Morre Jane Goodall, aos 91 anos: maior primatologista do mundo foi pioneira no estudo dos chimpanzés
Em 1º de outubro de 2025, a renomada etóloga britânica faleceu enquanto estava em uma turnê de palestras. Com suas pesquisas, Jane Goodall transformou o conhecimento sobre os primatas.

Um retrato da primatologista britânica Jane Goodall realizado no estúdio fotográfico da National Geographic Society em Washington, Estados Unidos.
Jane Goodall, primatologista, etóloga e ativista britânica reconhecida por ser pioneira no estudo dos chimpanzés, faleceu nesta quarta-feira, 1º de outubro de 2025, conforme informado pelo Instituto Jane Goodall (IJG) em suas redes sociais.
Por meio de uma publicação no Instagram, a instituição confirmou que a etóloga faleceu de causas naturais enquanto estava no estado da Califórnia (Estados Unidos) como parte de sua turnê global de palestras.
“As descobertas da Dra. Goodall como etóloga revolucionaram a ciência, e ela foi uma defensora incansável da proteção e restauração do nosso mundo natural”, destaca a publicação feita pelo IJG.

A fotografia acima mostra Jane Goodall dando uma palestra para os membros da Academia Nacional de Ciências, na qual ela descreve seus estudos com chimpanzés na África. Embora não tenha estudado em uma universidade, ela conseguiu fazer um doutorado em Etologia, obtendo o diploma em 1966.
O legado de Jane Goodall
Conforme explica um artigo da National Geographic Brasil, Jane Goodall foi reconhecida mundialmente “por seus estudos revolucionários sobre chimpanzés selvagens no Parque Nacional Gombe Stream, na Tanzânia, que mudaram a concepção sobre esses animais”.
Em 1965, ela fundou o Centro de Pesquisa Gombe Stream (um campo de treinamento para estudantes interessados em estudar primatas) e, doze anos depois, em 1977, criou o Instituto Jane Goodall, destinado a promover a compreensão e a proteção dos grandes símios e de seu habitat, além também buscar a proteção dos ecossistemas e da biodiversidade.
Nascida em Londres, ela foi criada no pós-guerra na casa da família em Bournemouth, no sul da Inglaterra. Quando tinha 23 anos, começou a realizar seu sonho viajando para o Quênia, onde trabalhou com o famoso antropólogo Louis Leakey, até que ele a enviou em 1960 para Gombe (Tanzânia) com a arriscada missão de investigar pela primeira vez os chimpanzés selvagens da região.
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A Mensageira da Paz da ONU, Jane Goodall, discursa em um evento especial intitulado Student Observance for the 2016 International Day of Peace (Observação estudantil do Dia Internacional da Paz de 2016) com seu famoso animal de pelúcia Jubilee.
Os resultados de suas pesquisas de campo marcaram a comunidade científica e fascinaram o mundo inteiro também por meio de documentários da National Geographic, como o mais recente “Jane Goodall: A Esperança" (2020), disponível no Disney+. Seu trabalho lançou luz sobre o até então desconhecido mundo dos chimpanzés, revelando o comportamento desses animais e sua estrutura social.
Como parte de seu legado, Goodall publicou diversos artigos científicos e livros, entre eles “O Livro da Esperança: Um guia de sobrevivência para tempos difíceis” (2021).
Jane Goodall foi reconhecida em várias ocasiões, recebendo a Medalha da Tanzânia, a Medalha Hubbard da National Geographic Society, a Medalha do 60º aniversário da Unesco e o Prêmio Gandhi/King pela Não Violência.
Além disso, em 2002, a cientista e ativista foi nomeada Mensageira da Paz das Nações Unidas e, no ano de 2004, foi investida pela realeza britânica como Dama do Império Britânico.
