A água pode acabar? O que diz a ciência

A escassez deste recurso pode afetar uma grande porcentagem da população mundial.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 22 de mar. de 2023, 14:02 BRT
Burros ficam perto de um moinho de vento e tanque de água na região de Brandberg ...

Burros ficam perto de um moinho de vento e tanque de água na região de Brandberg Highland, na Namíbia.

Foto de Matt Moyer

A água é vital para a vida.  E como reforça o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a água doce limpa é necessária não só para beber, como para o saneamento básico, para a  agricultura, a criação de gado, a produção industrial, bem como para toda a criação e manutenção de ecossistemas da Terra. 

De acordo com a agência da ONU, a água doce mais facilmente acessível encontra-se em rios, lagos, zonas húmidas e aquíferos – e em quantidade, essas fontes representam menos de 1% da água do mundo. A água doce limpa trata-se, portanto, de um recurso finito e a escassez é um problema crescente em todos os continentes.

O que é a escassez de água?

A escassez de água é um conceito relativo, explica a ONU-Água (agência da Organização das Nações Unidas para o tema). A quantidade de água que pode ser fisicamente acessada varia à medida que a oferta e a procura deste recurso muda.

"À medida que a população mundial cresce e o desenvolvimento econômico intensivo continua, os recursos hídricos e as infraestruturas em muitos países não estão conseguindo satisfazer a procura crescente por água", diz o relatório da organização.

Para além da procura, a escassez de água aumenta quando o fornecimento é afetado por uma diminuição da quantidade ou da qualidade da água disponível.

Tempestades levam lixo das ruas da cidade para Rock Creek perto de Fish Ladder, Washington, D.C., ...
Cervos viajam por uma passagem subterrânea ao longo do rio Chicago, Chicago, Illinois, EUA.
À esquerda: No alto:

Tempestades levam lixo das ruas da cidade para Rock Creek perto de Fish Ladder, Washington, D.C., EUA.

Foto de CAROLYN VAN HOUTEN
À direita: Acima:

Cervos viajam por uma passagem subterrânea ao longo do rio Chicago, Chicago, Illinois, EUA.

Foto de Corey Arnold

A este respeito, as alterações climáticas vêm agravando a escassez de água e seu armazenamento no solo, enquanto a neve e o gelo seguem diminuindo, como adverte a ONU-Água.

Dados de 2021 do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) informam que 1 bilhão e 420 milhões de pessoas, incluindo 450 milhões de crianças, vivem atualmente em áreas de elevada ou extremamente elevada vulnerabilidade hídrica. 

Na mesma linha, o relatório “Combining Approaches to Water Management and Adaptation to Climate Change” (“Combinando Abordagens para Gestão da Água e Adaptação às Mudanças Climáticas”, em tradução livre) publicado pelo Pnuma em novembro de 2022 adverte que com o tempo o problema pode se tornar ainda maior.

"Até 2050, cerca de 6 mil milhões de pessoas irão enfrentar escassez de água devido ao aumento da procura por parte do crescimento populacional e dos níveis crescentes de poluição", diz o relatório.

Qual é o caminho a seguir diante da escassez de água? 

Em primeiro lugar, o Pnuma sublinha que a água tem de ser tratada como um recurso valioso e escasso. Por sua vez, recomenda a gestão integrada dos recursos hídricos  como um meio de fornecer um quadro para os governos alinharem os padrões de utilização da água com as necessidades e exigências dos diferentes utilizadores e do ambiente.

A entidade também informa que a informação sobre o tema e o uso da tecnologia têm um papel fundamental na redução do consumo doméstico de água e na promoção de um uso sustentável desse recurso, bem como na exploração, proteção e utilização sustentável das águas subterrâneas.

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