Desfrute do sabor de um café cheio de tradição

Cada xícara de café produzida na Etiópia traz toda a tradição, a cultura e a história do lugar que deu origem à bebida.

Por Karen Carmichael
Publicado 7 de mai. de 2020, 19:52 BRT
Saberes na Etiópia

No sudoeste da Etiópia, região planáltica que é considerada a terra natal do café Arabica, um processo centenário de secagem de grãos resistiu ao tempo. O chamado método seco (ou método natural) é uma técnica ancestral que faz uso da alta incidência de raios solares para secar os frutos inteiros do café. O resultado é um café aromático com camadas de doçura, sabores de fruta madura, notas florais e uma bagagem histórica sem comparação.

"Quando você toma um café etíope, é como se estivesse saboreando a própria história, pois o processo de produção vem sendo repetido e aperfeiçoado por séculos", conta Rena Effendi, fotógrafa da National Geographic, que viajou a Sidamo, uma das principais regiões produtoras de café na Etiópia, para ter contato com a cultura cafeeira local.

Em visita à família do produtor Bekele Erango, que vive em Sidamo, Rena pôde ver em primeira mão como os agrônomos que fazem parte do Programa AAA Nespresso de Qualidade Sustentável™ estão ajudando agricultores locais a garantir um fornecimento contínuo de café etíope de alta qualidade. Juntos, eles trabalham para alcançar esse objetivo misturando as tradições ancestrais da região com técnicas agrícolas modernas.

Bekele Erango, Birtugan e seus filhos sentam-se para saborear o café diferenciado que produzem – um grão Arabica antiquíssimo, cultivado naquela que é amplamente considerada a terra natal do café.

Foto de Rena Effendi

"Na Etiópia, as pessoas amam o café e o tratam como parte da vida delas", diz a fotógrafa. "Todas as manhãs, as famílias fazem uma cerimônia do café – um ritual antigo que envolve a torra, a moagem, o preparo e a degustação do café. E esse é um café cujo cultivo se mantém o mesmo há gerações."

O aspecto fundamental desse cultivo etíope artesanal é conhecido como método natural ou não lavado, uma forma muito engenhosa de driblar a ausência de uma rede confiável de abastecimento de água. Imediatamente após a colheita, muitos agricultores etíopes espalham os frutos inteiros em esteiras estendidas no chão e têm o enorme trabalho de virar cada um dos frutos em intervalos regulares, ao longo de quatro semanas para garantir que eles fiquem totalmente secos. No entanto, esse método também pode acabar permitindo que a umidade do chão entre nos frutos, o que gera uma alteração no sabor diferenciado do café e causa contaminação.

Uma solução simples é utilizar estrados de bambu em vez de esteiras. Além de evitar que o café fique úmido ao entrar em contato com o chão, os estrados aprimoram a passagem de ar, permitindo que os frutos sequem melhor. Mas é preciso convencer os agricultores de Sidamo a alterar esse costume tão antigo. "Para os agricultores, foi preciso ver parar crer", afirma Rena, em referência à colheita volumosa e ao aumento na qualidade dos frutos produzidos em fazendas de demonstração. "Tudo começou com um agricultor que aceitava melhor as mudanças, e aí outros agricultores começaram a participar quando viram os resultados."

Em termos genéticos, a Etiópia é amplamente considerada como a terral natal do café Arabica. Ali, o cultivo do café vem sendo mantido e aperfeiçoado há séculos.

Foto de Rena Effendi

Com o apoio da TechnoServe, a Nespresso trabalhou lado a lado com comunidades agrícolas para construir relações de longo prazo com os agricultores e aconselhá-los a utilizar boas práticas de cultivo, incluindo melhorias no processo de secagem. De forma geral, fazendas que implementaram o programa AAA produziram um volume maior de café de alta qualidade que atinge os parâmetros de aroma e sabor da Nespresso. A renda extra ajudou alguns agricultores de Sidamo a colocar seus filhos na escola, construir casas e investir na lavoura. "A cultura cafeeira em Sidamo sempre esteve profundamente ligada à vida das pessoas", diz Rena. "A novidade agora, segundo me contou o agricultor Bekele Erango, é que depois de adotar as práticas indicadas pelo programa AAA, da Nespresso, a produtividade aumentou significativamente. A esperança de Bekele é que os filhos dele vejam os benefícios dessas práticas, vejam um futuro na produção de café."

"Para uma região na qual café e cultura estão profundamente ligados há séculos", conta Rena, "as práticas sustentáveis e as melhorias no cultivo trazidas pela Nespresso estão ajudando a garantir aos agricultores que as tradições do café vão continuar existindo por muitas gerações."


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