Dia Mundial de Conscientização sobre Tsunamis: quais regiões do mundo são mais propensas a essas ondas devastadoras?
Embora um tsunami possa ocorrer no litoral de quase qualquer parte do mundo, algumas regiões correm um risco maior. Descubra quais são elas e por que estão na mira de especialistas.
Na foto, a devastação causada pelo tsunami que veio aliado a um terremoto em março de 2011, na costa do Japão.
A palavra tsunami se refere a uma série de grandes ondas geradas por distúrbios no fundo do mar, principalmente associados a terremotos submarinos. Essa gigantesca onda pode ter diversas causas, como por exemplo, erupções vulcânicas, deslizamentos ou movimentações de terra submarinos e o impacto de grandes asteroides no oceano, como explica um artigo da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema.
“Esses eventos se desencadeiam quando há movimento vertical do fundo do mar com subsequente deslocamento de massas de água”, continua a ONU, e podem ocorrer em uma série de ondas sucessivas capazes de atingir o litoral em intervalos de 5 a 60 minutos.
A ONU afirma ainda que as ondas de um tsunami podem se parecer com “paredes de água que se movem rapidamente para o interior e que são capazes de recuar tanto que o fundo do mar fica exposto antes da chegada da próxima onda”, diz a fonte, detalhando como esse volume de água também carrega detritos e escombros em seu rastro.
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Os tsunamis podem ocorrer como ondas que se sucedem, atingindo o litoral em intervalos de 5 a 60 minutos. Aqui, a foto registra um momento do tsunami de 2004 em Ao Nang, província de Krabi, na Tailândia.
Quais são as áreas mais propensas a tsunamis do mundo
Os tsunamis podem se formar em qualquer oceano, mar interior ou grande corpo de água do mundo, diz a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), uma agência do governo dos Estados Unidos.
Entretanto, algumas áreas são mais vulneráveis devido à proximidade de fontes locais de tsunamis e a fatores geográficos específicos, como profundidade do mar e topografia.
Especificamente, o Oceano Pacífico (a maior bacia oceânica do mundo) é a região onde ocorre a maior parte da atividade sísmica e dos tsunamis, descreve a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Devido à sua localização no chamado “anel de fogo”, essa região passa por intensa atividade tectônica , resultando em maior incidência de terremotos e erupções vulcânicas, duas das principais causas de tsunamis.
De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, “cerca de 90% de todos os terremotos e 81% dos terremotos mais intensos ocorrem ao longo desse anel”, que é o local onde a placa do Pacífico interage com outras placas tectônicas, aumentando, assim, a probabilidade de tsunamis.
Casas, navios e carros foram deixados em um campo de arroz inundado pela água do mar em Natori, Miyagi, no Japão. Os tsunamis são catástrofes naturais com alto potencial de destruição.
Contabiliza-se que cerca de 78% dos tsunamis ocorrem no Pacífico (ao redor do “anel de fogo”) e o restante ocorre no Oceano Atlântico. O Mar do Caribe fica com 9% dos tsunamis registrados, seguido pelo Mar Mediterrâneo com 6% e o Oceano Índico com 5%, além de outros mares com apenas 1%, segundo dados da NOAA.
A agência norte-americana acrescenta que, desde 1900, os maiores tsunamis tiveram origem em Alasca, Chile, Japão, Indonésia, Paquistão e Rússia, causando efeitos destrutivos até mesmo em costas distantes.
Existe um Dia Mundial de Conscientização sobre o Tsunami
Em 26 de dezembro de 2004, um terremoto no Oceano Índico provocou um tsunami que matou cerca de 230 mil pessoas em 14 países. Essa tragédia levou a Assembleia Geral das Nações Unidas a estabelecer o dia 5 de novembro como o Dia Mundial de Conscientização sobre o Tsunami a fim de chamar a atenção para esse acontecimento da natureza.
Ainda segundo a ONU, foi o Japão, um país que já sofreu repetidamente com o impacto de tsunamis, que propôs a criação da data. A experiência acumulada do país asiático em sistemas de alerta precoce, resposta a desastres e reconstrução contribuiu para o conhecimento global sobre como reduzir o impacto desses fenômenos.
A ONU, em colaboração com o Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (da sigla em inglês UNDRR), está liderando a organização desse dia para “destacar a importância da preparação”.
Embora os tsunamis não sejam frequentes, seu potencial destrutivo é alto. De acordo com a ONU, "somente no século 20 cerca de 58 tsunamis causaram mais de 260 mil mortes, com uma média de 4 mil 600 mortes por desastre”, superando outros fenômenos naturais em termos de letalidade. A maioria dessas vítimas ocorreu no tsunami do Oceano Índico em 2004.