conhecimento sobre história.
Ainda segundo o artigo da WHE, a mitologia grega também ajudava a explicar “de onde a humanidade tinha vindo e para onde iria após a morte" através das histórias de seus deuses.
Sendo a civilização grega uma das mais conhecidas da Idade Antiga, seu panteão de mitos continua influenciando o Ocidente até a atualidade, em especial nas artes e na literatura.
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Ruínas do templo de Poseidon, deus grego dos mares, localizado no Cabo Sounion, na Grécia.
Afinal, como a mitologia grega surgiu?
Não existe um consenso confirmado de quando teria começado a surgir o panteão de mitos gregos. Segundo a Encyclopaedia Britannica (plataforma de conhecimento e educação baseada no Reino Unido). “É difícil saber quando a mitologia grega começou, pois acredita-se que ela tenha se originado de séculos de tradição oral", informa a fonte.
No entanto, é provável que essa mitologia provavelmente surgiu “a partir de histórias contadas na civilização minóica de Creta, que floresceu entre 3.000 e 1100 a.C., aproximadamente”, afirma a Britannica referindo-se à maior ilha da Grécia, localizada ao sul do mar Egeu.
A plataforma britânica indica que esses mitos teriam se desenvolvido usando como fonte principal a Teogonia de Hesíodo, obra também conhecida por “Genealogia dos Deuses”, e que descreve um um poema mitológico de 1022 versos publicado no séculos 8-7 a.C.
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Estátua de Artemis (na mitologia grega) ou Diana (na mitologia romana), feita em bronze e disponível no Museu do Louvre, em Paris, França.
O que é a mitologia grega, segundo os historiadores
O uso da ficção para explicar a realidade e ajudar a entender o mundo é o cerne da mitologia grega. De acordo ainda com a Britannica, “os mitos gregos deram rostos e personagens aos deuses da religião grega, mas também deram às pessoas conselhos práticos e úteis sobre a melhor maneira de levar uma vida feliz”,
Trata-se de “um conjunto de histórias sobre os deuses, os heróis e os rituais dos gregos antigos e da antiguidade clássica”, continua a fonte.
Outro propósito dessas tramas mitológicas, segundo a Britannica, era “recontar eventos históricos” de modo que as pessoas pudessem “manter contato com seus ancestrais, com as guerras que eles travaram e os lugares que exploraram”.
Já a WHE acrescenta que o repertório de mitos gregos também podiam ter uma função de entretenimento, para além dos “fins religiosos e educacionais”. Por isso, sua presença é comum em “esculturas de edifícios públicos” ou em “cenas pintadas em cerâmica”.
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Complexa e repleta de dualidade, a mitologia grega reserva aos deuses um lugar especial, de onde acompanham os feitos dos humanos, ao mesmo tempo em que tenta contar como surgiu a Terra e a vida que nela habita.
“A morada dos deuses era o cume do Monte Olimpo, na Tessália. Uma porta de nuvem, da qual tomavam conta as deusas chamadas Estações, abria-se a fim de permitir a passagem dos imortais para a Terra e para dar-lhes entrada, em seu regresso”, detalha “O Livro de Ouro da Mitologia – Histórias de Deuses e Heróis” (Ed. Ediouro), do estadunidense Thomas Bulfinch (1796-1867), uma obra que disseca as mitologias grega e romana.
