Quais tipos de áreas úmidas existem no mundo?
As áreas úmidas cobrem 6% da superfície da Terra e são vitais para as pessoas e os animais. Mas sua degradação está se acelerando: elas desaparecem três vezes mais rápido do que as florestas.
Vista da zona de manguezais da Área de Proteção Ambianetal(APA), de Guapi-Mirim, e da Estação Ecológica da Guanabara, região hidrográfica da Baía de Guanabara. Na foto o colhereiro, uma das espécies de aves encontradas na área de proteção. Os manguezais estão entre as áreas úmidas mais importantes do mundo.
Os serviços ecossistêmicos que cada tipo de área úmida do planeta oferece à humanidade são muitos – e bastante importantes. Do fornecimento de água doce e alimentos, passando por ser uma barreira de controle para enchentes e chegando até a atenuar os efeitos das mudanças climáticas, as áreas úmidas são essenciais para a vida na Terra.
De acordo com a Convenção de Ramsar (um tratado intergovernamental cuja missão é a conservação e o uso inteligente das zonas úmidas), as áreas úmidas são zonas em que a água é o principal fator de controle do ambiente e das vidas vegetal e animal associadas.
Consideradas um dos ambientes mais produtivos do mundo, as zonas úmidas são berços de diversidade biológica e fontes de água e produtividade primária das quais inúmeras espécies de plantas e animais dependem para sua subsistência, como explica a Convenção.
Embora cubram cerca de 6% da superfície terrestre, elas abrigam 40% de todas as espécies de plantas e animais do mundo, e sua diversidade biológica é crucial tanto para a saúde humana, como para o suprimento de alimentos, o transporte e as atividades econômicas, como afirma a Organização das Nações Unidas (ONU).
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O Dia Mundial das Áreas Úmidas existe para lembrar da importância da preservação dessas regiões, que são essenciais para a vida no planeta.
Dia Mundial das Áreas Úmidas: por que ele existe e é comemorado?
Apesar de sua importância para diversas espécies, esses ecossistemas estão ameaçados: o tamanho e a qualidade das áreas úmidas continuam a diminuir na maioria das regiões da Terra, alerta a Convenção.
Estima-se que quase 90% das áreas úmidas tenham sido degradadas desde o século 18, e sua taxa de perda seja três vezes mais rápida do que a das florestas, informa o site do Dia Mundial das Áreas Úmidas.
Entre as atividades humanas que causam a perda desses territórios, a ONU cita: drenagem e preenchimento das áreas para usos agrícolas e de construção; poluição; pesca excessiva e superexploração de recursos; espécies invasoras; e mudanças climáticas.
"É urgente conscientizar as pessoas para reverter a perda acelerada desses espaços e promover sua conservação e restauração", destaca o site do Dia Mundial das Áreas Úmidas.
Portanto, com o objetivo de celebrar sua existência e conscientizar sobre a importância da conservação, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o Dia Mundial das Áreas Úmidas em 2021, a ser comemorado sempre no em 2 de fevereiro de cada ano.
Em 2024, o tema do Dia Mundial das Áreas Úmidas definido pela ONU é "Zonas Úmidas e o bem-estar humano". A proposta é destacar a forte conexão entre as zonas úmidas e a vida humana, e enfatizar como todos os aspectos do bem-estar das pessoas estão ligados à saúde das áreas úmidas do mundo.
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Quais são os tipos de zonas úmidas existentes:
De acordo com um documento de Ramsar de 2016 intitulado “Introdução à Convenção sobre Áreas Úmidas”, esses espaços podem ser classificados de acordo com cinco categorias principais:
- Marinha: inclui áreas úmidas costeiras, inclusive lagoas costeiras, costões rochosos, pradarias de ervas marinhas e recifes de coral;
- Estuarino: inclui deltas, pântanos de maré e lodaçais, além de e manguezais;
- Lacustre: áreas úmidas associadas a lagos;
- Ripárias: aquelas adjacentes a rios e riachos;
- Palustres: inclui pântanos, brejos e turfeiras.
Entretanto, a Convenção também reconhece áreas úmidas criadas pelo homem. Ou seja, lagoas de peixes e camarões, lagoas de fazendas, terras agrícolas irrigadas, incluindo arrozais, planícies de inundação salinas, represas, reservatórios, lagoas de cascalho, lagoas de tratamento de esgoto e canais.
Especificamente, a Convenção de Ramsar adotou um sistema de classificação que inclui 42 tipos em sua totalidade, agrupados em três categorias: áreas úmidas marinhas e costeiras (pântanos de água salgada, estuários, mangues, lagoas e recifes de coral), interiores (pântanos, lagos, rios, planícies de inundação, turfeiras e pântanos) e criadas pelo homem (tanques de peixes, campos de arroz e pântanos salgados).