Durante anos, o fotógrafo Anand Varma tentou documentar o momento em que a gema do ovo ...

As melhores fotos do ano: National Geographic elege as imagens de 2025 – e traz cliques de brasileiros na lista

Milhares de imagens são captadas por fotógrafos NatGeo no mundo, mas somente 25 delas entram para a lista de fotos do ano. Descubra o que profissionais latino-americanos contam sobre suas fotos escolhidas.

Durante anos, o fotógrafo Anand Varma tentou documentar o momento em que a gema do ovo ainda é visível, mas a forma do pássaro já está claramente definida. Ele fez experiências incubando embriões em cascas artificiais antes de finalmente capturar a transformação aos 12 dias de idade. Varma criou separadamente alguns embriões até se tornarem pintos, como o da foto acima, que ele doou para pessoas da comunidade científica.

Foto de Anand Varma
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 1 de dez. de 2025, 07:02 BRT

Paisagens impressionantesanimais livres em seus habitats naturais, exemplos de como agem as mudanças climáticasa vida documentada pelo olhar aguçado e sensível de grandes fotógrafos de todo o mundo está na lista de imagens primorosas realizadas ao longo de 2025 pelos exploradores/fotógrafos da National Geographic Society.

National Geographic revelou a sua seleção das fotos de 2025, destacando aquelas que mais inspiraram e marcaram o ano através dos olhos de fotógrafos e editores da NatGeo norte-americana. A coleção final traça um retrato abrangente de um planeta em transformação, visto através das lentes de uma rede global de fotógrafos da marca em mais de 20 países. 

Aqui, a capa da edição da revista norte-americana National Gepgraphic Fotos do Ano 2025.

Aqui, a capa da edição da revista norte-americana National Gepgraphic Fotos do Ano 2025.

Foto de Anand Varma

A coleção deste ano traz 25 imagens que dialogam com a amplitude editorial de NatGeo. Estão presentes desde retratos da vida selvagem e composições de paisagens, até descobertas científicas inovadoras e, claro, narrativas humanas envolventes ao redor do mundo. As imagens estão disponíveis online no site da National Geographic Estados Unidos e também serão publicadas na versão impressa da revista NatGeo de dezembro, disponível mundialmente.  

Na lista de fotos do ano está o momento exato em que um ovo se transforma em um pintinho; um registro perfeito de uma onça-pintada no interior do Brasil; e a primeira fotografia subaquática de um grande tubarão branco nos Estados Unidos, entre outras. 

No material completo, quatro imagens têm assinatura de fotógrafos da América Latina. São três brasileiros (Fernando FacioleLalo de Almeida e Maíra  Erlich) e uma argentina (Natalia Favre). National Geographic Brasil conversou com eles e conta mais sobre essas imagenssuas histórias.

(Veja também: Por que o retrato fantasmagórico desta hiena foi a melhor foto de animais selvagens de 2025?)

Meses de trabalho e um resultado: o clique perfeito de uma onça-pintada em Minas Gerais


No coração da Mata Atlântica brasileira, no Parque Estadual do Rio Doce, em Minas Gerais, o fotógrafo brasileiro Fernando Faciole instalou uma elaborada armadilha fotográfica do lado de fora da toca de um tatu gigante, o tatu-canastra – um animal difícil de se registrar. Mas antes de conseguir um clique do tatu, Faciole se surpreendeu com o registro de uma foto icônica: a de uma bela e esquiva onça-pintada

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      O belo registro de uma onça-pintada feito pela câmera trap de Fernando Faciole, fotógrado brasileiro e ...

      O belo registro de uma onça-pintada feito pela câmera trap de Fernando Faciole, fotógrado brasileiro e Explorador NatGeo na mata do do Parque Estadual do Rio Doce, em Minas Gerais, Brasil.

      Foto de Fernando Faciole

      Em março de 2025Fernando Faciole instalou em meio à mata duas câmeras trap com sensores (um tipo de armadilha fotográfica em que a câmera fica escondida em uma caixa no habitat natural de animais selvagens). Elas foram criadas pelo Laboratório de Tecnologia de Exploração da National Geographic Society e contam com um sensor de interrupção de flashes para não assustar os animais.

      “A foto da onça-pintada faz parte de um projeto que desenvolvo como Explorador junto à National Geographic Society e ao Projeto Tatu-Canastra, que me acompanha em campo para contar a história dessa espécie quase fantasma. Minha jornada se baseia em encontrar a última população de tatus-canastra da Mata Atlântica, dentro do Parque Estadual do Rio Doce”, explicou Faciole.

      (Você pode se interessar também: As 5 curiosidades surpreendentes sobre a onça-pintada)

      Como a toca do tatu é usada por muitas outras espécies, havia chance de registrar outros animais no local, entre eles onças-pintadas e pardas. “Quando voltei ao parque em julho e chequei o cartão, lá estava a foto. Uma onça-pintada ali parada, olhando direto para a câmera, na posição perfeita, a cauda, o enquadramento… Foi muito especial para mim, parecia um presente da natureza”, contou o fotógrafo sobre o registro.  “Foram muitos meses até conseguir essa foto, e até hoje foi a única onça que passou ali.” 

      Fernando conta que, naquela época, já participava do processo do Pictures of the Year, da National Geographic. “Entre todas as fotos que enviei, inclusive algumas do tatu-canastra, a da onça-pintada foi a que mais chamou a atenção dos editores”, continua.

