Mensagem em garrafa mais antiga do mundo encontrada em praia

A descoberta de quase 132 anos fazia parte de um experimento realizado por equipes alemãs para estudar as correntes oceânicas.

Por Elaina Zachos
Publicado 12 de mar. de 2018, 11:41 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT

No dia 21 de janeiro, a família Illman e alguns amigos dirigiam por uma praia ao norte da Ilha Wedge, na costa oeste da Austrália, cerca de 160 km ao norte de Perth, quando o carro ficou atolado na areia. Tonya Illman e sua amiga Grace Ricciardo decidiram dar uma volta.

Enquanto retornavam, elas pararam para pegar um lixo do chão. Illman pegou uma garrafa marrom com letras gravadas imaginando que seria uma bela peça de decoração para sua estante de livros.

De volta ao carro, Illman entregou a garrafa à namorada de seu filho, Bree Del Borrello, para que ela pudesse ajudar o marido a tirar o carro da areia fofa. Olhando dentro da garrafa, Del Borrello viu o que parecia ser um cigarro.

Eles removeram o objeto frágil da garrafa e viram que estava bem enrolado e preso com um fio de corda. Somente quando chegaram em casa, em Lanceline, eles puderam colocar o papel úmido no forno para secá-lo e desenrolá-lo. Mais tarde, eles descobririam que a folha de papel de 20 por 15 cm era a mensagem em uma garrafa mais antiga do mundo.

"Foi muita sorte”, diz Kym, marido de Illman, ao The Guardian. "Não podia ter sido melhor."

S.O.S. para o mundo… ou não

Inicialmente, os Illmans ficaram céticos. Mas, dois dias após a descoberta, eles foram ao Museu da Austrália Ocidental, onde conheceram Ross Anderson, curador assistente de arqueologia marítima.

Anderson analisou o texto escurecido na folha de papel antiga e frágil com amostras de manuscritos de capitães e determinou que a mensagem era de 12 de junho de 1886. Ou seja, ela tinha 131 anos e 223 dias quando foi encontrada. Ele acrescentou que a garrafa tinha sido jogada ao mar pelo navio de vela alemão Paula enquanto cruzava o Oceano Índico vindo de Cardiff, no País de Gales, para a região atualmente conhecida como Indonésia. Essas descobertas foram confirmadas por especialistas do Observatório Naval Alemão.

Durante esse período, as equipes alemãs realizaram um experimento de 69 anos que exigiu que milhares de garrafas fossem lançadas ao mar para investigar as correntes oceânicas globais. Cada mensagem continha as coordenadas de onde o navio estava quando a garrafa foi lançada, juntamente com a data e o nome do navio. Todos esses detalhes estavam na mensagem na garrafa que Illman encontrou.

A julgar pelas coordenadas no papel, a garrafa foi jogada ao mar a quase 1 mil km de distância, em algum lugar a oeste da América do Sul. A partir daí, a garrafa provavelmente foi trazida à terra depois de um ano e ficou enterrada sob areia. Anderson diz que a rolha do frasco secou e saiu após fortes tempestades e chuvas. A análise concluiu que o porto de origem de Paula era Marselha, na França. (Veja também: Encontrado porta-aviões naufragado na Segunda Guerra Mundial)

Até essa data, 662 outras mensagens do experimento alemão foram encontradas e devolvidas. A descoberta mais recente, um cartão postal de 108 anos, foi feita na Alemanha em abril de 2015. (Relacionado: "Séculos de naufrágios preservados encontrados no Mar Negro")

Desde então, a família Illman emprestou sua descoberta ao Museu da Austrália Ocidental até 2020. Atualmente está em exibição para o público.

"Esse foi o evento mais especial da minha vida", escreveu Illman em um site dedicado à descoberta. "Só de pensar que essa garrafa não havia sido tocada há quase 132 anos e está em perfeito estado, apesar da força dos elementos, me deixa incrédula. Ainda estou tremendo."

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