Monstro marinho pré-histórico recém-descoberto pode ser o maior que já existiu

O fóssil de ictiossauro, com cerca de 26 metros de comprimento, sugere que este réptil teria tamanho semelhante ao da moderna baleia azul.

Por John Pickrell
fotos de Nobumichi Tamura
Publicado 10 de abr. de 2018, 15:13 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Xonissauro, um ictiossauro de 21 metros, semelhante à nova criatura descoberta.
Esta ilustração mostra o xonissauro, um ictiossauro de 21 metros, semelhante à nova criatura descoberta.
Foto de Nobumichi Tamura

Restos mortais de um gigantesco réptil marinho do passado foram encontrados no sudoeste da Inglaterra. Conhecido como ictiossauro, o animal viveu há cerca de 205 milhões de anos e teria por volta de 26 metros de comprimento – quase tão grande quanto uma baleia azul, dizem os autores do estudo publicado no PLOS ONE (em inglês).

Os livros de biologia, há muito tempo, exaltam a moderna baleia azul como o maior animal que já existiu. Mas este e outros fascinantes achados fósseis indicam que podem ter existido criaturas ainda maiores nadando nos mares da Terra.

O que é esse animal?

Ictiossauros eram contemporâneos oceânicos dos dinossauros, com formas corporais superficialmente semelhantes aos golfinhos. Eles alcançaram sua maior diversidade há cerca de 210 milhões de anos, no final do período Triássico, mas alguns persistiram até o fim do Cretáceo. Eles desapareceram do registro fóssil cerca de 25 milhões de anos antes da extinção em massa que dizimou os dinossauros não-aviários.

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    Este osso maxilar reagrupado pertencia ao ictiossauro de 26 metros.
    Foto de Dean Lomax, The University of Manchester

    A maioria dos ictiossauros era muito menor que a criatura recém-descoberta - várias espécies do gênero Ictiossauro também encontradas no Reino Unido tinham apenas de 1,5 a 3,5 metros de comprimento. (Leia sobre o fóssil bem-preservado de um ictiossauro encontrado na Índia).

    Como os paleontólogos descobriram isso?

    O caçador de fósseis autodidata e co-autor do estudo, Paul de la Salle, estava vasculhando a praia em Lilstock, Somerset, em maio de 2016, quando encontrou um pedaço grande e intrigante de osso fóssil. Suspeitando que poderia ser de um ictiossauro, ele enviou imagens para os especialistas em répteis marinhos Dean Lomax, da Universidade de Manchester, no Reino Unido, e Judy Massare, da SUNY Brockport, em Nova York.

    Pesquisas posteriores revelaram cinco peças fósseis que se encaixaram para formar um osso de 1 m de comprimento, que os cientistas identificaram como sendo da mandíbula inferior de um ictiossauro. Com base no tamanho do osso, os cientistas acham que esse ictiossauro era maior do que qualquer outro conhecido da ciência.

    Lomax e Massare viajaram para Alberta, no Canadá, para examinar o fóssil muito mais completo do Shonisaurus sikanniensis, o xonissauro, um ictiossauro de 21 m de comprimento encontrado em 2004. A comparação do novo fóssil com o mesmo osso da mandíbula do xonissauro revelou que o novo osso é 25 por cento maior. Aumentar em escala o corpo inteiro do animal deu à equipe uma estimativa do tamanho de 26 metros.

    As reconstruções do ictiossauro gigante xonissauro mostram sua estrutura esquelética e o como ele poderia ter sido em vida.
    Foto de Nobumichi Tamura, Scott Hartman

    Por que essa descoberta é importante?

    Lomax diz que a descoberta levou-os a reinterpretar toda uma série de ossos isolados encontrados perto da aldeia de Aust, em Gloucestershire, Inglaterra. Alguns recolhidos já em 1850, esses fragmentos foram considerados por muito tempo como sendo parte de ossos de dinossauros terrestres, mas isso nunca fez muito sentido.

    Os cientistas perceberam que essas peças também pertenciam a gigantescos ictiossauros – e possivelmente a outros ainda maiores que o animal recém-identificado.

    "Nós o comparamos com esses ossos de Aust, e, assim que eu o vi, fiquei boquiaberto", diz Lomax. “Percebi que era um ictiossauro gigante e a maior coisa já encontrada no Reino Unido”

    Darren Naish, paleontólogo da Universidade de Southampton, também no Reino Unido, concorda que os tamanhos de todos esses ossos são impressionantes. Ele faz parte de uma equipe diferente que recentemente examinou os ossos de Aust e da mesma forma concluiu que eles pertenciam a enormes ictiossauros.

    Ele concorda com as estimativas de tamanho dos autores do estudo e diz que esses animais estavam “se aproximando ou excedendo várias baleias gigantes em tamanho”.

     

    Confira fotos do fóssil de ictiossauro encontrado na Índia em 2016:

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