Essa cobra, também conhecida como víbora-de-lábios brancos, tem apenas 65 centímetros de comprimento e pesa 60 ...

Serpente azul: conheça a perigosa cobra que foi batizada em homenagem a Rita Lee

Uma víbora asiática tem chamado a atenção em terras brasileiras por conta de sua cor pouco comum na natureza – e também por ser altamente venenosa.

Essa cobra, também conhecida como víbora-de-lábios brancos, tem apenas 65 centímetros de comprimento e pesa 60 gramas, mas seu veneno é super potente.

Foto de José Felipe Batista Comunicação Butantan
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 4 de abr. de 2024, 12:00 BRT

Uma serpente azul exótica tem chamado a atenção no Instituto Butantan, órgão de pesquisa científica e produção de imunobiológicos do governo do estado de São Paulo. Trata-se de uma cobra da espécie Trimeresurus insularis e da família Viperidae que não é típica do Brasil e nem da América do Sul. É uma serpente víbora encontrada naturalmente na Ásia, especialmente na Indonésia, e por isso um tanto desconhecida por aqui. 

Com olhos vermelhosboca branca e uma coloração azul bem rara, a serpente foi resgatada em 2023, no estado da Bahia, com um traficante de animais. Por suas características bastante únicas, vale a pena conhecer mais sobre essa exótica serpente azul

A pequena e perigosíssima serpente azul 

Também conhecida como víbora-dos-lábios-brancos, essa serpente Trimeresurus insularis, que atualmente vive no Instituto Butantan, tem apenas 65 centímetros e pesa 60 gramas, sendo bem pequena. Mas o seu tamanho não deve enganar: ela é bastante perigosa

Trata-se de uma víbora, portanto, de uma cobra venenosa. Como explica Carlos Jared, pesquisador científico e diretor do laboratório de Biologia Estrutural do Instituto Butantan, no site da instituição, a Trimeresurus insularis possui um veneno hemolítico que pode destruir as hemácias do sangue, causando hemorragias. Além disso, é um veneno também proteolítico, que causa necrose dos tecidos, corroendo a pele de quem recebe sua picada. 

A serpente azul não é típica do Brasil ou da América do Sul: ela é normalmente encontrada na Ásia, especialmente na Indonésia.

Foto de José Felipe Batista Comunicação Butantan

O veneno da serpente azul tem ação local mais similar ao das cobras jararacas – mas não têm efeito neurotóxico, então não afeta o sistema nervoso como acontece com o veneno das cascavéis

Porém, os pesquisadores do Butantan atentam ao fato que como essa é uma espécie não comum em toda América Latina, o seu soro é dificilmente encontrado (não está disponível no Brasil, por exemplo). O perigo de ser picado por uma serpente víbora-dos-lábios-brancos é ficar sem receber o soro adequado, já que ela é exótica e natural de um país distante. 

A cobra azul é rara mesmo na Indonésia

Além de ser uma espécie incomum na região, o exemplar que agora vive no Instituto Butantan é ainda mais diferente por conta de sua cor. A ocorrência da cor azul entre as víboras-de-lábios-brancos é considerada rara, já que a maioria delas é esverdeada

As serpentes dessa espécie com a coloração azul só são encontradas em algumas ilhas específicas da Indonésia, o que faz desse exemplar bastante especial. O biólogo e herpetólogo Francisco Luís Franco explicou no site do Instituto Butantan que a cor azul se trata de um polimorfismo de cor, algo que acontece quando as espécies sofrem alterações de cor, tamanho ou comportamento por questões ambientais ou evolutivas

Além disso, a cor azul ajuda a serpente a se camuflar em meio a vegetação para fugir de predadores e também para enganar suas presas. As Trimeresurus insularis são carnívoras e costumam se alimentar de pequenos mamíferos, anfíbios e lagartos, como explica o instituto brasileiro. Essa cobra tem o hábito de se apoiar em galhos de árvores (como a cobra-papagaio) e como tem uma cauda preênsil, consegue se pendurar em galhos e segurar as presas impedindo-as de escapar, causando uma emboscada

mais populares

    veja mais

    As Trimeresurus insularis são carnívoras e geralmente se alimentam de pequenos mamíferos, anfíbios e lagartos, de acordo com o Butantan.

    Foto de José Felipe Batista Comunicação Butantan

    Por que a víbora azul recebeu um nome em homenagem à cantora Rita Lee?

    Quando os pesquisadores do Butantan souberam da interceptação da rara espécie na Bahia, inicialmente receberam no instituto um casal de serpentes víboras azuis

    A fêmea resgatada (e que possuía de uma cor menos intensa) estava bem debilitada e, apesar de ser maior do que o macho, acabou morrendo mesmo já sob cuidados da instituição. O macho, por sua vez, resistiu após ter ficado alguns dias sem comer e segue vivo, segundo informa o órgão. 

    O Butantan, por sua vez, acabou batizando o exemplar macho da serpente azul com o nome de uma música da cantora brasileira Rita Lee, por conta de sua beleza rara. Dentro do Butantan, o réptil é chamado de “Menino Bonito”. 

    Rita Lee, que marcou a cultura brasileira por sua obra musical e irreverência, era uma conhecida defensora dos animais. A artista falecida em maio de 2023 tinha um notório interesse pessoal por cobras – e até chegou a resgatar alguns exemplares. 

    Por conta dessa fama e também por possuir uma famosa música que fala do veneno de uma cobra cascavel, o Instituto Butantan optou por relembrar a artista. “Quisemos fazer essa homenagem pela influência tão importante dela na nossa cultura, especialmente para as mulheres, e para incentivar as meninas a se interessarem mais por ciência”, afirmou Erika Hingst-Zaher, pesquisadora e Diretora do Museu Biológico do Butantan no site da instituição.

    mais populares

      veja mais
      loading

      Descubra Nat Geo

      • Animais
      • Meio ambiente
      • História
      • Ciência
      • Viagem
      • Fotografia
      • Espaço
      • Vídeo

      Sobre nós

      Inscrição

      • Assine a newsletter
      • Disney+

      Siga-nos

      Copyright © 1996-2015 National Geographic Society. Copyright © 2015-2024 National Geographic Partners, LLC. Todos os direitos reservados