Os 9 fenômenos astronômicos imperdíveis de dezembro: tem superlua, um cometa raro e Júpiter brilhando intensamente
Este mês trará algumas imagens celestes impressionantes, incluindo uma das melhores chuvas de meteoros do ano e uma brilhante combinação entre Saturno e a Lua.

A “Lua fria” de dezembro – vista aqui surgindo acima da Abadia de Whitby, em Yorkshire, Reino Unido – brilha mais forte e intensa como uma superlua, quando sua fase cheia se alinha com sua passagem mais próxima da Terra.
Dezembro está pronto para manter o ritmo de fenômenos astronômicos impactantes que marcaram o ano de 2025. As paisagens noturnas deste mês estão repletas de destaques: observações precoces de planetas, uma Superlua brilhante e o que muitos astrônomos consideram a melhor chuva de meteoros de 2025.
Já no final do mês, um Júpiter excepcionalmente vívido encerrará um ano sólido de observação do céu — e dará uma pista do que está por vir em 2026. Por isso, aqui estão nove dos melhores espetáculos do céu noturno para observar em dezembro.
A maioria deles será visível a olho nu e todos serão melhor observados em um local remoto, com céu escuro.
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Durante uma das chuvas mais ativas do ano de 2018, um meteoro Geminídeo ilumina o céu acima do Parque Nacional do Vale da Morte, na Califórnia, Estados Unidos.
Uma Superlua para ser vista em 4 de dezembro
A última Lua cheia do ano também é uma Superlua. É quando a fase cheia do satélite coincide com sua aproximação da Terra, conhecida como perigeu. Nesse momento, a Lua pode parecer até 14% maior e 30% mais luminosa do que quando está em seu ponto mais distante do nosso planeta, conhecido como apogeu.
Mercúrio atinge sua maior elongação em 7 de dezembro
O planeta Mercúrio raramente se afasta muito do brilho do Sol, mas em 7 de dezembro ele atinge sua maior elongação — ou seja, sua maior separação visível da estrela mais brilhante do Sistema Solar.
Este é o melhor momento para ver o planeta sem o brilho ofuscante do Sol. Procure-o cerca de uma hora antes do nascer do dia, na manhã de 7 de dezembro. Ele surgirá acima do horizonte oriental, com Vênus logo atrás.
Para se ter uma vista mais impressionante, a recomendação é observar a Lua ao nascer, por volta do pôr do sol, no céu oriental. Um truque óptico conhecido como ilusão lunar faz com que ela pareça ainda maior — ainda mais quando está próxima de estruturas como prédios ou árvores.
Chuva de meteoros Geminídeos: acontece de 13 a 14 de dezembro
Espere ver uma “chuva de confetes” no céu durante o pico dos meteoros Geminídeos, de 13 a 14 de dezembro. Historicamente, essa é uma das chuvas anuais mais prolíficas e confiáveis, produzindo de 60 a 120 meteoros por hora durante o pico, em condições ideais. A configuração deste ano é excepcionalmente favorável para observá-la.
Esta chuva de meteoros se torna visível por volta das 22h; a Lua minguante, com cerca de 30% de iluminação, não surgirá até por volta das 2h da madrugada. Isso significa que, com um céu claro e escuro, os entusiastas da astronomia podem desfrutar de horas ininterruptas de observação.
Fique atento às faixas amareladas e aos flashes especialmente brilhantes, conhecidos como bolas de fogo, que podem aparecer em qualquer parte do céu.

Orion surge acima da cratera Haleakalā, no Havaí, com as estrelas brilhantes Betelgeuse e Rigel marcando os ombros e os pés da constelação.

