Estes animais, incluindo os humanos, não têm parentes vivos

Além do ser humano, porcos-da-terra, coalas e aie-aies estão entre as espécies sem parentes vivos próximos.

Por Liz Langley
Publicado 11 de jun. de 2019, 07:30 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Um porco-da-terra levanta do chão no Vale Luangwa, Zâmbia. Esses mamíferos sem similares são parentes de elefantes.
Foto de Frans Lanting, Nat Geo Image Collection

Existem 350 mil espécies de besouros – é uma quantidade absurda de parentes. E, ainda assim, alguns animais, como o homem, não possui espécies semelhantes existentes. Estamos completamente sós.

Os parentes vivos mais próximos do homem, em termos biológicos, são os chimpanzés, mas, embora o homem seja classificado como Homo sapiens, o que nos coloca no gênero Homo, os chimpanzés estão no gênero Pan. Todos os demais membros conhecidos do gênero Homo estão extintos há muito tempo, como os da espécie Homo neanderthalensis, mais conhecidos como Neandertais.

“Reconstruir a árvore da vida é uma tarefa complexa que pode trazer surpresas inusitadas”, afirma Alex Dornburg, do Museu de Ciências Naturais da Carolina do Norte, Estados Unidos. “Informações novas podem mudar nosso entendimento das relações genealógicas em um instante”. A análise de DNA, por exemplo, “revelou que alguns animais que se pensava há muito tempo serem primos, na verdade, não são, ou o contrário.

E mais: a própria definição de “espécie”, às vezes, pode enganar. “Bactérias podem assimilar genes de seu ambiente”, ofuscando os limites de suas diferentes espécies, afirma Isaac Miller-Crews, aluno de Ph.D. da Universidade do Texas, em Austin.

Ainda que tenhamos seguido trilhas distintas para chegar ao mesmo lugar, quais outros animais acabaram sós no mundo?

Porco-da-terra

Por sua aparência, muitos diriam que porcos-da-terra poderiam ser aparentados a diversos animais e já se pensou que fossem parentes de tamanduás por suas preferências alimentares semelhantes.

Na realidade, porcos-da-terra (Orycteropus afer) são parentes de elefantes e se separaram na árvore genealógica há cerca de 80 milhões de anos. Os porcos-da-terra que conhecemos e amamos hoje são os únicos de seu gênero a sobreviver e prosperar em sua savana nativa na África Central.

Aie-aie

Esse primata noturno com dentes grandes, olhos amarelos e dedos como os do seriado “Contos da Cripta” é realmente o único do gênero, mas nem sempre foi assim.

Os aie-aies, como este em Mananara, no leste de Madagascar, já tiveram um primo muito maior.
Foto de Thomas Marent, Minden Pictures/Nat Geo Image Collection

O aie-aie vive ao longo da costa leste de Madagascar. Em 1994, restos mortais parcialmente fossilizados de aie-aies gigantes foram encontrados bem mais ao sul. Se você achar que os que vivem hoje parecem um “primata diabólico”, imagine um que seja de duas a cinco vezes maiores que o atual que pesa menos de dois quilogramas em média.

Em um exemplo perfeito de como novas descobertas mudam as relações animais, em 2018, descobriu-se que um fóssil analisado recentemente que considerava um morcego era na verdade um parente primata do aie-aie. A descoberta sugere ainda que o aie-aie provavelmente não foi da África a Madagascar ao mesmo tempo que os lêmures, como se acreditava antes.

Não só foi uma surpresa o aie-aie de repente ter ganhado um novo parente, mas a última vez que um morcego se transformou em um primata tão rápido deve ter sido o Drácula.

Tuatara

Tuataras não são lagartos, apesar da aparência. Eles estão em uma ordem própria de répteis, são noturnos e afeitos a climas mais amenos.

Esses animais, que caminharam com os dinossauros, são um “fóssil vivo, a espécie mais solitária de todas”, que pouco mudou ao longo de milhões de anos, sem possuir parentes vivos, afirma Miler-Crews.

Isso não significa que as tuataras não mudaram absolutamente nada com o tempo, porém houve pouca pressão ambiental para grandes modificações, prossegue Miler-Crews. Tuataras vivem apenas na Nova Zelândia e estavam lá quando a ilha se separou do antigo supercontinente Gondwana, 80 milhões de anos atrás, conta ele.

Acreditava-se que outra espécie de tuatara habitasse a Ilha Norte da Nova Zelândia, porém novos testes genéticos em 2010 mostraram se tratar da mesma espécie, então a tuatara continua sendo a única e inigualável de seu tipo.

Coala

Debateu-se muito se alguns dos atuais coalas são realmente uma subespécie, porém testes genéticos demonstraram que o coala que conhecemos hoje é apenas uma espécie de coala fofa e adorável.

Por que tanta exclusividade? Em Improbable Destinies: Fate, Chance and the Future of Evolution (“Sinas improváveis: destino, acaso e o futuro da evolução” em tradução livre), Jonathan Losos escreve que coalas evoluíram em adaptação à dieta de folhas de eucalipto, nativa apenas da Austrália. Sua condição de isolamento pode ser um reflexo “da singularidade do ambiente”.

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    Os coalas, nativos da Austrália, são marsupiais bem adaptados de forma singular a seu ambiente.
    Foto de Joël Sartore, Nat Geo Image Collection

    Texugo-do-mel

    texugo-do-mel não é doce nem texugo, embora sua predileção pelo mel e semelhança com o texugo tenham lhe rendido o nome popular. O nome real é ratel.

    Os texugos-do-mel, como este em Masai Mara, na verdade não são texugos, mas parentes dos texugos.
    Foto de Suzi Eszterhas, Minden Pictures/Nat Geo Image Collection

    Texugos-do-mel são parentes de doninhas, gambás, lontras e outros texugos (todos da família dos mustelídeos), mas esse feroz mamífero africano está em um gênero só dele. Quem ia querer contrariá-lo?

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