
Dia Mundial da Economia de Energia: 5 ideias para reduzir o consumo energético fora de casa
A movimentação de passageiros e ônibus na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília. Evitar o uso do carro particular e preferir o transporte público é uma medida que permite economizar energia quando você precisa se deslocar por distâncias médias.
O dia 21 de outubro ficou marcado como o Dia Mundial da Economia de Energia, uma temática que ganha cada vez mais relevância no contexto atual de crise climática no mundo. Embora as origens da data sejam incertas, ela serve para lembrar a importância de usar os recursos energéticos de maneira responsável, “refletir sobre nossos hábitos e tomar medidas concretas para um futuro mais sustentável”, aponta um artigo publicado no site da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam).
Conforme destaca um artigo de National Geographic sobre o tema, existem várias ações que podem ser consideradas para economizar energia em casa, como desconectar aparelhos que não estão em uso, reduzir o uso de aparelhos elétricos, escolher eletrodomésticos com maior eficiência energética, desligar luzes de cômodos vazios, tomar banhos rápidos e controlar a temperatura ambiente.
Mas será que é possível gastar menos energia quando também se está fora de casa? Aproveitando o Dia Mundial da Economia de Energia, NatGeo reuniu cinco dicas para buscar este objetivo.
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Um evento ciclístico em Lima, capital do Peru, por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente em 2019. Conforme explica a ONU, caminhar ou andar de bicicleta são as formas de locomoção que produzem menos emissões de carbono.
1. Caminhe ou ande de bicicleta
Se você precisa percorrer distâncias curtas, pode optar por caminhar ou andar de bicicleta. Além de evitar o congestionamento, essa escolha ajudará a economizar energia e reduzir as emissões geradas pelos veículos, destaca a Agência Internacional de Energia (AIE), um organismo criado em 1974 que fornece análises, dados, recomendações e soluções para ajudar os países a fornecer energia segura e sustentável.
Essa é uma medida relevante, pois, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente “o setor de transportes gera a maior quantidade de emissões de carbono em nível mundial”.
Essa é uma medida relevante, pois, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente “o setor de transportes gera a maior quantidade de emissões de carbono em nível mundial”.
Vale ressaltar, no entanto, que o uso de bicicleta requer equipamentos de segurança, como capacetes e iluminação para que o veículo seja visto durante à noite, quando há menos luz. Também é importante priorizar o uso de bikes dentro de ciclovias ou faixas destinadas a esse tipo de transporte, de forma a proteger o usuário. Cidades com políticas públicas que priorizam bicicletas incentivam a adoção deste modal de transporte.
2. Use o transporte público sempre que possível ou o combine com trajetos em carro
Priorizar o transporte público pode ser uma saída sempre que seja possível fazê-lo dentro do dia a dia de cada um. Opções como metrôs ou ônibus foram desenhadas para o levar muitas pessoas e estão presentes em boa parte das grandes e médias cidades da América Latina.
Recomenda-se, é claro, evitar os horários de pico para que o trajeto não se torne penoso. Mas pense nesta opção principalmente se for se deslocar sozinho para algum ponto mais distante de onde você mora.
Também pode ser interessante combinar o uso de transporte público com viagens em carro – seja ele particular ou de aplicativos. Organizar-se para compartilhar uma viagem em carro com outras pessoas, como amigos ou família, ajuda a economizar energia e dinheiro.
Conforme indica a ONU, “substituir o uso do carro pelo transporte público pode reduzir em até 2,2 toneladas a quantidade anual de emissões de carbono por pessoa”. E viver sem usar o carro “pode reduzir sua pegada de carbono anual em aproximadamente 3,6 toneladas”.
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Mudar de um veículo padrão para um elétrico reduz a pegada de carbono. Mas é ainda melhor comprar um carro elétrico usado, já que a fabricação de novos veículos elétricos envolve o uso de minerais e metais preciosos. Aqui, um exemplar disponível no Fórum de Inovação Sustentável na COP 20, Lima, Peru.
