Como a poluição do ar está ligada ao câncer de pulmão

Respirar ar contaminado pode gerar efeitos nocivos para o corpo.

Uma névoa espessa cobre Ulaanbaatar. Ulaanbaatar, Mongólia.

Foto de Matthieu Paley
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 17 de nov. de 2022, 15:35 BRT, Atualizado 10 de set. de 2024, 06:57 BRT

A poluição do ar representa um grande risco ambiental para a saúde. Apesar disso, quase toda a população mundial (99%) respira um tipo de ar que ultrapassa os limites de qualidade recomendados, como alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS).

As consequências de respirar ar poluído são perigosas. “Um terço das mortes por acidente vascular cerebral, câncer de pulmão e doenças cardíacas ocorrem devido a esse problema. Trata-se de um efeito equivalente ao de fumar tabaco e “é muito mais grave do que, por exemplo, os efeitos de comer muito sal”, afirma a organização internacional.

Da mesma forma, estimativas de 2016 advertem que a poluição do ar nas cidades e áreas rurais em todo o mundo causa 4,2 milhões de mortes prematuras a cada ano devido à exposição ao material particulado de 2,5 mícrons (equivalente a milionésima parte de um metro) ou menos de diâmetro (PM2,5 ).

Um grupo de especialistas convocados em 2013 pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC, sua sigla em inglês), entidade especializada em câncer da OMS, afirmou que há evidências suficientes de que a exposição à poluição do ar causa câncer de pulmão. Eles também observaram que aumenta o risco de câncer de bexiga.

De acordo com a IARC, o risco de câncer de pulmão aumenta com uma maior exposição ao material particulado e à poluição do ar.

Fumaça sobe de uma chaminé em uma usina elétrica movida a carvão. Ulan Bator, Mongólia.

Fumaça sobe de uma chaminé em uma usina elétrica movida a carvão. Ulan Bator, Mongólia.

Foto de Matthieu Paley

Como a poluição do ar afeta os pulmões

Segundo informações da OMS, as partículas com diâmetro de 10 mícrons ou menos (PM10) podem penetrar e ficar armazenadas nos pulmões. Já as partículas de 2,5 mícrons (PM 2,5) são ainda mais prejudiciais, pois podem penetrar na caixa pulmonar e entrar na corrente sanguínea.

Quando essas partículas entram no corpo, aumenta o risco da pessoa desenvolver doenças cardíacas e respiratórias, como câncer de pulmão.

Além disso, "o ozônio é um dos principais fatores que causam asma, e o dióxido de nitrogênio e o dióxido de enxofre também podem provocar a mesma doença, sintomas bronquiais, inflamação pulmonar e insuficiência pulmonar", informa a agência da OMS.

(Você pode se interessar por: A poluição do ar não é ruim só para os pulmões: ela também afeta o seu cérebro)

Como reduzir o impacto da poluição do ar

Quanto mais baixos os níveis de poluição do ar, melhor será a saúde cardiovascular e respiratória da população, tanto a longo como a curto prazo”, afirma a OMS.

Para lidar com essa crise de saúde, a entidade incentiva os países a adotarem as diretrizes da organização Mundial da Saúde sobre a qualidade do ar.

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