A Nebulosa de Orion e o Cinturão de Orion surgem sobre as Ilhas Canárias em 2015, com a Nebulosa da Chama e a escura Nebulosa Cabeça de Cavalo visíveis no campo.
A melhor época para observar a nebulosa de Órion será em 15 de dezembro
Dezembro será o momento mais adequado para observar a caprichosa nebulosa de Órion. Essa região de formação estelar, um amontoado de poeira e gás também conhecido como Messier 42, está entre os objetos mais tênues que os seres humanos podem ver a olho nu.
Se for usar um telescópio, ele poderá destacar as características marcantes da nebulosa, incluindo fios azuis, rosa e verdes.
A melhor visão deste fenômeno acontece em 15 de dezembro, quando a nebulosa tinge seu ponto mais alto no céu noturno por volta da meia-noite, horário local. Encontre este luminoso berçário de estrelas abaixo do conhecido cinturão de três estrelas de Órion.
O cometa 3I/ATLAS faz sua passagem mais próxima da Terra em 19 de dezembro
O cometa 3I/ATLAS, com 11 km de largura, atingirá seu ponto mais próximo da Terra em 19 de dezembro, passando a cerca de 270 milhões de km do nosso planeta.
Até meados de dezembro, será possível observar melhor esse visitante raro. Ele é apenas o terceiro objeto interestelar conhecido na história a passar pelo nosso Sistema Solar.

O cometa 3I/ATLAS, um raro visitante interestelar do nosso sistema solar, foi documentado pelo astrofotógrafo Łukasz Remkowicz, da Polônia, em 19 de novembro de 2025.
Os astrônomos acreditam que esse cometa se originou de um sistema estelar distante na Via Láctea e pode ter mais de sete bilhões de anos. A visão não será brilhante o suficiente para ser conferida a olho nu, mas aqueles com telescópios ou acesso a observatórios podem monitorar como o objeto sobreviveu à sua passagem próxima ao Sol, em outubro. Procure-o perto da constelação de Leão.
Solstício de verão no Hemisfério Sul em 21 de dezembro
A data de 21 de dezembro marca o dia mais longo do ano no Hemisfério Sul: o solstício de verão. Já na parte norte do planeta será o dia mais curto, e essa luz do dia mínima é um presente bem-vindo para os caçadores de auroras boreais. É claro que é difícil prever quando um espetáculo como a aurora bonanza de meados de novembro acontecerá novamente.
Ainda assim, como estamos no final do máximo solar — o pico de atividade do Sol que ocorre aproximadamente a cada 11 anos —, há boas chances de ver a aurora. Veja como acompanhar a atividade geomagnética ou onde planejar sua próxima caçada à aurora.
Pico da chuva de meteoros Ursídeos em 21 a 22 de dezembro
Os meteoros Ursídeos não são tão chamativos quanto os Geminídeos ou Perseídeos, mas ainda assim vale a pena observá-los, especialmente sob a Lua crescente fraca e quase nova deste ano.
O pico de sua atividade ocorre durante a noite de 21 a 22 de dezembro. Será possível ver até 10 meteoros por hora em céus escuros. A maior parte da atividade dos ursídeos ocorre pouco antes do amanhecer, quando o radiante da Ursa Menor está no seu ponto mais alto, mas os rastros podem aparecer a qualquer hora da noite.
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A conjunção Saturno-Lua em 26 de dezembro
A Lua crescente e o planeta Saturno aparecerão a cerca de quatro graus, ou cerca de três dedos de distância um do outro, na noite de 26 de dezembro. Procure o par no céu do sul após o pôr do sol. Eles viajarão juntos até cerca da meia-noite, quando poderão ser vistos abaixo do horizonte oeste.
Júpiter brilha na última semana de dezembro
Em breve, a Terra passará bem entre o Sol e Júpiter — um período conhecido como oposição. É quando o planeta parece maior e mais luminoso do que o normal.
A oposição oficial não ocorrerá até 10 de janeiro, mas o gigante gasoso brilhará constantemente desde o final de dezembro até o início de 2026. Júpiter nasce acima do horizonte nordeste logo após o pôr do sol e permanecerá visível durante toda a noite.