Lobo-guará
Ameaçado, o animal símbolo do cerrado vem sofrendo com a alterações de seu habitat, bem como conflitos com humanos e atropelamentos.
- Nome comum: Lobo-guará
- Nome científico: Chrysocyon brachyurus
- Tipo: mamífero
- Dieta: onívoro
- Tempo de vida médio na natureza: 12 anos
- Tamanho: entre 95 cm a 115 cm
- Peso: entre 20 kg e 33 kg
- Status de ameaça: quase ameaçado
- Tendência populacional: declinando
Apesar de ser um animal emblemático do Cerrado, o lobo-guará tem uma distribuição ampla, que inclui áreas de transição com a Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica, Pampa, além de Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai. No Sul do Brasil, a situação da espécie é crítica: estima-se que existam apenas 50 indivíduos no Rio Grande do Sul, por exemplo. O lobo-guará é o maior canídeo brasileiro e tem hábitos alimentares oportunistas. Caça tanto pequenos vertebrados, como roedores, aves e répteis, quanto artrópodes. Em alguns casos, foram encontrados restos de animais de grande porte, como veados-campeiros, nas fezes do lobinho. No entanto, pesquisadores não chegaram a um consenso sobre se os lobos-guarás atacam essas presas ou apenas consomem carcaças já mortas.
No cardápio, também estão inúmeras frutas, como a fruta-do-lobo, ou lobeira. Os lobos-guarás as comem aos montes, e como elas saem quase intactas no cocô, eles desempenham um papel de dispersores e contribuem para a manutenção da espécie vegetal. Para caçar ou comer as frutinhas, os lobos preferem o fim da tarde e a noite. Em geral, fazem isso sozinhos, mas também podem estar acompanhados de um parceiro – são animais de hábitos monogâmicos – ao longo do período reprodutivo. Vivem em áreas que variam de 20 km² a 115 km², a depender da disponibilidade de alimentos, e são bastante territorialistas. Para marcar presença, usam fezes e urina, além de uma vocalização características que também serve para se comunicar com os parceiros e filhotes. Estes vêm em ninhadas de até cinco animais depois de uma gestação que não passa de 65 dias.
O lobo-guará prefere áreas abertas para morar, como campos e matas de capoeira. Por conta disso, a espécie tem sido avistada em regiões de cultivos e pastagens onde antes havia florestas. O que não significa que eles estejam em uma situação confortável. Segundo uma estimativa de 2006, há pouco mais de 21 mil lobos-guará na natureza e alterações nos seus habitats, conflitos com humanos e atropelamentos fazem com que este número tenda a cair.