Um médico usa anestesia para preparar seu paciente para uma cirurgia na região da pélvis.

Quando a anestesia foi criada?

O medicamento é usado para prevenir a dor em uma ampla gama de práticas. A data do primeiro procedimento anestésico – que foi feito com éter – marca o Dia Mundial da Anestesia.

Um médico usa anestesia para preparar seu paciente para uma cirurgia na região da pélvis.

Foto de Craig Cutler
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 15 de out. de 2024, 07:07 BRT

Por definição, a anestesia compreende o uso de medicamentos para evitar a dor durante uma cirurgia ou outros procedimentos, como explica o Medline Plus, um serviço de informações dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH). 

Os anestésicos são substâncias que “podem ser administradas por injeção, inalação, loção tópica, spraycolírio ou adesivo para a pele”, acrescenta a fonte. 

A evolução da anestesia não é um fenômeno homogêneo, pois cada país tem sua própria narrativa sobre seu desenvolvimento, observa a Federação Mundial de Sociedades de Anestesiologistas (WFSA). Essa diversidade é influenciada por fatores culturaiseducacionais e médicos específicos de cada região. 

A Federação Mundial ressalta, no entanto, que a história da anestesia é repleta de narrativas díspares, com diferentes nações alegando terem sido pioneiras em seu uso. Conheça um pouco como o uso desses medicamentos evoluiu.

Seringas preparadas com medicamentos que se espera que sejam usados durante uma operação sob anestesia geral ...

Seringas preparadas com medicamentos que se espera que sejam usados durante uma operação sob anestesia geral mantida pelo gás sevoflurano. Entre eles estão o propofol, um hipnótico à base de efedrina em caso de hipotensão ao fentanil, além de Atracúrio  para analgesia e brometo de glicopirrônio (aqui sob o nome comercial Robinul) para bloqueio neuromuscular.

Foto de Mikael Häggström Domínio Público

A origem do uso da anestesia 

A história da anestesia remonta à década de 1840, quando as primeiras administrações de óxido nitroso e éter foram realizadas em países desenvolvidos. Entretanto, de acordo com a Federação Mundial de Sociedades de Anestesiologistas, pesquisas recentes mostraram que Seishu Hanaokaum cirurgião japonêsaperfeiçoou um anestésico oral à base de ervas cerca de 40 anos antes. 

O médico passou anos desenvolvendo uma mistura de alcalóides extraídos de seis ervas, o que permitiu que procedimentos cirúrgicos complexos fossem realizados sem dor, continua a fonte. Sua técnica foi ensinada no Japão até a introdução dos métodos ocidentais no século 19.

Mas o uso de anestésicos não se limitou a esses desenvolvimentos e há outros antecedentes. De acordo com a WFSA, documentos medievais de várias culturas atestam o uso de bebidas também feitas à base de ervas para induzir um estado que permitia a realização de cirurgias sem dor

Na Europa, especialmente na Inglaterra, também há registros de monges que cultivavam ervas em mosteiros e eram responsáveis por essa prática. No entanto, a eficácia dessas misturas não é totalmente clara, e a margem entre o terapêutico e o tóxico era provavelmente muito estreita, explica a fonte oficial. 

Além disso, a WFSA ressalta que há vários manuscritos em culturas não-ocidentais os quais podem conter informações sobre métodos cirúrgicos indoloresTextos da China Antiga, os Vedas (textos religiosos do hinduísmo) da Índia e os escritos árabes foram estudados por suas respectivas culturas e trazem informações sobre o tema.

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    O éter vinílico para anestesia da marca “Vinethene”, produzido pela empresa farmacêutica Merck, parou de ser usado em 1935. A imagem faz parte do acervo do Museu Nacional de História Americana Smithsonian, nos Estados Unidos.

    Foto de Museu Nacional de História Americana Smithsonian

    Existe um Dia Mundial da Anestesia

    Celebrado em todo dia 16 de outubro, o Dia Mundial da Anestesia marca o nascimento da anestesiaem 1846, quando o uso do éter foi demonstrado pela primeira vez em um paciente no Massachusetts General Hospital, em Boston, nos Estados Unidos.

    Isso mudou a cirurgia para sempre, demonstrando que era possível submeter os pacientes à cirurgia sem a tortura da dor”, diz a WFSA. 

    O órgão mundial também ressalta que, apesar dos muitos avanços médicos que foram feitos nos quase 170 anos desde o primeiro procedimento anestésico, “quase 5 bilhões de pessoas ainda não têm acesso a práticas anestésicas seguras”.

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