2017 foi o ano mais quente já registrado no oceano

O aquecimento das águas do oceano pode ter impactos nocivos em habitats como recifes de corais e gelo marinho.

Por Sarah Gibbens
Publicado 31 de jan. de 2018, 18:28 BRST, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
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Banhistas se reúnem em um dia quente na praia de Ipanema em 8 de setembro de 2017, no Rio de Janeiro. De acordo com a NOAA, as temperaturas globais nos primeiros seis meses de 2017 estão em segundo lugar entre as maiores já registradas.
Foto de Mario Tama, Getty

Um novo estudo conclui que é muito improvável que os oceanos esfriem a curto prazo.

Na verdade, 2017 foi o ano mais quente registrado no oceano, segundo pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências.

As descobertas indicam uma "tendência de aquecimento a longo prazo impulsionada por atividades humanas".

O estudo mediu o aumento da temperatura do oceano como um todo, mas descobriram que os oceanos Atlântico e Antártico sofreram o maior aquecimento.

Os cientistas analisaram dados de temperatura do oceano que pesquisadores de várias instituições, incluindo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês) nos EUA, começaram a coletar na década de 1950. A partir do final da década de 1990, as temperaturas do oceano decolaram.

As temperaturas do oceano em 2017 estavam mais quentes do que em 2015, ano mais quente registrado anteriormente.

Ao analisar dados globais que abrangem um período de tempo de décadas, os pesquisadores esperavam obter uma imagem precisa das tendências de aquecimento que representavam anomalias climáticas. As temperaturas do oceano em 2016, por exemplo, foram menores do que em 2015 e 2017 devido a um grande evento meteorológico, um El Niño, que resfriou as águas.

E AGORA?

Banhistas que se refrescam nas ondas provavelmente não notarão o aumento gradual da temperatura, e os impactos atmosféricos podem ser difíceis de visualizar. Mas isso não significa que um oceano aquecido não terá impactos reais e prejudiciais.

No estudo, pesquisadores disseram que o branqueamento de corais e o derretimento do gelo marinho são vítimas diretas dos oceanos mais quentes.

O branqueamento de corais ocorre quando os corais, estressados pelo calor, pela luz ou pela poluição, expulsam as algas simbióticas de que precisam para ficar saudáveis. Sem elas, os corais podem morrer de fome. Um estudo publicado no início deste mês descobriu que a janela de tempo que temos para salvá-los está se fechando rapidamente.

Mesmo que nem toda esperança esteja perdida para o gelo marinho, a cobertura do Ártico vem desaparecendo lentamente nas últimas décadas. Desde que satélites começaram a medir a cobertura e a espessura do gelo marinho em 1979, houve uma diminuição em ambos.

Os pesquisadores também definiram a diminuição do oxigênio no oceano como um impacto potencial do aquecimento das águas. No início deste mês, um novo estudo descobriu que alguns peixes estão evitando certas partes do oceano sem oxigênio porque as águas estão os sufocando.

O aumento do nível do mar, tempestades mais intensas e habitats marinhos instáveis suscetíveis à doença são outros possíveis efeitos que os cientistas afirmam que podemos ver devido ao aquecimento das temperaturas do oceano.

Em um artigo de opinião sobre o estudo publicado no Guardian, um professor de ciências térmicas na Universidade de St. Thomas observou que "se você quer entender o aquecimento global, você precisa primeiro entender o aquecimento do oceano".

O QUE ESTÁ CAUSANDO ISSO?

Gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono e o metano, foram creditados como a causa do aumento das temperaturas, atraindo mais calor para a superfície da Terra. Um estudo publicado em 2016 descobriu que, para cada tonelada de CO2 não emitida, quase 3m2 de gelo ártico poderiam ser salvos.

Mas os poluentes já emitidos em nossa atmosfera ainda podem demorar décadas para dissipar.

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