Como as mudanças climáticas afetam o ser humano?
A proliferação de algas tóxicas colore a água e o litoral no estreito a montante da represa Irongate, no rio Klamath, Califórnia, EUA.
Em comparação com os períodos pré-industriais, a temperatura média na superfície da Terra aumentou cerca de 1,1 grau Celsius, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês). E esse aumento pode chegar a 1,6ºC até 2030.
O crescimento médio de 1ºC pode não parecer muita coisa, mas isso já está afetando diretamente a vida das pessoas.
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Mudanças climáticas ameaçam a vida humana
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que as mudanças climáticas são uma das emergências de saúde mais urgentes da atualidade.
Segundo o Relatório Especial COP26 sobre Mudanças Climáticas e Saúde, divulgado em 2021 pela instituição, eventos climáticos extremos, como ondas de calor, tempestades e inundações, ceifaram milhares de vidas e afetaram milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, ameaçaram sistemas de saúde e infraestrutura de cidades, colocando diversas populações em situações de vulnerabilidade.
Além disso, a OMS informa que a poluição do ar é responsável pela morte de milhares de pessoas todos os anos, e reduzir a poluição atmosférica diminuiria o número total de mortes globais em 80%.
Pesada poluição paira sobre o horizonte de Ulan Bator, na Mongólia.
Outro impacto das adversidades do clima é que elas estão ameaçando a segurança alimentar e hídrica da população mundial. Segundo o IPCC, extremos climáticos causam efeitos em cascata que impactam o acesso à água limpa e potável, assim como a produção de alimentos, levado milhões de pessoas à fome intensa e insegurança hídrica, especialmente na África, na Ásia, na América do Sul e Central, nas Pequenas Ilhas e no Ártico.
Mudanças climáticas causam mais doenças
Outra ameaça à saúde humana, segundo a OMS, é que as mudanças climáticas também aumentam a incidência de doenças transmitidas por alimentos, água e vetores (mosquitos).
De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), agência brasileira de pesquisa em saúde, as doenças mais sensíveis a essas mudanças são as infecciosas, como leishmaniose, malária e dengue, dentre outras arboviroses. Além delas, a hepatite A também é uma preocupação, já que o vírus causador da doença pode ser transmitido no consumo de água e alimentos contaminados, principalmente em territórios carentes de saneamento básico ou que são frequentemente atingidos por inundações.