       “Receber a notícia de que a foto estaria na seleção final da revista foi muito especial. A marca que me ensinou a admirar a natureza agora seleciona uma foto minhada fauna brasileiracomo uma das melhores do mundo. Senti um misto de honra e responsabilidade, especialmente em um momento em que o Brasil está no centro das discussões globais sobre clima e conservação”, finaliza ele.

      Acima, a foto clicada pelo fotógrafo e Explorador NatGeo Lalo de Almeida, que traz o registro ...

      Acima, a foto clicada pelo fotógrafo e Explorador NatGeo Lalo de Almeida, que traz o registro de crianças brincando em Anamã (Amazonas), cidade que é constantemente alagada pelo rio Solimões.

      Foto de Lalo de Almeida

      Rios da Amazônia e casas afundando: mais cliques de brasileiros entre as fotos do ano 


      Outros dois fotógrafos brasileiros e uma argentina também têm fotos entre as escolhidas por NatGeo em 2025. Entre eles está o fotojornalista Lalo de Almeida, que há 32 anos faz um trabalho documental e há 15 clica, especificamente, regiões da Amazônia.

      Lalo de Almeida contou que a foto selecionada faz parte de seu trabalho de registro das várias facetas da Amazônia e de como a população local vem sendo afetada pelo garimpo e pelas mudanças climáticas, principalmente nos últimos anos. “Essa é uma foto que fiz em Anamã, uma cidade em que o rio Solimões invade a cada cheia e tem sofrido muito com as inundações. Nos últimos dez anos a cidade ficou debaixo d’água, mas a população vem encontrando maneiras de lidar com isso, se adaptar e sobreviver”, diz ele. 

      “Essa imagem fala disso, da convivência com certa harmonia entre a população e a água que invade tudo, em como esse povo é resistente e se adapta”, completa. Para ele, que também é um Explorador de National Geographic Society, é muito importante estar entre os selecionados com uma foto para essa edição. 

      “A National Geographic sempre foi uma referência e estar entre as 25 fotos escolhidas é uma alegria e uma honra. Estar com colegas brasileiros e poder ter a oportunidade de levar para o mundo essa história, de mostrar como essas populações amazônicas são resilientes e importantes na preservação da floresta, especialmente nos dias atuais, apresentando os impactos ambientais que as mudanças climáticas têm no dia a dia delas”.

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        A fotógrafa e Exploradora NatGeo, Maíra Erlich registrou um momento de carinho de Damião Carlos da ...

        A fotógrafa e Exploradora NatGeo, Maíra Erlich registrou um momento de carinho de Damião Carlos da Silva e seu pintinho. Ele é uma das milhares de pessoas que perderam suas casas em Maceió, Alagoas, por conta do afundamento de bairros na cidade causado pela mineração do sal-gema.

        Foto de Maíra Erlich

        Já a fotógrafa brasileira Maíra Erlich, natural de Recife, Pernambuco, e que também é uma Exploradora NatGeo, teve uma foto sua feita no estado de Alagoas entre as selecionadas. “Fiquei muito feliz de ter minha foto selecionada, pois é dar um alcance mundial a uma história regional importante, que teve consequências na vida de muita gente”, afirmou Maíra.

        A imagem mostra a história de bairros em toda a cidade costeira de Maceió, no nordeste do Brasil, que estão se afundando no solo após décadas de mineração de sal-gema. A destruição causada por isso desalojou dezenas de milhares de moradores como Damião Carlos da Silva (fotografado por Maíra), que foi forçado a se mudar para um local temporário nas proximidades após perder sua casa. Ele encontra consolo nos momentos preciosos da vida, como este que compartilha com seu pintinho de estimação.

        A fotógrafa, cineasta documentarista e Exploradora NatGeo argentina Natalia Favre realiza um trabalho de pesquisa e ...

        A fotógrafa, cineasta documentarista e Exploradora NatGeo argentina Natalia Favre realiza um trabalho de pesquisa e registros no norte da Argentina, de valorização do turismo rural, como mostra na sua foto selecionada em que vemos Diego Paredes, em pé na sela de seu cavalo, Lobuno.

        Foto de Natalia Favre

        Um registro para NatGeo vindo direto da Argentina 


        A argentina Natalia Favre, por sua vez, é uma fotógrafa e cineasta documentarista também Exploradora NatGeo que divide sua vida entre Buenos Aires, capital da Argentina, e Havana, em Cuba. Seu trabalho aborda questões sociais a partir de uma perspectiva íntima, explorando a interseção entre comunidade, identidade e território

        Em seu projeto de 2025 – “Geografias de resistência: uma viagem visual pelos projetos de ecoturismo da comunidade indígena no norte da Argentina” – ela mostra como o turismo rural comunitário se tornou uma ferramenta poderosa para resistir ao avanço da mineração ostensiva e ao êxodo rural das comunidades de Jujuy (região no extremo noroeste da Argentina, fazendo fronteira com a Bolívia ao norte e o Chile a oeste).

        Sua foto escolhida pelo time editorial de NatGeo foi feita em Quebrada de Humahuaca, e mostra o guia turístico Diego Paredes, em pé na sela de seu cavalo, Lobuno, observando uma rota comercial que antes era movimentada e atravessa este pitoresco vale no norte argentino. Junto com seu irmão Hugo, Diego se orgulha da nova vida que eles trazem para a região, conduzindo passeios educacionais a cavalo com sua empresa.
         

        *Texto e entrevistas feitas por Juliane Albuquerque, Editora Assistente de National Geographic Brasil.

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