Raridade: pinguim loiro é encontrado na Antártida

O estranho pássaro, um pinguim-de-adélia, tem uma mutação genética que afeta a quantidade de pigmento em suas penas.

Por Jason Bittel
Publicado 30 de mar. de 2023, 10:31 BRT
Um pinguim-de-adélia descansa no gelo com outros pinguins no Cabo Crozier, Antártida.

Um pinguim-de-adélia descansa no gelo com outros pinguins no Cabo Crozier, Antártida.

Foto de Jeff Mauritzen

O Cabo Crozier, na Antártida, não é um lugar para onde os turistas, ou mesmo os cientistas, vão. Para proteger uma das maiores colônias de pinguim-de-adélia da Terra, a área requer uma permissão especial para visitantes.

Segundo algumas estimativas, até 600 mil destas aves de quatro quilos se reúnem nesta costa desolada, com o Monte Terror pairando no céu. No início do inverno no hemisfério sul, em uma expedição turística da National Geographic, o fotógrafo Jeff Mauritzen capturou imagens de um pinguim diferente de qualquer outro: um animal pálido, cujas penas pretas pareciam ter perdido a cor.

"Sim, é um pinguim com leucismo (albinismo parcial)", confirmou por e-mail P. Dee Boersma, especialista em pinguins da Universidade de Washington em Seattle, EUA.

"O pinguim parece descolorido ou branqueado. É uma mutação genética", acrescentou Boersma, um explorador da National Geographic.

Ao contrário do albinismo, que ocorre quando o corpo de uma pessoa ou animal não produz melanina, ou pigmento, o leucismo ocorre quando esses pigmentos são impedidos de serem distribuídos por todo o corpo. Os termos elizabetano ou leucístico são, às vezes, usados para descrever a coloração marrom-pálida ou loira dos pinguins com esta condição.

Surpreendentemente, esta não é a primeira vez que surge na Mauritânia um pinguim leucista.

"Já vi milhões de pinguins", diz Mauritzen, que lidera as visitas fotográficas da National Geographic. "Mas agora eu vi dois destes". Em 2019, Mauritzen fotografou um pinguim-rei leucista na Ilha da Geórgia do Sul, que fica a mais de 1900 quilômetros da ponta da América do Sul.

Pinguins raros, porém conhecidos

Os pinguins leucistas são raros, mas não desconhecidos. De fato, foram identificadas várias espécies de pinguins com esta condição, como o pinguim-de-barbicha, pinguim-saltador-da-rocha e o pinguim-macaroni. Além disso, um estudo de 2000 revelou que algumas espécies de pinguins são mais propensas a mostrar leucismo do que outras.

"Os pinguins-de-adélia estavam entre as mais comuns", diz Boersma, que também testemunhou o leucismo nesta espécie.

Em geral, os pinguins-gentoo são os mais propensos a serem leucistas, com uma taxa de ocorrência de 1 em 20 mil. Em seguida aparece o pinguim-de-adélia, com 1 em 114 mil com características leucísticas, e os saltadores-da-rocha, com 1 em 146 mil.

Segundo os cientistas, os pinguins com leucismo vivem vidas normais e não são rejeitados por seus conspecíficos. Também não são alvo de predadores em maior escala. "Para alguém como eu, que já esteve em muitos, muitos lugares e teve muitos encontros incríveis com a vida selvagem, ver algo assim ainda é muito emocionante e surpreendente", reflete Mauritzen.

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