Áreas úmidas da Terra: os 7 serviços que esse ecossistema presta ao planeta

Seres humanos, flora e fauna dependem delas: como é que zonas úmidas como mangues, charcos e pântanos contribuem para a saúde do planeta?

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 1 de fev. de 2023, 16:06 BRT

Vista aérea de um manguezal em Aracruz declarado “morto” por cientistas após a região foi atingido por uma forte chuva de granizo.

Foto de Victor Moriyama

As áreas úmidas englobam alguns dos ambientes mais ricos do mundo. Essas áreas, que podem incluir pântanos, charcos, estuários ou mangues, são vitais para a sobrevivência humana e a de inúmeras espécies vegetais e animais que dependem desses ecossistemas para a sua subsistência. 

É o que descreve a Convenção de Ramsar ou Convenção sobre as Zonas Húmidas de Importância Internacional, um tratado intergovernamental assinado na cidade iraniana de Ramsar em 1971 por 168 países, que procura conservar estes locais e inspirar um uso sustentável de seus recursos. 

Segundo a ficha técnica “Áreas úmidas: por que cuidar delas?”, presente no documento da Convenção, as áreas úmidas são indispensáveis por seus inúmeros serviços ecossistêmicos, que incluem:

Fornecer água doce 

Cada pessoa precisa de pelo menos 20 litros de água por dia para beber, cozinhar e lavar. Nesse sentido, as áreas úmidas são essenciais, pois fornecem água doce e ajudam a reabastecer os aquíferos subterrâneos.

Assegurar o abastecimento alimentar

Como exemplo, a Ramsar menciona o caso de dois alimentos  (produtos alimentares) populares que dependem desses ecossistemas. Por um lado, a maioria dos peixes comercialmente importantes requerem áreas úmidas costeiras durante uma parte do seu ciclo de vida. 

Por outro, a cultura do arroz, realizada em campos alagados, é responsável por 20% da alimentação mundial.

Purificação e filtragem de água

Sedimentos, plantas e espécies marinhas em áreas úmidas absorvem alguns dos poluentes gerados pela ação humana, como resíduos de pesticidas, da indústria e da mineração, incluindo metais pesados e toxinas, diz a Convenção.

Esses poluentes são absorvidos por meio das funções ecológicas dos ecossistemas, como respiração das plantas e animais e decomposição de matéria orgânica. 

(Conteúdo relacionado: Igapó, a floresta feita de água)

Zonas húmidas de Xochimilco onde os astecas começaram a sua civilização.

Foto de Peter Essick

Minimizar os efeitos das tempestades e inundações

"As áreas úmidas são os amortecedores da natureza", diz a ficha informativa da Ramsar. O solo de pântanos e prados húmidos atua como esponjas naturais, absorvendo a precipitação, criando piscinas superficiais e reduzindo a área de inundação de cursos de água e rios. Esta mesma capacidade de armazenamento também protege contra a seca. 

Mangues, pântanos de água salgada e recifes de coral reduzem a velocidade e altura das marés durante tempestades; as raízes da vegetação também ajudam a reduzir a erosão do vento e das ondas e a aumentar a resistência às alterações climáticas.

Armazenar carbono

Áreas pantanosas cobrem cerca de 3% da superfície terrestre, mas contêm 30% de todo o carbono armazenado na terra, segundo as notas da Convenção. Em comparação, armazenam duas vezes mais do que as florestas do mundo. Mas, quando queimados ou drenados para a agricultura, esses ambientes tornam-se fontes de carbono, ou seja, emitem mais CO2 do que tem capacidade de absorver. 

Contribuir para a biodiversidade

De acordo com a Convenção, as áreas húmidas são o lar de mais de 100 mil espécies de água doce conhecidas. Além disso, 40% das espécies de animais do mundo vivem ou se reproduzem nestas áreas, segundo explica um infográfico da Ramsar feito para o Dia Mundial das Áreas Úmidas, comemorado em 2 de fevereiro. 

(Relacionado: O que é a biodiversidade e como preservá-la?)

Fornecer produtos e meios de subsistência sustentáveis

As áreas úmidas geridas de forma sustentável fornecem madeira para construção, óleo vegetal, plantas medicinais, caules e folhas para uso têxtil e forragens para animais. Por sua vez, milhões de pessoas estão diretamente empregadas na pesca ou na aquicultura. 

Assim, conclui a ficha da Ramsar, mais de 660 milhões de pessoas dependem destes setores.

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