Imagens do desastre em Petrópolis
Reportagem visitou a cidade no dia seguinte à maior tempestade a atingir o município em 90 anos.

Confira reportagem completa. Moradores conversam sobre pontos onde podem haver sobreviventes no bairro Alto da Serra. Até o momento as chuvas na cidade deixaram 152 mortos e 165 desaparecidos.
Vista de um escorregamento de terra em um morro do bairro Chácara Flora. As ocupações muitas vezes ilegais de encostas, margens de rios e outras áreas de risco são um desafio para evitar vítimas durante chuvas intensas. Especialistas apontam que a solução deve vir do combate à desigualdade, a aplicação de planos de risco, simulações, treinamento e envolvimento das comunidades nos projetos de prevenção.
O comerciante Emerson Machado, 39, caminha no quintal de um vizinho para chegar até sua casa, parcialmente destruída por um deslizamento durante a chuva torrencial que atingiu a comunidade em que nasceu, no Morro da Oficina, em Petrópolis.
Morador procura por sobreviventes entre a lama e escombros provocados por um deslizamento no Morro da Oficina. De acordo com geólogos, a quantidade de energia de grandes movimentos de massa pode carregar pedras de várias toneladas, troncos de árvores e outros detritos, aumentando a violência e o número de fatalidades nesse tipo de emergência.
Emerson Machado procura por objetos que ainda podem ser aproveitados na sala de sua casa, parcialmente destruída pela avalanche de detritos que arrasou a comunidade do Morro da Oficina. O comerciante de 39 anos conta que perdeu amigos e clientes no desastre e parte deles ainda estão desaparecidos.
Grande escorregamento de massa no Morro da Oficina foi responsável pela maior parte das fatalidades e desaparecidos deixados pela tempestade que atingiu Petrópolis no último dia 15 de fevereiro.
Homem observa os estragos deixados pela enxurrada na Rua Chile, no bairro Alto da Serra.
Homem pedala pela manhã na Rua Teresa, um dos pontos mais atingidos pela lama no bairro Alto da Serra. De acordo com um relatório do IPCC divulgado em 2021, chuvas extremas como as que atingiram Petrópolis tendem a ocorrer com mais frequência e intensidade conforme a temperatura do planeta aumenta.
Lama e destroços cobrem parcialmente um apartamento em um conjunto habitacional de moradias populares. O Cemaden - Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais informou a Defesa Civil Nacional e a Prefeitura de Petrópolis sobre a possibilidade de “evento meteorológico muito intenso” dois dias antes da tragédia.
Morador do Morro da Oficina caminha entre a lama e escombros que tomaram a Servidão Frei Leão, principal ladeira para acessar a comunidade.
Deslizamento de terra cortou ao meio a comunidade do Morro da Oficina, que concentra grande parte dos mortos e desaparecidos no desastre. Mais de 50 casas foram destruídas pelo escorregamento, que ocorre quando água encharca o solo, diminui o atrito com a rocha e a massa de terra, pedras e árvores são vencidas pela força da gravidade. Especialistas apontam que desastres como esse são causados por uma combinação de eventos extremos com a presença de populações vulneráveis em áreas de risco.
Morador caminha entre escombros deixados pela enchente na rua Washington Luiz, no centro de Petrópolis. A violência da enchente na cidade foi causada por um fenômeno descrito por geólogos como Debris Flow, ou Corrida de Detritos. Em ocorrências como esta, o grande volume de chuvas nas encostas causa o descolamento do solo e arrasta pedras, árvores e grandes objetos, aumentando não só a área inundada como também a força de arrasto e a capacidade de causar estragos e ferimentos fatais.
Estragos deixados pela Corrida de Detritos na rua Teresa, importante zona comercial de Petrópolis.
A rua Teresa, uma das principais vias comerciais da cidade, ficou completamente tomada pela lama que desceu das encostas durante a tempestade. Em seis horas foram registrados 259,8 mm de chuva em Petrópolis, 28% a mais do que a média esperada para todo o mês de fevereiro.
Bombeiros ajudam uma moradora a caminhar durante a noite na Rua Teresa, um dos pontos mais atingidos pelas inundações em Petrópolis. A via, que dá acesso ao bairro Alto da Serra, é um importante centro comercial da cidade. A tempestade deixou, além de mortos e feridos, mais de 4 mil desabrigados.
