Porque o furacão Florence é tão perigoso
Espera-se que o furacão de categoria 4 chegue com ventos fortes e cause grandes enchentes.
Neste fim desta semana, espera-se que o Furacão Florence atinja a região sul da Costa Leste dos Estados Unidos. Ele tem potencial para condições fatais e já impôs evacuações obrigatórias.
Enquanto o furacão Florence rodopia em direção às Carolinas do Norte e do Sul com ventos de 210 quilômetros por hora, o Oceano Atlântico produz outros dois furacões, o Isaac e o Helene. No Pacífico, a tempestade tropical Olivia segue em direção ao Havaí, jorrando grandes quantidades de chuva nas ilhas.
Não é nenhuma coincidência os oceanos terem começado a produzir tempestades intensas de uma só vez. De acordo com a NOAA, do fim de agosto até o mês de outubro são o pico da temporada de furacões, quando as condições são ideias para uma tempestade perfeita, ainda que furacões letais possam se formar durante toda a temporada (de junho a novembro).
Tempestades que atingem a Costa Leste dos Estados Unidos tendem a ser mais fortes quando originadas na costa da África, diz o meteorologista de suporte a furacões da NOAA Joel Cline.
“Sempre que eles vêm da costa da África, eles têm duas semanas de águas quentes para ganharem força” diz Cline. A temperatura da superfície, ele observa, “faz com que as coisas acelerem”, mas condições de vento precisam ficar fora do caminho do furacão para que ele chegue a categoria 4 ou 5.
Como os furacões se formam
As superfícies das típicas tempestades de baixa pressão inclinam-se na direção do ar frio, mas Cline observa que furacões se formam de forma diferente.
“Em um furacão, não há ar frio. Ele se forma como uma chaminé” ele diz.
O fluxo de ar que entra pela base sai pelo topo. Caso a cortante do vento esteja alta, ela inclina o furacão, tornando mais difícil para o ar quente entrar como um funil e enfraquecendo a tempestade. Quando a cortante do vento é baixa, o furacão mantém-se centrado e circula o ar quente com mais eficiência.
Cline diz que o Furacão Florence foi atingido por um alto cortante do vento, mas que conseguiu manter seu centro de circulação.
Em seu caminho, Florence também se manteve forte devido à pouca quantidade de massas de terra em sua trajetória, o que diminuiria o progresso da tempestade. Isso significa que, quando o Florence finalmente chegar em terra, o que é esperado para quinta-feira, ele poderá chegar com força total.
“Um pequeno enfraquecimento pode ocorrer, mas não se pode esquecer que o Florence ainda é uma tempestade perigosa. Se você for instruído para evacuar, é crucial que você obedeça. Planeje ficar longe das áreas afetadas por um período prolongado, já que o Florence terá um impacto significativo” disse o administrador da FEMA Brock Long em um tweet.
Fortes chuvas
Quando o Florence se dispersar no continente, é esperado que ele despeje grandes quantidades de chuvas.
Uma vez que o Florence é movido por ar quente, ele é capaz de carregar mais água, já que o ar quente geralmente retém mais água que o ar frio. Cline observa que correntes de ar vindas dos Montes Apalaches podem fazer com que mais chuva caia ao se misturarem com as condições da tempestade.
“Florence tem o potencial de trazer chuvas muito além da costa” diz Cline, observando que no interior do continente, deslizamentos podem ser um risco.
A temporada de furacões no Atlântico durará até o dia 30 de novembro, e a NOAA previu que 2018 apresentará atividade média ou um pouco acima da média. Embora esta época do ano seja comumente a mais ativa, diversas condições climáticas, como El Niños e La Niñas, podem influenciar as consequências de uma tempestade.
São esperados desde um a quatro grandes furacões, mas, até o momento, o Florence é o primeiro.