3. Dirija de forma inteligente
De acordo com a Agência Internacional de Energia, otimizar o estilo de direção é uma boa estratégia para reduzir o consumo de combustível. Algumas medidas a esse respeito seriam dirigir suavemente e em baixa velocidade nas rodovias, fechar as janelas do carro durante trajetos percorridos em altas velocidades, certificar-se de que os pneus estejam bem calibrados, preferir rotas com menos tráfego e desligar o motor quando não estiver em movimento.
Outras medidas relacionadas consistem em cuidar do carro e realizar inspeções de manutenção periódicas para prolongar sua vida útil. E tenha em mente que “quanto menor for o carro, menos energia ele precisará para se mover”, indica a fonte.
Caso adquira um carro, avalie a compra de um veículo elétrico (VE), recomenda o órgão internacional. “Em geral, se você trocar um veículo padrão por um VE, conseguirá reduzir sua pegada de carbono em uma média de 2 toneladas por ano. E se optar por um veículo elétrico usado, “é ainda melhor, já que a fabricação de novos VEs envolve o uso de uma grande quantidade de minerais e metais preciosos”, acrescenta a ONU.
4. Se tiver que fazer uma viagem muito longa, avalie as melhores opções
Os aviões queimam combustíveis fósseis para obter impulso. Devido às suas proporções e às distâncias que percorrem, as aeronaves produzem “quantidades exorbitantes” de emissões, afirma a ONU. Dados da AIE mostram que, em 2023, a aviação representou 2,5% das emissões globais de dióxido de carbono (CO₂) relacionadas à energia.
“Um voo de longa distância de Nova York a Tóquio, só de ida, representa uma média aproximada de 2 toneladas de emissões de dióxido de carbono”, exemplificam as Nações Unidas. Em comparação, a média anual da pegada de carbono por pessoa é de 5,9 toneladas.
Dado que um voo de longa distância pode causar altas emissões, escolher outros meios de transporte, como trens ou ônibus, pode ser uma opção respeitosa com o planeta, afirma a organização internacional. Por isso, é importante planejar a viagem com antecedência para evitar pagar mais caro por esses transportes.
Em países com pouca ou nenhuma oferta de ferrovias, vale também a ideia de compartilhar o carro com mais amigos ou familiares na hora de colocar o pé na estrada.
5. Ajuste o aquecimento e desligue-o quando não estiver em casa
Essa dica vale para as regiões de serra e mais frias do Brasil. Recomenda-se “ajustar o termostato para a temperatura mais baixa possível dentro de casa, a qual permita vestir roupas quentes”, diz a AIE.
Baixar o termostato apenas 1°C permite economizar cerca de 7% da energia de aquecimento, garante a AIE. Aquecer apenas o cômodo em que você está ou os espaços que você usa habitualmente também é uma medida que ajudará a economizar nas contas e a não desperdiçar energia, acrescenta o órgão.
Ao sair de casa, é recomendável desligar o aquecimento ou o ar condicionado para evitar o desperdício, completa a entidade energética.
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Mudanças de comportamento individuais dependem de medidas sistêmicas impulsionadas pelos governos
Conforme indicado pela AIE, os ajustes de comportamento e hábitos para consumir menos energia nas atividades diárias permitem usar esses recursos de maneira mais “inteligente”, o que se traduz em uma menor pegada ambiental e menos custos nas contas. Além disso, essas atitudes em relação ao consumo de energia também contribuem para melhorar o bem-estar e a saúde pública.
No entanto, é importante esclarecer que, embora muitas medidas possam ser adotadas imediatamente, “as mudanças de comportamento dependem não apenas de decisões individuais, mas também de fatores sistêmicos, como a disponibilidade de infraestruturas, como ciclovias, transporte público ou trens de alta velocidade”.
Da mesma forma, as normas socioculturais influenciam a probabilidade de os consumidores modificarem seus hábitos energéticos, esclarece a Agência Internacional de Energia.
“Além disso, é provável que as mudanças só ocorram ao nível dos cidadãos individuais se os governos impulsionarem mudanças sistêmicas na mobilidade e na consciencialização do consumidor através de políticas eficazes”, sublinha o organismo. “Portanto, as mudanças graduais nos estilos de vida e nas opiniões necessárias para essas mudanças exigirão intervenções políticas e investimentos oportunos, claros e coerentes”.
