Mapa Mundial da Água: nova iniciativa da National Geographic para enfrentar a crise hídrica

O mapa permite identificar como a água doce é utilizada em mais de 20 hotspots hídricos no mundo, além de reconhecer pontos críticos de disponibilidade e divulgar histórias inspiradoras para proteger este recurso precioso e esgotável.

Zona húmida próxima da zona de exploração da mina de Aruntani. Em 2017, um relatório da OEFA sinalizou a deteção de uma ressurgência de águas subterrâneas ácidas com teores elevados de alumínio, cobalto, cobre, ferro e manganês.

Foto de MUSUK NOLTE
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 23 de mar. de 2023, 14:34 BRT

De acordo com as Nações Unidas, até 2025, metade da população mundial poderá estar vivendo em áreas com escassez de água. Isto se deve não apenas à mudança climática, mas também ao rápido desenvolvimento urbano, à poluição, ao colapso da infraestrutura hídrica, ao crescimento e distribuição da população e à má administração dos recursos hídricos.

Os seres humanos estão usando mais água do que o ciclo da água pode repor, esgotando os recursos de reservatórios subterrâneos rasos, o que leva a exploração de aquíferos profundos que não serão renovados no tempo de vida da humanidade. No processo, ameaçamos não apenas nossa própria saúde, paz e bem-estar, mas também a saúde dos ecossistemas e da vida selvagem.

Diante desta crise, caracterizada pela abundante disponibilidade de água em alguns lugares e a insuficiência em outros, a National Geographic Society lançou o Mapa Mundial da Água como parte de sua Iniciativa Global de Água Doce. A ação é planejada para funcionar por cinco anos com o objetivo de entender melhor a crescente escassez deste recurso em todo o mundo e inspirar movimentos sustentáveis.

O mapa foi criado pela National Geographic Society em cooperação com Marc Bierkens e Niko Wanders, especialistas em água da Universidade de Utrecht, na Holanda, com a tecnologia da Esri, uma empresa líder de mercado global em software de sistemas de informação geográfica (GIS), inteligência de localização e mapeamento.

Como parte do Mapa Mundial da Água, os exploradores da National Geographic de todo o mundo estão trabalhando em projetos de narração de histórias, conservação e educação ligados ao acesso à água. O fotógrafo peruano Musuk Nolte investiga a vulnerabilidade do Lago Titicaca à mudança climática, que é intensificada pela poluição causada pela mineração e pela má gestão das águas residuais em 23 cidades vizinhas. Entre as ações de resistência realizadas pelas comunidades bolivianas e peruanas, cuja subsistência depende ancestralmente deste corpo de água, destaca-se a demanda de que o lago seja considerado um sujeito de direito.

 

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    À esquerda: No alto:

    Mario Huarca, 65 anos, morador da comunidade Ocuviri, conta que às vezes sonha que encontra peixes grandes em um rio cristalino, como quando era criança. Hoje toda a bacia hidrográfica está contaminada.

    À direita: Acima:

    John Elvia mora na comunidade Coata. Nesta comunidade, um grande número de crianças, de acordo com um estudo de 2021, apresenta altos níveis de metais pesados ​​no sangue, o que causa dores de cabeça, problemas de crescimento e outras sequelas, Puno.

    fotos de MUSUK NOLTE

    Um mapa para identificar hotspots e pedir ação

    O Mapa Mundial da Água pode identificar 22 hotspots de disponibilidade de água, visualizar a oferta e a demanda global das fontes, e ver como e quanto da água é utilizada para fins domésticos, industriais e agrícolas.

    Os usuários também podem pesquisar sua bacia hidrográfica local (aproximando-se até 10 quilômetros) para entender o estado da água doce em sua comunidade.

    A nova ferramenta é baseada em um dos modelos de código aberto (programa cujo código fonte é disponibilizado para uso ou modificação) mais avançados disponíveis para acompanhar a disponibilidade da água em diferentes partes do mundo. O programa integra mais de 40 anos de dados históricos e será atualizado regularmente para monitorar mudanças na disponibilidade e demanda dos recursos hídricos.

    A ferramenta também será enriquecida com histórias de exploradores da National Geographic e contadores de histórias apoiados pela Iniciativa Global de Água Doce que estão documentando os desafios do acesso à água doce em suas comunidades, bem como soluções sustentáveis. 

    "O Mapa Mundial da Água será uma ferramenta de alto impacto para apoiar a pesquisa, a conservação, a educação e a narração de histórias que envolvem o uso e acesso a água doce", disse Alex Tait, geógrafo da National Geographic Society

    Por fim, a iniciativa também está de acordo com uma diretriz do Relatório das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Mundial da Água 2022, que afirma que "tudo começa por tornar visível o invisível".

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