País insular está banindo o uso do plástico

Dominica planeja se tornar a primeira nação do mundo resistente às mudanças climáticas e banir recipientes descartáveis é um passo para chegar lá.

Por Sarah Gibbens
Publicado 10 de ago. de 2018, 11:40 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Em um discurso na ONU no ano passado, o primeiro-ministro de Dominica diz que o país ...
Em um discurso na ONU no ano passado, o primeiro-ministro de Dominica diz que o país planeja se tornar a primeira nação do mundo resistente às mudanças climáticas.
Foto de Jad Davenport, National Geographic Creative

NO LESTE DO CARIBE está Dominica, a ilha que se orgulha de suas belezas naturais.

Ela é cercada por águas azuis, repleta de florestas tropicais e atrai turistas com o apelido de “Ilha Natureza”. Para proteger os seus bens mais preciosos, esse pequeno país insular adotou uma medida ambiciosa.

Em janeiro de 2019, Dominica, lar de 70 mil pessoas, planeja banir completamente todos os recipientes descartáveis de plástico comum e isopor usados em alimentos.

Em um anúncio que detalhou a decisão no último mês, o governo explica que a medida foi tomada a partir de uma iniciativa anterior para restringir importações de recipientes não biodegradáveis, uma tentativa de eliminar o fluxo deles para as lojas e restaurantes que os distribuem.

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Oitenta sacolas de compras e outros detritos plásticos obstruíram o estômago do animal, deixando-o sem conseguir se alimentar adequadamente.

“Dominica se orgulha de ser a ‘Ilha Natureza’”, afirma o primeiro-ministro, Roosevelt Skerrit. “Nós temos que merecer e refletir esse título. A questão da gestão de resíduos sólidos afeta essa percepção e continuaremos a lutar por isso”.

Outras nações já adotaram medidas para a eliminação de determinados itens de plástico, principalmente as sacolas plásticas, mas Dominica vê essa medida como um passo à frente em direção a um objetivo ainda maior. Nos próximos anos, o país deseja se tornar a primeira nação do mundo resistente às alterações climáticas. Além de proteger o seu valioso setor turístico, o governo espera que as políticas sustentáveis tornem a ilha mais resistente a furacões, como aquele que destruiu a infraestrutura da ilha em 2017.

 “Temos a oportunidade única de sermos um exemplo para o mundo, um exemplo de como uma nação inteira se recupera de um desastre e como uma nação inteira pode ser resistente às mudanças climáticas no futuro”, disse Skerrit em uma conferência de imprensa em Dominica no ano passado.

Linha de frente

Dominica não está apenas nas linhas de frente das mudanças climáticas. As águas quentes da ilha também são os habitats de verão mais populosos do mundo dos cachalotes em migração. Proteger essas populações cria uma urgência para o esforço de eliminação de plástico, que já é conhecido por ser nocivo aos mamíferos marinhos.

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    De acordo com as estimativas de um estudo de 2015 publicado na Science, oito milhões de toneladas de plástico são despejadas nos oceanos do mundo todos os anos. Mas Dominica espera que suas águas intocadas continuem sendo refúgio dos animais mais magníficos do oceano.

    Um objetivo maior

    O anúncio de Dominica foi divulgado algumas semanas depois da publicação de uma matéria especial da National Geographic, “Planeta ou Plástico?”, que relatou os problemas causados pelo plástico não biodegradável, principalmente nos oceanos do mundo.

    O fotógrafo da National Geographic Brian Skerry fotografou a vida selvagem marinha em todo o mundo, e em diversos locais presenciou os desafios que os plásticos representam para os animais que tenta fotografar.

    “O acesso a esses locais leva dias vindo de locais remotos como Fiji, e ainda assim nessas ilhas inabitadas que deveriam estar intocadas vemos plástico passando pelas nossas pernas na água”, diz ele. “Isso mostra a quantidade de plástico que existe no oceano.”

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