O iceberg gigante que se desprendeu é apenas o começo – a Antártida derrete

A ruptura da plataforma de gelo Larsen C pode ser o prenúncio de um colapso do continente austral que pode inundar cidades costeiras em todo o mundo.

Por Douglas Fox
fotos de Camille Seaman
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Um deslumbrante pôr do sol avermelhado no Canal Lemaire, no litoral oeste da Península Antártica. O gelo costeiro do continente se desfaz à medida que aumenta a temperatura do ar e da água.
Foto de Camille Seaman

Esta reportagem é parte da edição de julho de 2017 da revista National Geographic. Ela foi atualizada com novas informações sobre o colapso da plataforma de gelo Larsen C.

Vista do alto, a Plataforma de Gelo Pine Island mais parece um trem flagrado em plena colisão em câmara lenta. Empenada, a superfície exibe as cicatrizes formadas por milhares de imensas fendas. As bordas estão esfrangalhadas por riftes com mais de meio quilômetro de largura. Em 2015 e 2016, um enorme naco da plataforma, com 580 quilômetros quadrados, chegou a se destacar, passando a flutuar no Mar de Amundsen. Nessa região, a água do mar está mais de 0,5oC acima da média das últimas décadas. E tem mais: quadruplicou a velocidade com que o gelo vem derretendo e formando icebergs. 

Na península Antártica, o aquecimento foi bem maior – em média, de quase cinco graus. É por isso que um iceberg do tamanho do Distrito Federal acabou se separando da plataforma de gelo Larsen C. Esse também é o motivo pelo qual plataformas de gelo menores na península há muito se desfizeram por inteiro nas águas do mar de Weddell. Porém, ao redor do mar de Amundsen, as geleiras são muito maiores, assim como os riscos, com consequências que podem afetar todo o planeta.

Essa plataforma de gelo é a ponta flutuante da Geleira Pine Island, uma das várias massas brancas de grandes dimensões que desembocam no Mar de Amundsen. Juntas, elas fazem a drenagem de uma calota bem mais ampla, o Manto de Gelo da Antártida Ocidental, que tem mais de 3 mil metros de espessura e estende-se por uma área duas vezes maior que a da França. Embora também recubra uma série de ilhas, quase todo o manto está apoiado no embasamento rochoso de uma bacia situada mais de 1 500 metros abaixo do nível do mar. Isso faz com que o manto esteja especialmente ameaçado pelo aquecimento dos oceanos. Se todo esse gelo vulnerável se fragmentar, e for levado pelas correntes, o resultado seria uma elevação de 3,3 metros no nível dos mares – inundando regiões costeiras em todo o planeta. 

O manto de gelo é mantido no lugar apenas pelas plataformas de gelo ao seu redor – e essas barreiras flutuantes, apoiadas contra os montes e as cristas rochosas ao longo das bordas da bacia, estão começando a ceder. Por todos os lados no Mar de Amundsen, as plataformas vêm se debilitando e as geleiras que elas protegem estão se retraindo, devido ao maior desprendimento de gelo no mar. A plataforma Pine Island, com cerca de 400 metros de espessura na maior parte da sua área, é um dos casos mais dramáticos, pois perdeu 45 metros de espessura entre 1994 e 2012. 

Confira a reportagem completa na edição de julho da National Geographic.

Publicado por ContentStuff

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