A Terra pode ter sido criada mais rápido do que se pensava, diz nova pesquisa

Acredita-se que Terra tenha levado milhões de anos para ser formada nos padrões de um planeta completo e compatível para a ter vida. Mas e se essa ideia não for real?

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 16 de out. de 2025, 10:01 BRT
Nuvens delineiam as ilhas do Mar do Caribe nesta foto tirada por um astronauta a bordo ...

Nuvens delineiam as ilhas do Mar do Caribe nesta foto tirada por um astronauta a bordo da Estação Espacial Internacional da Nasa.

Foto de NASA

Na correria do dia a dia, talvez poucas pessoas pensem sobre o planeta Terra em si — só que ele é a base da vida humana e dos demais seres vivos. Desde o ar que respiramos, a água que bebemos e a gravidade que permite que tudo fique preso ao solo. É então que refletir sobre origem da Terra e sua formação se torna essencial. 

Até os dias atuais, grande parte dos pesquisadores e dos mais respeitados estudos acreditavam que a Terra levou mais de 100 milhões de anos para se formar, em sua fase final. E também era comum acreditar que a água foi trazida por colisões fortuitas com asteróides ricos em água, como cometas.

Porém, um estudo da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, publicado na revista científica Science Daily em 2023 sugere que a criação da Terra foi muito mais rápida, e que a água e outros componentes essenciais para a vida estão na Terra há mais tempo.

outra pesquisa, realizada pelo Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíçaquestiona se realmente ela foi formada ao longo dos milênios a partir da acreção gradual de asteróides ou se outro processo ocorreu para formar “o planeta azul” como o conhecemos hoje. Veja, a seguir, esses estudos que questionam a origem da Terra, que levantam novas hipóteses — e que ainda serão questionados e estudados a fundo.

A Terra vista por um satélite da Nasa durante um eclipse solar visto (na foto) no ...

A Terra vista por um satélite da Nasa durante um eclipse solar visto (na foto) no Hemisfério Sul.

Foto de NASA

Será que a Terra foi criada mais rápido do que se pensa?


Nas últimas décadas, os pesquisadores acreditavam que a fase final de formação da Terra teria sido em um período de mais de 100 milhões de anos. Além disso,  também é comum acreditar que a água havia sido trazida por colisões com asteróides e meteoritos ricos em água, como cometas – com base em artigo da NatGeo Education e em dados da  Encyclopædia Britannica (plataforma de conhecimento do Reino Unido).

Porém, o novo estudo da Universidade de Copenhague publicado na revista científica “Science Daily” subverte essa lógica e sugere que isso pode não ter acontecido inteiramente por acaso:

“Mostramos que a Terra se formou pela acumulação muito rápida de pequenas pedras do tamanho de milímetros. Nesse mecanismo, a Terra se formou em apenas alguns milhões de anos. Com base em nossas descobertas, parece que a presença de água na Terra é um subproduto de sua própria formação”, afirma o astrônomo e geoquímico Martin Bizzarro, professor da faculdade Globe Institute of Technology, nos Estados Unidos, e também um dos pesquisadores por trás do estudo dinarquês.

“Com esta outra concepção de formação planetária, a probabilidade de existirem planetas habitáveis na galáxia é muito maior do que pensávamos anteriormente”, diz Martin Bizzarro.

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    Foto de Lynette Cook Nasa

    Os asteróides realmente foram essenciais para a formação da Terra?


    Um outro estudo, feito pelo Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH Zurich), da Suíça, e publicado no jornal de pesquisa acadêmica, Nature Astronomy, questiona outro ponto muito importante e defendido até então por outros cientistas a respeito da formação da Terra: o papel dos asteroides

    Propondo uma nova resposta para a questão da função dos asteroides na formação gradual do planeta, os pesquisadores suíços utilizaram experimentos de laboratóriosimulações em computadores para sugerir inovadores e diferentes hipóteses.

    “A teoria predominante na astrofísica e na cosmoquímica até então é que a Terra se formou a partir de condritas de asteróides (pequenas partes). Estes são blocos relativamente pequenos e simples de rocha e metal que se formaram no início do Sistema Solar”, explica o autor principal do estudo, Paolo Sossi, professor de Planetologia Experimental na ETH Zurich. 

    “Nenhuma mistura dessas condritas de asteróides pode explicar a composição exata da Terra, que é muito mais pobre em elementos leves e voláteis, como os gases hidrogênio e hélio, do que seria de se esperar.”

    por Paolo Sossi
    Instituto Federal de Tecnologia de Zurique

    “O problema com essa teoria é que nenhuma mistura dessas condritas de asteróides pode explicar a composição exata da Terra, que é muito mais pobre em elementos leves e voláteis, como os gases hidrogênio e hélio, do que seria de se esperar”, revela. 

    Ao longo dos anos, várias hipóteses foram apresentadas para explicar essa discrepância. Sossi e sua equipe procuraram uma resposta também a isso. “Modelos dinâmicos com os quais simulamos a formação dos planetas mostram que os planetas do nosso Sistema Solar se formaram progressivamente. Pequenos grãos cresceram ao longo do tempo, transformando-se em planetesimais com quilômetros de tamanho, acumulando cada vez mais material por meio de sua atração gravitacional”, explica Sossi. 

    Semelhantes às condritas de asteróides, os planetesimais também são pequenos corpos de rocha e metal. Mas, ao contrário das condritas, eles foram aquecidos o suficiente para se diferenciarem em um núcleo metálico e um manto rochoso, de acordo com o estudo de Sossi. 

    “Além disso, planetesimais que se formaram em diferentes áreas ao redor do Sol jovem ou em momentos diferentes podem ter composições químicas muito diferentes”, acrescenta Sossi. Porém, a equipe suíça também não chegou a uma conclusão 100% satisfatória e segue em pesquisa para aprofundar sua teoria. 

    Todos esses questionamentos e estudos mostram que a Terra ainda guarda muitos mistérios a serem descobertos e estudados quanto sua origem e formação e, assim, poder nos dar pistas da existência de água em mais outros planetas – e, porque não, de vida em outros lugares do Universo

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